Agroecologia em rede: Estudo de caso da Comunidade que Sustenta a Agricultura Flor de Lótus, Planaltina-DF
Agrarian reform settlement, participatory analysis, social technologyAs Comunidades que Sustentam a Agricultura (CSAs) são uma tecnologia social que une produtores e consumidores em torno de princípios como responsabilidade ambiental e social. Nesse modelo são firmados acordos diretos de médio/longo prazo, considerando os riscos, responsabilidades e benefícios provenientes da produção agrícola a todos os envolvidos. O objetivo do estudo foi identificar os principais desafios e benefícios para agricultores e coagricultores dessa tecnologia social na CSA Flor de Lótus, localizada no assentamento Oziel Alves III do Distrito Federal, bem como a sua dinâmica entre 2020 e 2022. O estudo avaliou as dimensões ecológica e socioeconômica, a partir de avaliação participativa, como método LUME e entrevistas semiestruturadas com os agricultores e coagricultores. Os principais benefícios observados foram aumento da disponibilidade hídrica, fertilidade e biodiversidade, maior integração social, maior resiliência do agroecossistema, aumento da renda líquida monetária dos agricultores e atendimento a número mais elevado de famílias. As principais limitações foram dificuldade de acesso a políticas públicas, logística de transporte e desafio do gerenciamento da complexidade de fatores que envolvem a CSA. Na percepção dos coagricultores, os principais benefícios foram a alimentação orgânica de qualidade, a rastreabilidade e a conexão com outras pessoas e com o meio ambiente. Os principais desafios para sua ampliação são a reeducação de novos coagricultores e dificuldade de adaptação à lógica da CSA. A CSA estudada possui adequação ambiental, viabilidade financeira e integração social em níveis suficientes para o desenvolvimento rural sustentável em assentamento de reforma agrária. As CSAs possuem forte potencial contribuir para a sustentabilidade de sistemas da alimentares e melhoria de vida de agricultores.