Do Encaminhamento ao Acompanhamento para o CREAS da Diversidade: Narrativas de Adolescentes Transgêneros a partir da Abordagem Narrativa de Michael White
Adolescentes transgênero; violação de direito; narrativa de Michael White
Este trabalho teve por objetivo compreender o significado que os adolescentes transgêneros atribuem ao encaminhamento familiar para o serviço da Assistência Social denominado de CREAS da Diversidade, a partir das colaborações da abordagem narrativa de Michael White. O encaminhamento para o CREAS pode ser uma das medidas protetivas aplicadas pela Rede de Garantia de Direitos diante da identificação de violação de direito contra público da diversidade sexual, étnica, racial e/ou religiosa. Trata-se de uma pesquisa qualitativa com delineamento de estudo de caso coletivo. Participaram desta pesquisa dois adolescentes transgêneros, um menino e uma menina trans de 14 e 17 anos respectivamente e que residiam na casa dos familiares durante a realização da pesquisa. As informações foram compreendidas a partir da narrativa de texto total de Amie Lieblich. Sugere-se 03 momentos de significados ou de compreensão das situações violadoras de direito a partir da vinculação do adolescente com a pesquisadora, onde o momento 01 caracterizou-se pelo acolhimento e primeiros atendimentos, momento 02 pela vinculação com a pesquisadora e início das narrativas sobre as situações violadoras de direito e o momento 03 como ressignificação do conceito violação de direito e elaboração de estratégias para enfrentamento das situações violadoras. Propõem-se que para compreensão das situações de violação de direito, considerem-se não apenas as narrativas das Políticas Públicas, mas também as narrativas dos adolescentes sobre suas vivências. Destaca-se a necessidade de considerar a história familiar e social para melhor compreensão sobre a percepção dos adolescentes.