Clima, Solo e Vozes Femininas: Uma análise físico-hídrica e interseccional da Justiça Ambiental no Sol Nascente/Pôr do Sol – DF
justiça ambiental; interseccionalidade; mudanças climáticas; mulheres periféricas; Sol Nascente/Pôr do Sol.
Esta pesquisa analisa, sob uma perspectiva interseccional e participativa, os impactos das mudanças climáticas sobre mulheres periféricas na Região Administrativa do Sol Nascente/Pôr do Sol, no Distrito Federal. Parte-se da premissa de que os efeitos da crise climática são distribuídos de forma desigual, atingindo com maior intensidade populações vulnerabilizadas por marcadores como gênero, raça, classe e território. A proposta articula os marcos teóricos da justiça ambiental com os aportes do feminismo interseccional, a fim de compreender como as desigualdades estruturais moldam a exposição e a resposta aos eventos climáticos extremos. A metodologia combina abordagens qualitativas e quantitativas. No eixo empírico, realiza-se uma análise físico-hídrica do solo, utilizando infiltrômetro mini-disk, penetrômetro de impacto e exames laboratoriais, para avaliar a degradação ambiental em áreas com urbanização precária. Paralelamente, são conduzidas oficinas com mulheres da comunidade, baseadas na metodologia do Teatro-Fórum, que permite a expressão coletiva de vivências e estratégias de resistência frente à crise climática. O estudo busca integrar dados técnicos e narrativas comunitárias, revelando as múltiplas dimensões da vulnerabilidade socioambiental vivida por mulheres negras e periféricas. Além de diagnosticar os impactos ambientais locais, a pesquisa visa propor diretrizes para políticas públicas mais sensíveis às desigualdades sociais, territoriais e de gênero. O trabalho contribui para o fortalecimento da justiça ambiental enquanto campo crítico de análise e para o reconhecimento das mulheres periféricas como agentes centrais na construção de alternativas frente às mudanças climáticas.