Agricultura Familiar e Convivência com o Semiárido em Tempos de Sindemia
Sindemia, semiárido, agricultura familiar
A pesquisa pretende investigar o contexto da agricultura familiar no enfrentamento das crises aprofundadas pela pandemia Covid-19, em particular os constructos estratégicos em curso na região Nordeste e suas interrelações com a promoção de sistemas resilientes, promoção da saúde e segurança alimentar articulados a convivência com o semiárido. Propõe-se um estudo exploratório com uso de método materialista histórico e dialético e de pressupostos do pensamento decolonial. Toma-se como ponto de partida o fenômeno estrutural de crises agudizadas pela pandemia, em especial nos debates em torno da centralidade do sistema agroalimentar hegemônico na determinação social dessas crises e sua interdependência estrutural e totalidade explicativa, na ressignificação do conceito de sindemia. No contexto observa-se proposições sistêmicas às crises na direção de um novo projeto civilizatório, pautado em economias ancoradas em novos valores culturais onde emergem perspectivas da resiliência da agricultura familiar e da agroecológica. Apesar do cenário de crise institucional do governo federal em 2019 e desmonte de programas e política públicas de desenvolvimento regional há evidências que nos estados do Nordeste novos arranjos interinstitucionais e sociopolíticos foram conformadores de processos resilientes às crises. Considerando-se o uso da abordagem de Sindemia Global e sua historicidade contemporânea, far-se-á aproximações ao referencial teórico-conceitual da determinação social do processo saúde-doença em diálogo com a epidemiologia crítica e a agroecologia