Banca de DEFESA: Silvia Furtado de Barros

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : Silvia Furtado de Barros
DATA : 13/12/2023
HORA: 09:00
LOCAL: ICC Sul - Instituto de Psicologia - AT 46/8
TÍTULO:

SER MULHER: IMPACTO DA INFECÇÃO PELO HIV NA SAÚDE MENTAL, PERCEPÇÃO DE DOENÇA, DE ESTIGMA E ADESÃO AO TRATAMENTO ANTIRRETROVIRAL


PALAVRAS-CHAVES:

HIV, Mulheres, Adesão ao Tratamento, Distress, Percepção de Doença, Estigma.


PÁGINAS: 123
RESUMO:

A infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) é considerada uma condição crônica e com a universalidade no acesso à terapia antirretroviral (TARV) no Brasil, a maior ameaça à saúde das pessoas que vivem com HIV (PVHIV) é o agravamento da doença e o desenvolvimento de resistência viral. A adesão é considerada fator decisivo na resposta terapêutica e um dos principais desafios no cuidado das PVHIV. No caso de mulheres com HIV, a adesão pode ser fortemente prejudicada em decorrência do preconceito e do silenciamento resultante da sociedade marcada pelo machismo, que dificulta o exercício da autonomia feminina sobre o próprio corpo e, consequentemente, seu autocuidado em relação ao HIV. Essa dissertação é composta por dois estudos. O primeiro é uma revisão sistemática da literatura, visando analisar associações entre estigma vivenciado por mulheres e adesão ao tratamento antirretroviral, por meio de artigos empíricos, revisados por pares, publicados de 2018 a 2023, nas bases Scopus, Scientific Electronic Library Online (SciELO) e PsycInfo. Foram identificados 179 artigos, dos quais 35 atenderam aos critérios de elegibilidade. Os resultados mostraram que o estigma relacionado ao HIV tem vários impactos na vida de mulheres soropositivas, afetando a saúde mental, qualidade de vida e, consequentemente, a adesão ao tratamento. A realização de aconselhamento, psicoeducação e práticas de educação em saúde, além do vínculo profissional-paciente, são aspectos que minimizam os efeitos negativos do estigma sobre a adesão ao tratamento. O segundo estudo, o principal, teve como objetivo identificar preditores da adesão ao tratamento antirretroviral em relação à saúde mental, percepção de doença e de estigma em mulheres vivendo com HIV no Distrito Federal. Trata-se de estudo com delineamento transversal, quantitativo, com coleta de dados online, que pesquisou 108 mulheres com HIV que faziam acompanhamento em serviços públicos de saúde do Distrito Federal. Foram utilizados questionários sociodemográfico e médico-clínico, além dos instrumentos Questionário para Avaliação da Adesão ao Tratamento Antirretroviral (CEAT-VIH), Escala Hospitalar de Ansiedade e Depressão (HADS), Questionário de Percepção de Doenças Versão Breve e Escala Autoestigma Relacionado ao HIV. A média de idade foi de 45,9 anos, a maioria se autodeclarou parda e preta, com renda inferior a 2 salários-mínimos, estava em um relacionamento amoroso e residia no DF. Grande parte (83,3%) apresentava carga viral indetectável. Após análises preliminares e bivariadas, níveis de adesão foram associados significativamente com a variável renda familiar (U=1011,0; p=0,01). Na análise de correlação de Spearman, as associações foram significativas, negativas e fracas da variável adesão ao tratamento, com distress, autoestigma e percepção de doença. Na análise de regressão múltipla (método forward), a variável que mais fortemente impactou os níveis de adesão foi o distress, explicando 20,8% da variância da adesão, seguida de percepção de doença que explicou 4,9%. As variáveis renda familiar e autoestigma não entraram no modelo final. Em síntese, a presença de distress e a percepção ameaçadora da condição de soropositividade permitem prever piores níveis de adesão, segundo os resultados do presente estudo. A pesquisa contribuiu para a compreensão dos desafios e barreiras enfrentados por mulheres que vivem com HIV e ressaltou a urgência no desenvolvimento de estratégias de intervenção psicológica que considerem as especificidades de gênero, a saúde mental e a aceitação do diagnóstico


MEMBROS DA BANCA:
Externa à Instituição - CAROLINE MOTA BRANCO SALLES - IESB
Presidente - 241748 - ELIANE MARIA FLEURY SEIDL
Interna - 1509363 - ELIZABETH QUEIROZ
Externa à Instituição - Graziela Sousa Nogueira - SESDF
Notícia cadastrada em: 27/11/2023 10:57
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