Trabalho, Gênero e Saúde Mental: um estudo sobre o prazer-sofrimento de gestoras/es na educação básica
educação; relações de gênero; psicodinâmica do trabalho; prazer- sofrimento; gestão escolar.
Esse trabalho buscará a compreensão das relações socioprofissionais sob a perspectiva
do referencial teórico da Psicodinâmica do Trabalho em articulação Estudos de Gênero,
campos em desenvolvimento, em função da lacuna de pesquisas nacionais relacionadas
aos temas de gênero e gestão e da necessidade de ampliar a investigação e discutir
criticamente (Moura & Ferreira, 2005). O referencial teórico da Psicodinâmica do
Trabalho contribuiu para explicar os processos de saúde mental e trabalho, entretanto os
estudos clássicos não visibilizam as relações sociais de sexo/relações de gênero, de
raça/etnia, entre outras interseccionalidades. Essa combinação tem se revelado um novo
instrumento para a releitura das relações e dos fenômenos sociais (Scott, 1989). O
objetivo desse trabalho é o de investigar como são as vivências de prazer e de sofrimento de gestoras/es de educação, as diferenças e semelhanças e as subjetividades na função de gestão escolar. Esse projeto inclui cinco estudos, um teórico e quatro empíricos, em formato de artigos científicos. Na 1a etapa, foi realizada a análise dos resultados das eleições da rede de ensino pública da capital brasileira, com o objetivo de
levantar a participação das mulheres nos cargos de gestão escolar dos últimos 10 anos,
que incluiu as últimas 05 eleições. O estudo demonstrou ocupação decrescente das
mulheres nos cargos de gestoras escolares. Na 2a etapa, foi analisada a literatura
existente sobre o contexto educacional. Resultados apontaram para uma escassez de
Estudos de Gênero em Psicodinâmica do Trabalho, sobretudo na educação. Em
processo, encontra-se a 3a etapa, que propôs análise de entrevistas semiestruturadas
(oito) e entrevistas coletivas (duas) com docentes gestoras/es escolares da rede pública
educacional. O recurso metodológico utilizou abordagens qualitativas de investigação e
para a análise dos dados, a utilização da análise de discurso (Coracini, 1991; Silva &
Araújo, 2017).