Inscrições corporais de vivências de preconceito de gênero via mapa corporal narrado de um caso
mapa corporal, LGBTQ, metodologia visual, sociatria
As pessoas que se identificam como LGBTQ muitas vezes são alvo de preconceito, rejeição, indiferença e alijamento social que podem minar a saúde mental e autoestima das mesmas. A ausência de espaços de pertencimento dessa população na sociedade conservadora aumenta seu estigma e sua discriminação. O abandono familiar está fortemente associado à situação de vulnerabilidade, o que motiva a criação de casas de acolhimento para sujeitos LGBTQ, no intuito de apoiar esses sujeitos na reconstrução de vínculos de pertencimento social. O aporte teórico que embasou a construção desta pesquisa foi a teoria socionômica, com ênfase especial na sociometria. Neste estudo foi realizada uma pesquisa qualitativa com metodologia visual, que utiliza o mapa corporal narrado como estratégia de levantamento de dados sobre a história de vida de sujeito LGBTQ em situação de vulnerabilidade. O objetivo do estudo foi compreender a subjetividade de um homem cisgênero homosexual em situação de vulnerabilidade, por meio da aplicação do mapa corporal narrado. A coleta de dados foi realizada por meio de entrevistas e aplicação de mapa corporal a um participante residente de uma casa de acolhimento LGBTQ no Distrito Federal. Também foram realizadas entrevistas com o dirigente da instituição. A partir da análise temática dos resultados, foram construídos três temas: 1) O amor entre pessoas do mesmo gênero é igualmente amor, portanto, tão complexo quanto qualquer outra forma de amar; 2) A balança da saúde mental: equilibrando razão e emoção; 3) O abrigo é a família sociométrica dos rejeitados: um lugar de pertencimento; e 4) Posso simplesmente ser eu. Compreende-se que através da experiência de inscrição corporal na identidade diversa foi possível identificar quais as situações que ocasionam a ida desses sujeitos para casas de acolhimento. A pesquisa contribuiu para a formulação de estratégias de intervenção dessa população no sentido de ampliar atendimentos, facilitar o acesso preventivo a serviços de saúde e acolhimento ao público LGBTQ