FLORESTA URBANA E A PRODUÇÃO DE SERVIÇO ECOSSISTÊMICO: UMA ABORDAGEM METODOLÓGICA PARA ÁREA URBANA DE BRASÍLIA (DF)
temperatura da superfície terrestre, árvores urbanas, métricas de paisagem, conforto térmico.
As cidades estão em constante transformação para atender as necessidades da população. No entanto, a substituição da vegetação nativa por infraestruturas urbanas aumenta a temperatura da superfície terrestre (TST) que está relacionado a diversos problemas ambientais e de saúde pública. Nesse sentido, essa tese teve por objetivo investigar a relação entre a vegetação urbana de Brasília e a TST e criar subsídios para auxiliar as práticas de manejo afim de reduzir o desconforto térmico. A tese foi estruturada em 4 Capítulos. No Capítulo I foi avaliada a relação espaço-temporal entre a TST e coberturas de vegetação e de construção no período de 20 anos. Foi observada forte relação entre o índice NDVI (Normalized Difference Vegetation Index) e a TST, principalmente na primavera e verão que foram as estações com maiores valores de TST. A temperatura apresentou tendência de aumento significativo. O Capítulo II foi desenvolvido para identificar a contribuição de métricas da vegetação urbana no resfriamento do ambiente. Foi observado que as áreas com vegetação rasteira não contribuíram para reduzir a temperatura sazonal da superfície. A vegetação arbórea teve forte correlação com o resfriamento, principalmente devido a cobertura e ao efeito de borda dos fragmentos, que proporcionaram sombreamento e evapotranspiração. O modelo de erro espacial (MEE) apresentou potencial de predição da TST em unidades de análise de 120 a 480 m. No Capítulo III foram abordados métodos para identificação individual de árvore urbana a partir de modelo de altura de copa (Canopy Height Model – CHM). O CHM foi suavizado utilizando os filtros média móvel e gaussiano e aplicado o algoritmo local máximo (LM) para identificação de árvore individual. O filtro média móvel com janela de 5x5 e o LM com janela 5x5 foi o melhor algoritmo para identificação individual de árvore. Por último, no Capítulo IV foi investigado os efeitos das variáveis tridimensionais das árvores urbanas e dos edifícios sobre a sazonalidade da TST. As métricas de percentual de cobertura e densidade de borda dos fragmentos e a altura média e altura máxima das árvores apresentaram efeito negativo sobre a temperatura. As métricas de composição e configuração das edificações contribuem para aumentar a temperatura, porém a altura dos edifícios contribuiu para o resfriamento. A altura dos edifícios foi uma das variáveis com maior contribuição na explicação da variância do modelo random forest. Assim, o manejo da vegetação urbana deve ser realizado considerando os efeitos sazonais da temperatura de superfície. Para melhorar o conforto térmico é importante aumentar o percentual de cobertura de árvores, fragmentos com formatos irregulares e composto por árvores altas, considerando que a altura das edificações também contribui para o conforto térmico.