Tratar da formação do licenciado é antes de tudo tratar da formação humana. Neste sentido, uma proposta pedagógica que se assenta em um projeto políticopedagógico deve ter em conta alguns aspectos que podem ser considerados essenciais, tais como: a) quem formar? b) como formar? c) o que se pretende com a formação? A resposta a essas três questões se soma à compreensão anteriormente expressa nos objetivos desse projeto Político Pedagógico, a de que precisamos buscar uma formação socialmente referenciada e crítica para nossos estudantes, o que tem relação direta com a concepção de omnilateralidade, que pressupõe que a Educação é o “desenvolvimento de potências ou potencialidades humanas preexistentes no homem, bastando apenas utilizá-las, colocá-las em ato (MARCASSA, 2004, s/p). O Licenciado em Educação Física deverá ser formado para intervir pedagógica e cientificamente no ambiente escolar, com aprofundamento em conhecimentos de natureza técnica, pedagógica, filosófica, histórica e cultural. O curso deverá, portanto, oferecer possibilidades para apropriação de conhecimentos por meio de ensino, pesquisa e extensão, que permitam ao licenciado a apropriação de concepções psico-pedagógicas e investigativasestruturadas com base em uma atitude crítico-reflexiva diante da realidade sóciocultural. Dentre as competências pedagógicas a serem desenvolvidas pelo curso, destacam-se as relacionadas com o domínio da articulação necessária entre as dimensões conceituais, procedimentais e atitudinais do ensino da Educação Física (ZABALA, 2010), a saber: a) Compreensão do papel social da escola e da Educação Física, comprometidos com os valores inspiradores da sociedade democrática, estimulando a construção da subjetividade do estudante na perspectiva da educação para a cidadania no âmbito das ações escolares; b) Domínio dos conteúdos a serem socializados, de seus significados em diferentes contextos, de sua articulação interdisciplinar/transdisciplinar e do trato com a diversidade; c) Domínio do conhecimento pedagógico, na perspectiva da compreensão (aprendizagem significativa), para sua operacionalização no ensino tratando dos conteúdos conceituais, conteúdos procedimentais e conteúdos atitudinais; d) Conhecimento de processos de investigação que possibilitem o aperfeiçoamento da prática pedagógica; e) Gerenciamento do próprio desenvolvimento profissional. Para exercer as funções relacionadas com a docência na área da Educação Física, o egresso deste curso de licenciatura deve demonstrar senso ético nas dimensões profissional e social, assim como assumir o compromisso político com a redução das desigualdades sociais e a construção de uma sociedade justa e solidária. Deve ser um educador competente e se apropriar do necessário embasamento técnico-científico e prático, culto, pesquisador, capaz de construir seu próprio conhecimento, de servir à sociedade, de contribuir para o desenvolvimento social sustentável, de fortalecer os ideais de democracia e o respeito às desigualdades ideológicas e políticas. O licenciado, a partir de uma formação abrangente, deve possuir um consistente embasamento reflexivo e crítico, com ampla visão da história e das questões sociais brasileiras. Deve ter condições de identificar o processo de crescimento e desenvolvimento do ser humano e sua relação com as questões de ensinoaprendizagem, em uma perspectiva histórica, para efetivar propostas de atividades físicas e esportivas onde estejam presentes os princípios de transformação social e emancipação do ser humano. Deve ser detentor de uma base sólida em conhecimentos técnico-científicos sobre o ser humano em suas dimensões biopsicosociológicas, que preserve uma ação educativa integradora sobre corpo, movimento, educação, esporte, saúde e lazer. Deve ser portador de hábitos de estudos e consciente da necessidade de investimento em um processo de formação continuada, que vise a promover o intercâmbio e a socialização de idéias entre educadores, como um requisito para a melhoria da qualidade de ensino na escola brasileira. Deve ser capaz de organizar, planejar, administrar e avaliar a sua prática pedagógica tendo como base o jogo, o esporte escolar, a ginástica, a dança e o lazer, tendo a sua atuação principal direcionada para o exercício da docência nos diversos níveis e modalidades de ensino que compõem a Educação Básica, a saber, em instituições de ensino públicas e privadas, que oferecem Educação Infantil, Ensino Fundamental ou Ensino Médio, em uma perspectiva inclusiva, assim como com a Educação de Jovens e Adultos. Será, também, observada a recomendação de exigência de significativa carga de leitura por parte dos licenciados, considerando, inclusive, a recomendação da proposição de leitura contextualizada, que vise ao aprofundamento de estudos de assuntos relacionados com sua prática docente e com a realidade social observada nos contextos escolares. O licenciado deve se comprometer com as seguintes ações:
valorização do educador como sujeito capaz de participar e efetivar as transformações políticas e pedagógicas nas escolas em que atuarão;
estímulo ao trabalho colaborativo e à construção de redes interconectadas de educadores para intercâmbio de experiências, comunicação e produção coletiva de conhecimento;
inclusão digital a fim de qualificar-se para o uso das tecnologias de comunicação e informação e seus códigos/linguagens.
Importante salientar que o egresso de licenciatura deste Curso detenha conhecimentos das diferenças individuais e sociais: como as físicas, motoras, afetivas, cognitivas e socioculturais do seu futuro aluno (crianças, jovens e adultos) da Educação Básica para intervir com a cultura do movimento humano, tematizados no jogo, esporte, dança, ginástica, lutas, dentre outras manifestações emergente competentemente. Dentre também importantes competências e habilidades esperadas da formação de Licenciatura do presente curso estão: e Conhecimentos sobre a dimensão cultural, histórica, social e política da Educação e da Educação Física. e Conhecimentos pedagógicos sobre didáticas voltadas para conteúdo da Educação Física em articulação a diferentes perfis de alunos da Educação Básica. e Conhecimentos específicos da área de ensino e de aprendizagem, especialmente os aplicados à Educação Física. e Conhecimentos advindos da experiência de vida. Criativo no desenvolvimento de metodologias de ensino apropriadas às especificidades próprias dos alunos nos diversos níveis e modalidades de educação, inclusive, pressupondo neste âmbito, a interação social de pessoas com deficiência e de diferentes níveis de conhecimento, desenvolvimento e aprendizado. Versátil no domínio de tecnologias de informação e de comunicação, aplicadas ao contexto de sua ação didática de forma a fortalecer as possibilidades da Educação Física enquanto disciplina curricular integrada ao projeto pedagógico da escola contextualizada no século XXI. Crítico ao refletir sobre as propostas educacionais aplicadas à corporeidade, de maneira a analisar os seus pressupostos teórico-metodológicos e transformá-los quando necessário. Habilidoso para atuar de forma interdisciplinar em cooperação com outras áreas de produção do conhecimento humano. Capaz de desenvolver um ensino centrado em situações-problemas e na elaboração e execução de projetos que possam ser aplicados em escolas e na comunidade em que se inserem. Consciente de que o corpo é algo indivisível, de forma a superar o modelo tradicional dicotômico e contribuir para elaboração de propostas pedagógicas que levem em consideração que a corporeidade contextualizada na realidade social é fenômeno marcado pela complexidade. Experiente no domínio de estratégias eficientes e adequadas de planejamento e avaliação da aprendizagem. Pesquisador capaz de dedicar-se à dimensão investigativa associada ao seu próprio fazer pedagógico, por meio da problematização da ação educativa. Capaz de reconhecer a escola como um local de produção de conhecimento, de pesquisa, de elaboração de projetos de extensão, e utilizar-se desse espaço para a construção de uma sociedade mais justa, contribuindo para a formação, na prática, da cidadania em nosso país. Capaz de exercitar permanentemente a ética e a responsabilidade.
A implantação do Curso de Graduação em Educação Física ABI da UnB - Licenciatura ou Bacharelado pressupõe a introdução de alterações estruturais na organização dos Cursos atuais da FEF, uma vez que a integração das duas formações começa no chamado tronco comum desenvolvido nos quatro primeiros períodos do Curso e se estende até os troncos específicos da Licenciatura e Bacharelado em várias interfaces em componentes curriculares, como disciplinas optativas, extensão e estágios. Destaca-se também deste PPC que a oferta de seus componentes curriculares tem o potencial de promover e facilitar a dupla formação do discente contribuindo para que ele não fique tempo exagerado em sua formação inicial superior. Muito embora a Licenciatura mantenha a sua autonomia em relação ao Bacharelado, esse último se caracteriza como uma formação voltada para campos de intervenção profissional alternativos fora da escola. Além de atender ao expresso nas diretrizes legais, a concepção pedagógica que norteia a organização curricular do presente Curso baseia-se na Proposta Pedagógica da UnB e, desse modo, tem como princípios o respeito à liberdade e apreço à tolerância, o estabelecimento de relações éticas e solidárias, a vinculação entre o processo formador, o trabalho e as práticas sociais, a promoção do desenvolvimento do espírito científico, do pensamento reflexivo e da postura crítica, a valorização da pesquisa e da investigação científica e o estímulo e valorização da autoformação. Nesta concepção, procura-se privilegiar os princípios da articulação entre ensino, pesquisa e extensão, da interdisciplinaridade, flexibilidade e da indissociabilidade da teoria e da prática, esta última entendida no sentido de que a experiência de ensino deve ser propiciada ao longo do curso, bem como a inserção do aluno em atividades de monitoria e iniciação em pesquisa. O Curso pretende estabelecer uma relação viva e dinâmica entre o passado e o presente, buscando também firmar vínculos com o futuro. Seguindo esse caminho, o estudo da Educação Física apresenta-se, na dinâmica das atividades de sala de aula e nas atividades extraclasse (pesquisa, extensão, estágio, debates, entre outras) como oportunidade de refletir sobre experiências dos que viveram antes de nós, articulandoas com a nossa contemporaneidade e, na medida do possível, projetando ações a partir do conhecimento e análise do passado. As sociedades atuais são caracterizadas pelo afluxo de informações e a Educação Física está presente nelas de diferentes maneiras, servindo para justificar, legitimar ou contestar diversas mensagens. Propiciar condições para que tais processos sejam percebidos e compreendidos é uma das maneiras de reafirmar a conotação ética e humanística do conhecimento da área, que se impõe orientando escolhas, permitindo aos indivíduos perceberem as dimensões históricas de suas inserções sociais, políticas e culturais, fornecendo-lhes, então, instrumentos para escolherem o futuro que desejam. 60 Os seus princípios metodológicos do planejamento e organização didáticospedagógicas levam em conta a questão das individualidades. Sendo os ingressantes com conhecimentos diferentes e, consequentemente, com aproveitamento e aprendizado diferenciados, faz-se necessário considerar que a FEF já possui atividades de inclusão descritas nas políticas de atendimento ao discente. Neste contexto, os professores são elementos fundamentais num processo que envolve sensibilidade de percepção dos mesmos e comprometimento com os princípios da Instituição. Foi fundamental na elaboração da matriz curricular deste Curso envolvimento de todo o corpo docente na elaboração do conteúdo programático dos vários componentes curriculares, com base em ementários que garantissem a disciplinaridade e a interdisciplinar integralizadas, sem perder de vista temas transversais, como, direitos humanos, sexualidade, meio ambiente, dentre outros. No panorama da Educação Física brasileira, existem diversos modelos curriculares com bases epistemológicas e sociológicas distintas levando a metodologias de ensino diversos e invariavelmente divergentes, uma vez que observam a educação em diferentes concepções de homem e de sociedade. Dentre tais modelos destacamse os da educação desenvolvimentista, educação física humanista, da qualidade de vida e promoção da saúde, educação do movimento, estudos cinesiológicos, educação do jogo, crítica superadora, abordagem crítica e emancipatória, dentre outras. Ao buscar a contextualização desse cenário com o corpo docente da Faculdade de Educação Física da UnB, observam-se dificuldades na identificação de um único currículo e, portanto, aqui teremos um currículo eclético com limitações evidentes, mas também com potencialidades uma vez que permite ao seu egresso fazer sua síntese de competência, habilidade, atitude e conhecimento que tenha seu significado pessoal. Espera-se, entretanto, que tais modelos de currículo e suas vertentes pedagógicas, mesmo divergindo nos enfoques, confluem no ponto de chegada: um discente crítico e criativo (aluno autor). Isto requer dinâmicas de trabalho que adotem a perspectiva da pesquisa como princípio educativo, o ensinar pela pesquisa, a valorização das relações solidárias, o permear dos saberes em sala de aula. Pressupostos que estarão presentes no PPC de Educação Física da FEF baseados nos quatro saberes definidos pela UNESCO: saber aprender, saber ser, saber conviver e saber fazer. Há vários docentes da FEF aderentes a metodologia freiriana, também conhecida como Educação Libertadora - entende o discente capaz de libertar-se por meio do conhecimento contextualizado em aspectos socioculturais e o contexto no qual ele está inserido, pois associar o conhecimento à realidade dele ajuda-o a compreender o mundo. Outros, por sua vez, são adeptos do método construtivista piagetiano em que o conceito primordial é o entendimento de que o discente deve ter um papel ativo na construção do seu próprio conhecimento. Os conteúdos didáticos servem de apoio para que o estudante, a partir deles, construam o saber. O processo estimula o debate, a formulação de hipóteses, a solução de problemas e o uso de vivências pessoais. O objetivo não é dar respostas ao estudante, e sim estimulá-lo a questionar. Assim, cada estudante tem seu individual caminhar. Observa-se também no quadro docente da FEF aqueles que admiram e método sociointeracionista viygotskyana — uma abordagem histórica e cultural do desenvolvimento humano em que o discente só desenvolve cultura, linguagem e raciocínio se estiver em contato com seus pares, uma vez que os conhecimentos são mediados por aqueles que o cercam, e as trocas de experiências resultam nas funções mentais superiores. Esta metodologia estima as interações sociais, por isso os trabalhos grupais ganham proeminência. A bagagem histórica que o aluno traz é valorizada, bem como a curiosidade, a autonomia e a participação ativa. Outro método presente no universo docente da FEF, o freinetiano (menos teórica e mais conectada com a vida), orienta-se na ideia de que a educação deve preparar o discente para a experimentação e realização de um trabalho real para atingir avanços no processo de aprendizado. Finalmente, destaca-se as metodologias de ensino híbridas em que prevalecem as possibilidades tecnológicas dos tempos atuais. Entre elas está a sala de aula invertida, que inverte toda a conexão habitual da sala de aula. Nela, a aprendizagem se abre em casa, e não na instituição formadora. O discente faz suas próprias pesquisas na internet e em materiais didáticos online sobre conteúdos indicados previamente e quando chega em aula com conhecimento na bagagem, terá condições de debate temático com o docente e os outros estudantes. O método permite a flexibilizar do tempo da aula em si, que pode ser o espaço de aprofundamento de conteúdos e conhecimentos e de tirar dúvidas. O discente pode fixar ainda mais o conhecimento com recursos multimídia que podem ser disponibilizados pelo docente via, por exemplo, através de plataformas de aprendizagem - a UnB utiliza-se a plataforma Moodle. Vale salientar que as virtudes de tal metodologia é a flexibilidade, colaboração ativa, autonomia do discente, assim como seu protagonismo.
A avaliação do currículo de Graduação em Educação Física e de sua implantação deverá ser realizada por meio da associação de várias abordagens, distribuídas de acordo com a linha de tempo abaixo: Primeiro período: a) Avaliação centrada nos participantes (docentes, discentes e técnicos) Segundo período: a) Avaliação centrada nos participantes (docentes, discentes etécnicos) b) Avaliação de egressos c) Avaliação centrada nos objetivos d) Avaliação centrada na administração Terceiro período: a) Avaliação centrada nos participantes (docentes, discentes etécnicos) b) Avaliação centrada nos empregadores Quarto período: a) Avaliação centrada nos participantes (docentes, discentes e técnicos) b) Avaliação de egressos c) Avaliação centrada nos objetivos d) Avaliação centrada na administração Quinto período: a) Avaliação centrada nos participantes (docentes, discentes e técnicos), Sexto período: a) Avaliação centrada nos participantes (docentes, discentes etécnicos) b) Avaliação de egressos c) Avaliação centrada nos objetivos d) Avaliação centrada na administração Sétimo período: a) Avaliação centrada nos participantes (docentes, discentes etécnicos) b) Avaliação de egressos c) Avaliação centrada nos objetivos d) Avaliação centrada na administração 69 Oitavo período: a) Avaliação centrada nos participantes (docentes, discentes etécnicos) b) Avaliação de egressos c) Avaliação centrada nos objetivos d) Avaliação centrada na administração e) Avaliação centrada nos empregadores f) Avaliação centrada nos especialistas Semestralmente — avaliação centrada nos participantes: por meio de um seminário de avaliação do currículo e das disciplinas com a participação conjunta dos professores e estudantes (organizados por período e por área de conhecimentos), combinado com estratégias específicas para cada um dos segmentos: estudantes, professores e técnicos- administrativos; Anualmente — avaliação dos egressos: por meio de questionário que avalie o processo de formação profissional e as características do mundo dotrabalho. Assim como avaliação centrada nos objetivos (definidos de forma coletiva a partir das etapas anteriores, de forma a cruzar três eixos de objetivos: (1) da universidade; (2) da realidade educacional e (3) dos estudantes e avaliação centrada na administração (comparar as dimensões formativa e somativa da capacidade de lidar com: (a) contexto; (b) planejamento, (c) processo e (d) produto. Duas vezes ao longo do ciclo de formação — avaliação centrada nos empregadores: por meio de um encontro com a participação de pessoas responsáveis pela contratação de recursos humanos nos diversos espaços de atuação profissional do professor de Educação Física; De quatro em quatro anos — avaliação centrada em especialistas: por meio de consultores externos que apresentem uma análise tomando por base padrões públicos de excelência educacional, como os definidos, porexemplo, pelo INEP. Ações decorrentes do processo de avaliação O sistema de autoavaliação bem como de avaliação externa da Universidade de Brasília segue as orientações do Sistema Nacional de Avaliação do Ensino Superior. Todos os componentes curriculares do Curso e seus responsáveis em suas ofertas serão avaliados pelos alunos ao término de cada período letivo. Essa avaliação poderá ser feita através de questionários dentro da plataforma de aprendizagem. As ações decorrentes dos processos de avaliação do curso, serão 70 de responsabilidade do grupo que compõe o NDE, coordenação do Curso e do Colegiada de Graduação, como última instância. 2.10 Gestão do Curso e os processos de avaliação interna e externa A gestão do Curso será planejada considerando a autoavaliação institucional e o resultado das avaliações externas como insumo para aprimoramento contínuo do planejamento do Curso, com previsão da apropriação dos resultados pela comunidade acadêmica e delineamento de processo auto avaliativo periódico do Curso. Tal gestão, e seus respectivos processos de avaliação, será realizada com a participação da Comissão Própria de Avaliação — CPA da UnB.
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