Banca de DEFESA: FABRICIO GONÇALVES FERREIRA

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : FABRICIO GONÇALVES FERREIRA
DATA : 11/02/2025
HORA: 10:00
LOCAL: Online
TÍTULO:

Trabalho, mulheres quilombolas e território: desafios e caminhos para proposição de uma outra lógica laboral


PALAVRAS-CHAVES:

Trabalho no Brasil; Mulheres Quilombolas; Subjetividade; Liberdade.


PÁGINAS: 100
RESUMO:

O trabalho no Brasil, enquanto dimensão social e econômica, carrega marcas profundas das dinâmicas de poder que moldaram a história do país. A lógica trabalhista brasileira nasce de uma mobilização colonial que se reatualiza nos territórios negros sob anuência do Estado e de instrumentos científicos como as Psicologias do Trabalho. Nesse sentido, essa dissertação explora as dinâmicas históricas, sociais e culturais dos territórios quilombolas no Brasil, destacando sua relevância na luta pela liberdade e dignidade de pessoas negras, além de refletir sobre sua influência na promoção de justiça social e bem-estar de trabalhadores no Brasil. Os territórios quilombolas, originalmente formados como espaços de resistência ao sistema escravista e erroneamente interpretados como refúgios, são sistemas sociais autônomos que representam alternativas ao modelo opressor, exploratório e produtivista. A partir de dados da Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas ([CONAQ], 2023), Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada ([IPEA], 2022), Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ([IBGE], 2024) e de revisões bibliográficas (2010-2023), foi possível evidenciar a precariedade enfrentada pelas populações quilombolas, especialmente mulheres negras, no campo laboral. Essa precariedade inclui um processo de desvalorização, sobrecarga, exclusão social e adoecimento, realidade intensificada pelas reformas trabalhistas recentes, pelo racismo estrutural e pelo sexismo. Assim, o objetivo da pesquisa é propor uma análise crítica das relações de trabalho contemporâneas e sugerir uma conexão com os ideais e práticas comunitárias dos quilombos. Para isso, a dissertação foi dividida em três momentos: o primeiro buscou, a partir de uma revisão sistemática, verificar o que artigos científicos produziam sobre mulheres quilombolas no campo laboral; em seguida, investigar, a partir do território e de grupos focais, o que mulheres quilombolas têm a dizer sobre trabalho e suas relações com ele; e, por fim, propor uma intersecção entre os princípios quilombolas e os processos teóricos/práticos de psicólogos do trabalho. O percurso evidenciou a importância das mulheres quilombolas no processo de estruturação econômica e social brasileira, bem como demonstrou seu papel fundamental na reestruturação de uma outra lógica trabalhista. A dissertação sugere uma abordagem alternativa para o campo do trabalho, baseada nos princípios quilombistas de coletividade, autonomia e liberdade. Além disso, propõe uma análise crítica das Psicologias do Trabalho, apresentando a adoção de perspectivas quilombolas como uma reorganização social que repense as desigualdades do mundo do trabalho. Por fim, este estudo aponta para a urgência de construção de uma outra laborização, que esteja à serviço do bem-estar dos trabalhadores, em confluência com a dignidade, liberdade e as tradições e saberes afrodiaspóricos.


MEMBROS DA BANCA:
Externa à Instituição - CHIRLENE OLIVEIRA DE JESUS PEREIRA - UFRB
Externa à Instituição - ANA LUÍSA COELHO MOREIRA - MIR-GOV
Presidente - 2774496 - CARLA SABRINA XAVIER ANTLOGA
Externa à Instituição - LEDA GONCALVES DE FREITAS - UCB
Notícia cadastrada em: 03/02/2025 09:50
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