Agricultura agroflorestal como tecnologia de mitigação das mudanças climáticas: um estudo de caso sobre os potenciais e desafios
Sistemas agroflorestais, aquecimento global, tecnologia agropecuária, café
O Brasil figura entre os principais emissores de Gases de Efeito Estufa (GEEs) do mundo. Diferentemente dos países industrializados, as emissões brasileiras resultam, majoritariamente, dos sistemas de usos da terra e não da atividade industrial. Agricultura e pecuária desempenham, juntas, um papel central na agenda para o clima. Considerando tanto seu potencial de capturar GEEs da atmosfera , quanto de ser um vetor de emissões, este setor atua ora como um aliado, ora como um inimigo das ações de mitigação.. O presente trabalho discute como e em que medida os Sistemas Agroflorestais Sucessionais (SAFS) representam uma estratégia relevante sob a abordagem de mitigação e a de adaptação às mudanças climáticas. Para a elaboração da pesquisa foram sistematizados os dados de três dissertações de mestrado e uma tese de doutorado que discutem diferentes aspectos de um SAF Sucessional localizado em um sítio que é referência nesta tecnologia agropecuária, o qual está situado no Núcleo Rural Lago Oeste (Distrito Federal). Será analisada a evolução de alguns indicadores de qualidade desse agroecossistema e sua correlação com as metas da agenda para mitigação e adaptação às mudanças do clima. Adicionalmente, será efetuada uma pesquisa observacional onde serão comparados três sistemas com distintas formas na produção de café (dois em sistemas agroflorestais sucessionais e o outro sob monocultivo a pleno sol). Espera-se, ao final, mostrar as vantagens, as potencialidades e os desafios desse sistema de uso da terra frente à urgência da crise climática e seus impactos no curto, médio e longo prazo.