APROPRIAÇÕES DA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL EM TEXTO ESCRITO HÍBRIDO NA PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU EM EDUCAÇÃO: SILENCIAMENTOS, RESISTÊNCIAS E ADMISSIBILIDADES
Inteligência Artificial Generativa; Integridade Acadêmica e Científica, Texto Híbrido, Produção Científica, Pós-Graduação
O objetivo desta pesquisa é analisar o porquê e quais as percepções prospectivas de mestrandos, doutorandos e orientadores de Programas de Pós-graduação Stricto Sensu em Educação sobre a apropriação da Inteligência Artificial (IA) generativa no processo e no produto de textos híbridos (humano e IA). Trata-se de uma pesquisa qualitativa, do tipo descritiva e exploratória, fundamentada nos pressupostos metodológicos da Análise de Conteúdo (Bardin, 2011) e na triangulação de dados conforme Triviños (1987). A coleta foi realizada por meio de entrevistas semiestruturadas com 24 participantes, sendo 12 pós-graduandos e 12 docentes orientadores, pertencentes a dois Programas de Pós-graduação em Educação de instituições públicas brasileiras. Para esta etapa de qualificação, apresentam-se análises preliminares com base em 14 entrevistas, cujos dados foram sistematizados em categorias analíticas. A fundamentação teórica articula os conceitos de IA (Santaella, 2023), autoria e apropriação (Chartier, 1998a, b; 2002), texto híbrido (Lopes; Forgas; Cerdà-Navarro, 2024), integridade acadêmica (Mainardes, 2023a, b; Tedesco; Ferreira, 2023) e as contribuições do construtivismo crítico da tecnologia (Feenberg, 1999, 2002, 2013a, b, c, d, e; 2022) e do capital tecnológico-informacional (Freitas, 2002, 2004; Bocic; Galassi, 2017). Os resultados preliminares apontam duas posturas principais frente à IA: resistência e admissibilidade condicionada, sendo a ética, a autoria e a originalidade os critérios mais mencionados. Discentes mostram maior abertura ao uso da IA, enquanto docentes, mais cautelosos, reforçam a urgência de políticas institucionais que regulamentem e orientem eticamente essa prática na pós-graduação