COMPORTAMENTO DE MADEIRAS TROPICAIS SUBMETIDAS AO INTEMPERISMO ARTIFICIAL E NATURAL
madeiras, intemperismo, tropicais, colorimetria, infravermelho médio
Este trabalho teve como objetivo avaliar o comportamento de madeiras das espécies Simarouba amara Aubl. (Marupá), Manilkara bidentata (Maçaranduba), Cedrela fissilis (Cedro), Tabebuia spp. (Ipê) e Cariniana micrantha Ducke (Jequitibá), sem produtos de acabamento e tratadas com verniz comum e marítimo, submetidas ao intemperismo artificial e natural. Para a execução do experimento artificial foi utilizada uma câmara de envelhecimento artificial seguindo a norma ASTM G154 (2006), e para o experimento de intemperismo natural foi utilizada a norma ASTM D1435 (1994). As amostras foram submetidas a 6 períodos de intemperismo natural totalizando 224 dias de exposição, e as amostras que foram testadas ao intemperismo artificial foram submetidas a 6 períodos totalizando 384 horas de exposição. Entre cada período foram verificados os parâmetros de cor, rugosidade e modificações químicas presentes nas superfícies das madeiras, bem como análise de microscopia eletrônica de varredura (MEV) antes e após o ensaio de intemperismo. Para obtenção dos parâmetros colorimétricos foi utilizado o método de espectrocolorimetria. Para a obtenção dos dados de rugosidade foi utilizado o rugosímetro de arraste de acordo com a norma JIS 0601 (2001). Para análise de modificação química superficial das amostras foi utilizado aparelho de espectrometria de reflectância difusa no infravermelho médio (DRIFT). Após o processo de intemperismo artificial e natural, as madeiras sofreram variação significativa em suas cores, sendo classificadas como apreciável e muito apreciável, nas quais a variação foi mais intensa no processo de intemperismo natural. A madeira de ipê tratada com verniz marítimo foi a que manteve suas características de cor mais preservadas, indicando o verniz marítimo como o melhor tratamento nas condições adotadas. Em relação a análise de rugosidade, o ensaio de intemperismo natural foi mais agressivo que o ensaio de intemperismo artificial, obtendo valores de rugosidade média bem superiores ao primeiro. A madeira de cedro tratada com verniz marítimo foi a que menos sofreu variação nas duas condições de ensaio. Para as configurações de intemperismos utilizadas neste trabalho, foi feito a correlação relacionando o quantitativo de tempo do intemperismo artificial que fosse correspondente ao natural, utilizando as amostras testemunhas. O resultado mostrou que para o cedro de 1 dia de intemperismo artificial corresponde a 4 dias do natural; ipê, de 1 dia de artificial é igual a 2 dias de natural; marupá, 1 dia de artificial igual a 31 dias de intemperismo natural e para a madeira de maçaranduba 1 dia de intemperismo natural corresponde a 4 dias de intemperismo natural. Através da análise MEV foi detectado a possível presença de organismos xilófagos em amostras que foram submetidas ao intemperismo natural. A análise MIR identificou a menor variação ocasionada pelos processos de intemperismo artificial e natural em madeiras de cedro tratadas com verniz.