DINÂMICA E ECOLOGIA DE ÁRVORES EM FLORESTAS MANEJADAS NA AMAZÔNIA ORIENTAL BRASILEIRA
produtividade, IPA, madeira em pé, dinâmica de árvores, manejo florestal, corte seletivo
A exploração madeireira seletiva nas florestas neotropicais tem afetado diretamente a dinâmica das espécies arbóreas, comprometendo a conservação das espécies e a produção madeireira das florestas. A produção contínua da floresta explorada baseia-se na afirmação de que o recrutamento de novas árvores e o crescimento do diâmetro das árvores restantes compensam a mortalidade das árvores entre os ciclos de corte. O estudo teve como objetivo avaliar a produtividade de volume de madeira em pé de quatro grupos de espécies de valor (baixo, médio, alto valor e misto) em florestas exploradas e não exploradas na Amazônia oriental brasileira. A análise foi baseada em duas classes de tamanho: árvores estoque, árvores para colheita. Em ambos os sítios de estudo (floresta explorada e não explorada) houve a existência de relevante recrutamento de árvores comerciais a as classes de tamanho acumularam volume de madeira em pé para todos os grupos do valor. A maioria das árvores recrutadas observadas durante 33 anos de monitoramento na floresta não explorada permanece na classe de árvores estoque . No entanto, é importante observar sua ocorrência na classe de árvores para colheita em florestas exploradas. Observamos perda significativa da produtividade de volume como resultado da alta mortalidade de árvores. Também se encontrou que a produtividade é influenciada pela riqueza de espécies dentro do grupo de espécies comerciais. A capacidade de recrutamento e de crescimento em diâmetro das árvores remanescentes é limitada e pouco compensa a perda por mortalidade das árvores remanescentes após a primeira exploração. A produtividade florestal é regulada principalmente por espécies não pioneiras demandantes de luz. Espécies tolerantes à sombra pouco contribuem para a produtividade no primeiro ciclo de corte. O monitoramento contínuo das árvores remanescentes é imprescindível para a toma de decisões de manejo. A aplicação de tratamentos silviculturais podem favorecer o crescimento e reduzir a perda de árvores pela mortalidade. As regras nacionais de manejo florestal na Amazônia brasileira precisam ser aprimoradas para alcançar a sustentabilidade do manejo no longo prazo