Redução microbiana em protetores bucais: análise crítica da literatura e avaliação laboratorial de métodos de limpeza
“protetor bucal; esportes; limpeza; desinfecção; etileno vinil acetato”
“Protetores bucais (MG) são dispositivos poliméricos desenvolvidos para proteção do sistema estomatognático contra traumas, recomendados pela American Dental Association desde 1960. Inicialmente empregados na prática esportiva, estudos recentes têm evidenciado benefícios adicionais, como a proteção cerebral em cabeceios no futebol e a preservação de estruturas orais em pacientes em uso de suporte de vida. Entretanto, os MG apresentam áreas retentivas que favorecem a colonização microbiana, dificultando a higienização e potencializando o risco de acúmulo de patógenos. Até o momento, não existe um protocolo padronizado de limpeza para esses dispositivos. Diante do exposto, o objetivo deste trabalho foi avaliar a eficácia de diferentes métodos de higienização na redução da carga microbiana de MG confeccionados em etilenovinilacetato (EVA), por meio de uma revisão sistemática da literatura, complementada por um estudo in vitro. A revisão sistemática incluiu estudos que quantificaram a redução microbiana em unidades formadoras de colônia ou por absorbância, sendo excluídos estudos com outros materiais, adição de agentes antimicrobianos à superfície ou ausência de quantificação. A busca foi realizada em sete bases de dados (PubMed, Embase, LILACS, Web of Science, Scopus e Cochrane) e literatura cinzenta. Cinco estudos preencheram os critérios de elegibilidade, que tiveram sua qualidade metodológica avaliada pela ferramenta QUINN. Devido à heterogeneidade dos dados, a síntese seguiu o guia Synthesis Without Meta-analysis (SWiM). Substâncias com ação antimicrobiana, particularmente o hipoclorito de sódio, o peróxido de hidrogênio e o cloreto de cetilpiridínio, mostraram maior eficácia na redução da carga microbiana. No estudo in vitro, espécimes de EVA foram inoculados com Streptococcus mutans e submetidos a métodos imersivos (água destilada, hipoclorito de sódio 0,2%, clorexidina 0,12% e Corega Tabs®) e mecânico (escovação com dentifrício fluoretado). A imersão em hipoclorito de sódio e clorexidina 0,12% apresentou maior redução microbiana, corroborando os achados da literatura. Conclui-se que soluções antimicrobianas demonstram potencial para a higienização de MG em EVA, embora estudos clínicos sejam necessários para validar sua aplicabilidade frente a biofilmes complexos.”