A interprofissionalidade no cuidado em saúde mental: perspectivas das equipes multiprofissionais na Atenção Primária à Saúde (eMulti)
Atenção Primária à Saúde; Saúde Mental; Relações Interprofissionais
A Atenção Primária à Saúde evidencia-se como um dos principais meios para a instrumentalização dos
princípios do SUS, além de ser coordenadora do cuidado e porta de entrada prioritária no SUS. A APS se revela
como um modelo de saúde que se materializa a partir do território. O contato dos profissionais com as famílias e as
comunidades desvenda demandas que fazem parte do terreno social, como a saúde mental. As equipes
multiprofissionais na Atenção Primária constituem-se de estratégias fundamentais para a construção do cuidado
psicossocial em saúde mental, ancoradas por práticas interprofissionais que formam a base de suas propostas.
Diante disso, essa dissertação tem como objetivo conhecer como o cuidado em saúde mental tem se
operacionalizado pelas eMultis a partir de uma perspectiva interprofissional. A presente dissertação é composta por
três manuscritos: estudo teórico, de caráter ensaístico; revisão integrativa de literatura e pesquisa de campo por meio
de grupos focais com cinco equipes multiprofissionais na Atenção Primária à Saúde de uma Região de Saúde do
Distrito Federal. Nesta, foram entrevistadas 23 profissionais que compõem o cenário de profissionais das cinco
eMultis. Os resultados foram analisados seguindo os pressupostos da Análise Temática (AT) de Braun e Clarke, a
partir de uma perspectiva indutiva. Os dados são apresentados em quatro temas: 1) o cuidado interprofissional em
saúde mental; 2) saúde mental no território da APS; 3) a precarização da Rede de Atenção Psicossocial e; 4) o
compromisso ético-político da eMulti com os territórios. Aponta-se que as eMultis entrevistadas representam a
ampliação do SUS, tendo em vista que contribuem para o cuidado em saúde mental ser operacionalizado a partir da
ótica interprofissional e da atenção psicossocial, mesmo que ainda seja realizado com limitações. Observa-se que os
caminhos para a materialização das políticas da APS, da ESF e da RAPS passam por ferramentas que são
intrínsecas ao SUS.