Inteligência como fator moderador da relação entre personalidade e síndrome de burnout em militares.
burnout, inteligência, personalidade, moderação, militar
O construto do burnout pode ser entendido em três componentes, sendo eles a exaustão emocional, a despersonalização e a baixa realização no trabalho. Além disso, foi incorporado ao modelo de recursos e demandas no trabalho (JD-R), onde é destacada a importância dos recursos pessoais na prevenção e diminuição do burnout. Os fatores de personalidade são considerados como recursos pessoais, mas pouco já foi evidenciado sobre como a cognição pode atuar como um recurso pessoal e apresentar um efeito protetivo em relação ao burnout. O objetivo deste estudo foi avaliar a interação entre personalidade e inteligência na predição do burnout em uma amostra de militares brasileiros. Participaram do estudo 200 militares, de maioria masculina e naturais da região sudeste do país. A partir das análises de moderação, foi encontrado que a inteligência apresentou efeito moderador tanto na relação entre neuroticismo e exaustão emocional, como na relação entre extroversão e despersonalização. Desse modo, entende-se a inteligência como um recurso pessoal protetivo de sintomas de burnout, inferindo-se que indivíduos mais inteligentes serão mais capazes de lidar com suas demandas de trabalho e de acumular outros recursos e, assim, vivenciar menos estresse e burnout no trabalho.