"Catalisadores" isotópicos e comportamentos anti-Arrhenius em transições quirais de complexos não-covalentes.
Peróxido de Hidrogênio, isótopos, Gases Nobres, Teoria do Estado de Transição, Quiralidade.
Este estudo relata o efeito isotópico controlando as taxas de rearranjo conformacional, em função da temperatura, do peróxido de hidrogênio isolado (H2O2), a molécula quiral mais simples exibindo configurações enantioméricas, e da mesma molécula em complexos fracamente ligados formados com gases nobres (GN) (GN = He, Ne, Ar, Kr, Xe e Rn), já que ambos os átomos de H são substituídos pelo muônio (o isótopo mais leve do átomo de hidrogênio), deutério e trítio (os isótopos mais pesados do átomo de hidrogênio). Os cálculos da taxa quiral térmica, com e sem correções de tunelamento, foram realizados explorando a teoria do estado de transição usando geometrias, energias e frequências calculadas no nível de cálculo MP2(Full)/aug-cc-pVTZ e com correção Counterpoise do erro de superposição do conjunto de bases. Através deste estudo, entendemos como os isótopos e gases nobres afetam as taxas de transição entre as conformações quirais do peróxido de hidrogênio. Os resultados indicam que o muônio atua como um “catalisador” para a transição quiral, proporcionando um importante comportamento anti-Arrhenius controlado pelo tunelamento através de barreiras, enquanto o deutério e o trítio têm um efeito preservador, ou seja, suas taxas seguem o comportamento canônico de Arrhenius. Além disso, os gases nobres mais pesados alteram significativamente a taxa conformacional quiral.