O Amor nas Míticas Indígenas: Epistemologias Literárias para uma Psicanálise no horizonte deste tempo e lugar
mitologias; literatura; arte indígena; relações amorosas; epistemologia
Freud acessa as míticas ocidentais, com as quais também se ocupará Lacan e muitos outros que os sucedem, restando ainda ausente, na atualidade, o manifesto interesse de psicanalistas pelas narrativas míticas indígenas forjadas em solo brasileiro, e o seu reconhecimento como campo simbólico que perpassa a constituição das subjetividades e os vínculos afetivo-sexuais firmados neste tempo e lugar. Na intenção de contribuir com este campo, esta tese revisa os caminhos do referencial mítico encontrado no texto freudo-lacaniano sobre o amor, ao mesmo tempo em que avança na análise estrutural dos mitos apresentados no livro “A primeira estrela que vejo é a estrela do meu desejo e outras histórias indígenas de amor” de Daniel Munduruku. Configurando-se como um diálogo inventivo pautado na psicanálise freudolacaniana, ela se propõe a contribuir para o desenvolvimento teórico sobre o amor e a vida amorosa, restabelecendo o potencial poético e político das narrativas não hegemônicas e suas significações. Logo, esta tese defende que a literatura mítica dos povos indígenas é capaz engrandecer a psicanálise brasileira, como fundamento epistêmico vivo que concede originalidade à teoria e, neste caso, fornece as condições para que se formule uma estrutura mítica sobre o amor, também apresentada como fórmula mítica - Fy- (i)I: Fx-(S) → Fx(R):Fy(D)I