AS TRAJETÓRIAS E O BEM-ESTAR DOS ESTUDANTES DE PÓS-GRADUAÇÃO: TECENDO DIÁLOGOS
pós-graduação; bem-estar; educação; Brasil
A pós-graduação brasileira, inserida no contexto de uma sociedade capitalista revela as contradições de um sistema que, ao mesmo tempo em que promove a produção de conhecimento e a qualificação profissional, é profundamente marcada pela lógica da produtividade e competitividade. Essa dinâmica muitas vezes desconsidera os impactos sobre o bem-estar físico e emocional dos estudantes, ignorando efeitos adversos, como a intensificação do trabalho, a sobrecarga acadêmica, o isolamento social (individualismo) e a precarização das condições de vida dos discentes. Nesse cenário, o bem-estar e a participação dos estudantes de pós-graduação emergem como temas centrais de análise, evidenciando a necessidade de uma crítica e a transformação do modelo vigente. Esta tese tem como objetivo geral investigar a percepção dos estudantes de pós-graduação sobre o seu bem-estar e os espaços de participação na pós-graduação, por meio da análise de interações e discursos em ambientes online. A pesquisa fundamenta-se teoricamente em Psicologia Social e Cultural, que permite compreender o sofrimento psíquico e os desafios enfrentados por esses assuntos a partir das condições sociais, culturais e históricas em que estão inseridos. Metodologicamente, utiliza-se a netnografia, uma abordagem que possibilita acessar as percepções e experiências dos sujeitos por meio da análise de interações em redes sociais e outros contextos online. A presente tese é construída e orientada por reflexões críticas sobre as condições estruturais da pós-graduação no Brasil e busca apontar possibilidades futuras de reorganização do modelo educacional, valorizando práticas mais inclusivas, colaborativas e voltadas ao bem-estar integral dos estudantes