Educação dos afetos: bases para uma teoria educativa das emoções na Psicologia Histórico-cultural
Educação, Emoções, Psicologia, Vigotski, Spinoza
Esta tese propõe discutir a Educação dos afetos como base para uma teoria educativa das emoções na Psicologia HistóricoCultural de Vigotski. O espaço escolar ainda está amparado no modelo cartesiano em que emoção e razão são consideradas entidades separadas. Sendo a razão considerada dimensão de destaque no contexto educacional, não há espaços para as emoções. Em geral nos espaços escolares não se fala das emoções, não se escuta as vivências emocionais das crianças e dos professores e professoras, tampouco se ensina com emoções. As emoções foram retiradas do ambiente público e levadas à clínica psicológica, ou foram domesticadas na clínica psiquiátrica. Entretanto, as emoções são relações sociais entre pessoas e, por constituir-se como um processo psicológico estão imersas em todo o conjunto relacional do ser humano. No contexto educativo, considerado também como um processo psicológico é impossível que as emoções não se estruturem como uma unidade sistêmica com os processos cognitivos. Diante do exposto, o presente trabalho parte da tese de que as emoções devem ocupar um lugar central e estruturante nas práticas e vivências dos espaços educativos, principalmente na escola. Isso significa conceber o posicionamento central das emoções, e, por isso, das vivências, como eixos norteadores para proporcionar espaços humanos potencializadores. Considera-se a necessidade urgente do entendimento vivencial e emocional do ser humano como fontes de vida orientada para uma dimensão ética no campo dos afetos. Para avançar as discussões, buscar-se-á posicionar historicamente o estudo das emoções em Vigotski e Spinoza aproximando diálogos na construção de diálogos para uma base educativa dos afetos