BENEDITA DA SILVA: CAMINHOS DE UMA MULHER NEGRA E FAVELADA NA LUTA POR DIREITOS HUMANOS NO BRASIL
Benedita da Silva. Direitos Humanos. Aproximação biográfica-narrativa.
A presente Tese irá narrar a caminho de Benedita da Silva enquanto mulher negra e da favela e seu papel protagonista na luta por Direitos Humanos no Brasil. A partir da abordagem qualitativa, com aproximação biográfica narrativa interpretativa, lastreada em levantamento documental, falo de uma “mulher do fim do mundo” que navega nos mares de uma democracia hegemonicamente branca e masculina, assumindo o amor e a fé como motores de sua ação na luta pelo justo. O texto se filia teoricamente ao feminismo negro como escola do pensamento e mobiliza majoritariamente esses diálogos na construção de seu marco teórico. O desenho de estudo visa contribuir no debate acadêmico de visibilização do legado das mulheres negras brasileiras como decisivas na busca por dignidade, a partir dessa vivência única e coletiva que exprime-se em Benedita da Silva, a Bené. A tese é dividida em quatro períodos distintos da sua vida política, cada um relacionado a momentos cruciais da história do Brasil. Cada período é analisado, apontando as relações entre racismo, patriarcado e classe na construção da identidade dessa protagonista e de sua prática militante. Além disso, a pesquisa investiga as estratégias adotadas por Benedita em sua atuação política para promover os direitos humanos e os desafios enfrentados por mulheres negras na política brasileira. O texto analisa sua produção legislativa em Direitos Humanos, assim como seus pronunciamentos na temática. Compreendi no processo de investigação que não podemos enxergá-la apenas como uma Constituinte que fez história há 35 anos atrás. Que o ensinamento que dá é profundo: não desistir de defender as coisas mais belas. Ela segue rompendo paradigmas, segue transformando profundamente a construção política nacional. Bené puxa o horizonte dos Direitos Humanos mais perto dos seus, do povo trabalhador brasileiro. Ela não é passado. É presente, é futuro ancestral, como ensina Ailton Krenak.