Efeitos do uso e cobertura da terra na biomassa e diversidade arbórea em área de Cerrado
Cerrado; Biomassa; LULC; Diversidade; serviços ecossistêmicos
A substituição da vegetação nativa por usos antrópicos na savana mais biodiversa do mundo representa um risco à biodiversidade e ao provimento dos diversos serviços ecossistêmicos no bioma, comprometendo os modos de vidas de comunidades e povos tradicionais que estão ligados à paisagem e ao manejo tradicional dela. No contexto global das mudanças climáticas, o aumento das emissões de gases do efeito estufa provenientes da mudança de usos e coberturas da terra no Cerrado tem sido objetos de atenção crescente e as unidades de conservação representam uma estratégia de proteção à biodiversidade e ao fornecimento de serviços ecossistêmicos. No presente trabalho, avaliamos o efeito do uso e cobertura da terra no estoque de biomassa e na diversidade arbórea em uma reserva de desenvolvimento sustentável (RDS Nascentes Geraizeiras) no Cerrado. Amostramos a biomassa acima e abaixo do solo e a diversidade do componente arbóreo (quando presente) na vegetação nativa: cerrado sensu stricto e Carrasco; em áreas de pastagens: aborizadas e sem árvores e em áreas em regeneração natural. O aumento da intensidade do uso terra resulta em menor biomassa na reserva, como na pastagem não arborizada que possui 6.5 vezes menos biomassa que o Carrasco e 5 vezes que o Cerrado sensu stricto. Não há diferenças entre a porção acima e abaixo do solo no mesmo uso da terra e a biomassa radicular está concentrada nas camadas superficiais do solo (0-20, 20-40 cm), exceção das áreas de regeneração natural. A biomassa arbórea deve-se a poucas espécies e ao tamanho das árvores, as quais são deixadas nas pastagens por critérios de utilização dos agricultores. A área basal é o atributo estrutural que melhor explica a biomassa arbórea, exceção à vegetação de Carrasco, e a diversidade arbórea não difere entre os usos da terra e não está associada à biomassa.