O presente Projeto Pedagógico adota como perfil desejado para o egresso do curso de Bacharelado em Ciência da Computação um perfil alinhado às Diretrizes Curriculares Nacionais estabelecidas pela Resolução CNE/CES nº 5/2016 [DCN16], que define a formação de profissionais capacitados para o desenvolvimento científico e tecnológico da Computação, com sólido conhecimento teórico e prático. O perfil do egresso a ser apresentado a seguir contempla as competências e habilidades esperadas para atuar de forma ética, inovadora e comprometida com o avanço da área de computação: O curso de Bacharelado em Ciência da Computação tem como atividade fim a própria Computação. Seu objetivo é formar recursos humanos para o desenvolvimento científico e tecnológico da Computação. Esse curso se caracteriza pela necessidade de conhecimento profundo de aspectos teóricos da área de Computação, como: Álgebra e Matemática Discreta, Computabilidade, Complexidade e Projeto de Algoritmos, Linguagens Formais e Autômatos, Compiladores e Arquitetura de Computadores. É desejável que os egressos desse curso possam ser empreendedores e estar situados no estado da arte da ciência e da tecnologia da Computação, estando aptos à construção de software para novos sistemas computacionais (software básico). Os egressos devem ser capazes de continuar suas atividades na pesquisa, promovendo o desenvolvimento científico, ou aplicando os conhecimentos científicos, promovendo o desenvolvimento tecnológico na área de Computação.
Com base no perfil de egresso desejado para o Bacharelado em Ciência da Computação, a organização curricular é estruturada para promover o desenvolvimento das competências e habilidades esperadas, conforme às Diretrizes Curriculares Nacionais estabelecidas pela Resolução CNE/CES nº 5/2016 [DCN16]. Os aspectos a seguir contemplam as características desejáveis para o profissional formado, agrupadas em três critérios: a) Aspectos Gerais Espera-se do profissional egresso do Bacharelado em Ciência da Computação que tenha capacidade para aplicar seus conhecimentos de forma independente e inovadora, acompanhando a evolução do setor. Deve, portanto, estar constantemente atualizado nas novas tecnologias. Necessita dominar a língua inglesa, pelo menos para leitura técnica na área. É desejável que possua noções de formação de negócios e conhecimento básico das legislações trabalhistas e de propriedade intelectual. Espera-se que tenha bem 30 desenvolvida a habilidade de trabalhar em grupo e de se comunicar e expressar corretamente em língua portuguesa. b) Aspectos Técnicos O egresso deve possuir conhecimentos científicos e tecnológicos que o habilitem a encontrar soluções computacionais para várias áreas de conhecimento. Deve, portanto, estar preparado para a investigação e desenvolvimento teórico na área de computação, análise e modelagem de problemas computacionais e também projeto e implementação de sistemas computacionais. Espera-se que esteja preparado para desenvolver pesquisa científica e tecnológica, integrando-se com facilidade em programas de pós-graduação. c) Aspectos Ético-Sociais O egresso do Bacharelado deve conhecer e respeitar os princípios éticos que regem a sociedade, especialmente no que diz respeito à área da Computação. Convém que tenha formação humanística suficiente para avaliar o impacto de sua atuação profissional na sociedade. 2.5.2 Área(s) de atuação do egresso Com base no texto apresentado e no perfil desejado para o egresso do curso de Bacharelado em Ciência da Computação, as principais áreas de atuação para os egressos incluem: • Desenvolvimento de Software: Criação e construção de software básico e avançado para novos sistemas computacionais, aplicando conhecimentos teóricos e práticos. • Pesquisa Científica e Tecnológica: Atuação em pesquisa, tanto no meio acadêmico quanto em centros de inovação, promovendo o desenvolvimento científico na área de Computação. • Modelagem e Solução de Problemas Computacionais: Análise, modelagem e desenvolvimento de soluções computacionais para uma ampla gama de áreas, integrando diversas disciplinas. • Empreendedorismo em Tecnologia: Iniciativa para criação e gestão de negócios na área de tecnologia, utilizando conhecimentos de computação e noções de formação de negócios e legislação. • Engenharia de Sistemas e Arquitetura de Computadores: Desenvolvimento e implementação de sistemas computacionais complexos, com foco em arquitetura de computadores e sistemas integrados. 31 • Educação e Pós-Graduação: Continuação dos estudos em programas de pósgraduação, mestrado e doutorado, contribuindo para a formação acadêmica e profissional de novos especialistas. • Consultoria em Computação: Oferecimento de consultoria técnica e estratégica em projetos de tecnologia, auxiliando empresas e instituições a aplicar soluções inovadoras no uso de sistemas computacionais. • Pesquisa e Desenvolvimento em Computabilidade e Complexidade: Atuação no estudo e implementação de novos algoritmos e soluções complexas, ampliando o conhecimento teórico da computação. • Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC): Participação no desenvolvimento e aplicação de soluções de comunicação e informação, adaptando-se às novas tecnologias e tendências do mercado. Essas áreas estão diretamente relacionadas às competências técnicas, científicas e ético-sociais esperadas, promovendo a inovação, a pesquisa e o desenvolvimento tecnológico no campo da Computação.
A metodologia utilizada no curso de Ciência da Computação envolve uma série de práticas pedagógicas e de avaliação de discentes, que são adequadas às especificidades de cada componente curricular, mas seguem algumas diretrizes gerais recomendadas. É fundamental que o plano de ensino de cada componente curricular seja disponibilizado no início das aulas, contendo, além dos objetivos, a ementa, tópicos abordados, distribuição da carga horária, metodologia adotada, critérios de avaliação, material didático e bibliografia básica e complementar. Dessa forma, garante-se transparência e clareza no processo de ensino-aprendizagem. A prática de programação, por exemplo, é essencial para o desenvolvimento do perfil do egresso do Bacharelado em Ciência da Computação, visto que promove a consolidação das competências técnicas previstas no projeto pedagógico. A ênfase não está em uma linguagem de programação específica, mas no desenvolvimento de soluções computacionais robustas e eficientes, utilizando métodos e técnicas que garantam a correção e a eficiência das implementações. Dada essa relevância, a prática de programação deve ser considerada como um componente essencial na avaliação dos estudantes. Grande parte dos componentes curriculares obrigatórios divide sua carga horária 50 entre aulas expositivas e atividades práticas em laboratório, promovendo uma integração contínua entre teoria e prática. Os alunos são incentivados a aplicar de forma prática os conceitos aprendidos, o que reforça o aprendizado e a compreensão dos conteúdos. Para melhor acompanhamento e avaliação das atividades práticas, sugere-se que as atividades sejam acompanhadas de relatórios técnicos que detalhem o problema abordado, a solução proposta e os aspectos técnicos relevantes para a compreensão da execução. O uso de computadores é incentivado tanto nas aulas teóricas quanto nas práticas, criando familiaridade com o ambiente computacional e as ferramentas utilizadas. O ambiente virtual de aprendizagem Aprender3, oferecido pela UnB, é uma ferramenta importante para complementar as atividades presenciais, facilitando a interação à distância entre professores e estudantes, além de agilizar a comunicação e a disseminação de informações. Desde o início do curso, os estudantes são incentivados a ler artigos científicos em inglês e a realizar apresentações escritas e orais. Além disso, eles são encorajados a se envolver em atividades extracurriculares, como projetos de pesquisa, iniciação científica, participação em eventos técnico-científicos e visitas técnicas. Essas experiências proporcionam oportunidades de aplicar o conhecimento de forma prática e integrada, ampliando a formação acadêmica e desenvolvendo habilidades para enfrentar a diversidade e os desafios tanto dentro quanto fora do ambiente universitário. Os alunos ainda são encorajados a realizar estágios ao longo do curso, proporcionando contato direto com o ambiente profissional e preparando-os para o mercado de trabalho. Recomenda-se que as avaliações dos estudantes sejam realizadas tanto de forma individual quanto em grupo. A avaliação individual permite que o aluno demonstre seu conhecimento e habilidades de forma autônoma, enquanto o trabalho em grupo oferece benefícios adicionais para o seu desenvolvimento acadêmico e profissional. Ao trabalhar em equipe, os estudantes desenvolvem competências importantes como a colaboração, a comunicação eficaz, a resolução de problemas de forma cooperativa e o gerenciamento de conflitos. Além disso, o trabalho em grupo estimula o aprendizado interdisciplinar, preparando os alunos para enfrentar desafios em ambientes profissionais que exigem atuação em equipe. Com base nas diretrizes do Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) da UnB (2023-2028) [UNB23], a metodologia do curso também valoriza a integração entre ensino, pesquisa e extensão, promovendo práticas pedagógicas que incentivam a inovação e o empreendedorismo, além de assegurar uma formação ética e cidadã, preparando os estudantes para enfrentar os desafios da sociedade contemporânea.
A avaliação do curso de Ciência da Computação da UnB envolve dois tipos principais de avaliação: a externa, conduzida por órgãos nacionais como o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), e a interna, realizada pela própria universidade sob a coordenação da Comissão Própria de Avaliação (CPA). Essas avaliações garantem a qualidade do ensino oferecido e permitem o aperfeiçoamento contínuo do curso. A avaliação externa, conduzida pelo Inep como parte do Sinaes (Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior), envolve componentes importantes no contexto da graduação. O Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) é uma dessas ferramentas e tem como objetivo avaliar o desempenho dos alunos concluintes, verificando sua compreensão dos conteúdos programáticos, o desenvolvimento de competências e habilidades, além do nível de atualização em relação à realidade brasileira e mundial. Os Indicadores de Qualidade da Educação Superior também são parte crucial desse processo, sendo calculados a partir dos resultados do Enade e do Questionário do Estudante, que coleta dados sobre o perfil dos discentes e sua satisfação com a formação oferecida. Esses indicadores são fundamentais para medir a qualidade dos cursos e da educação recebida. Além disso, o Inep realiza periodicamente o recredenciamento institucional e a avaliação dos cursos, revisando aspectos como a infraestrutura, as práticas pedagógicas, a qualificação do corpo docente e a gestão acadêmica. Esses processos asseguram o reconhecimento e a manutenção da qualidade dos cursos oferecidos pela UnB. A Comissão Própria de Avaliação (CPA) da Universidade de Brasília (UnB) foi instituída pela Resolução do Conselho Universitário nº 31/2013, em conformidade com a Lei nº 10.861/2004, que regulamenta o Sinaes. A CPA é responsável por coordenar os processos de autoavaliação da UnB de forma autônoma, atuando de maneira independente em relação aos demais órgãos da instituição. A Comissão Própria de Avaliação (CPA) da UnB elabora anualmente o Relatório de Autoavaliação Institucional, que resume os resultados das avaliações internas e externas, abrangendo aspectos como infraestrutura, práticas pedagógicas, responsabilidade social e gestão acadêmica. Esse relatório é fundamental para promover melhorias contínuas na universidade, ajustando práticas com base nos dados coletados e nas recomendações das avaliações. A CPA utiliza instrumentos como questionários e pesquisas com docentes, discentes, técnicos e a comunidade externa para identificar pontos fortes e áreas de melhoria, contribuindo para o planejamento estratégico da UnB. Além de coordenar a avaliação interna, a CPA também fornece informações ao Inep para processos de avaliação externa, como o Enade. A avaliação interna da UnB envolve diversos mecanismos essenciais para o 57 acompanhamento da qualidade dos cursos. Um dos principais é a avaliação das disciplinas e dos docentes, realizada pelos estudantes ao final de cada semestre. Nessa avaliação, são analisados aspectos como a organização das disciplinas, o desempenho dos professores, a autoavaliação dos alunos e a satisfação com o suporte oferecido. Além disso, são conduzidas pesquisas socioeconômicas e diagnósticos sobre evasão e desempenho acadêmico. Os dados coletados nessas avaliações são tratados estatisticamente e encaminhados aos institutos, faculdades e departamentos da UnB por meio de relatórios individuais por disciplina. Essas informações são fundamentais para ajustar os planos pedagógicos, identificando áreas de melhoria e garantindo o aprimoramento contínuo dos cursos dentro de um processo permanente de avaliação. O Núcleo Docente Estruturante (NDE) do curso utiliza os relatórios da CPA e as avaliações semestrais dos estudantes para realizar análises periódicas e implementar ações que aprimorem o processo de ensino-aprendizagem, com foco também na redução dos índices de retenção e evasão. As informações obtidas através da avaliação de estágios ajudam a identificar as competências demandadas pelo mercado, orientando ajustes na estrutura curricular. Além disso, os resultados do Enade são considerados pelo NDE para avaliar o desempenho dos concluintes e garantir que o currículo esteja alinhado às exigências profissionais e à realidade brasileira. O Departamento de Ciência da Computação (CIC) tem realizado pesquisas tanto em trabalhos finais de curso quanto em programas de pós-graduação, analisando dados dos seus cursos de graduação para entender fatores que levam à evasão. Essas investigações complementam os relatórios institucionais, oferecendo uma visão mais detalhada sobre os desafios enfrentados pelos estudantes. Esse trabalho é essencial para identificar pontos críticos e propor melhorias, contribuindo diretamente para o aprimoramento do curso e para a redução dos índices de evasão. Nesse contexto, o CIC tem adotado diversas estratégias para reduzir os índices de evasão, que são mais elevados nos primeiros anos do curso. Entre essas ações estão a reformulação curricular e ajustes metodológicos, com foco especial nas disciplinas iniciais, como Algoritmo e Programação de Computadores, que são frequentemente desafiadoras para os novos estudantes. Além disso, o curso implementou programas de acolhimento para calouros, dedicando atenção especial a essa fase crítica. Questionários são aplicados para avaliar tanto as condições socioeconômicas quanto as principais dificuldades enfrentadas pelos estudantes no primeiro semestre. Esses dados são fundamentais, pois a adaptação à vida universitária e o desempenho inicial são determinantes para a permanência dos alunos. O suporte oferecido visa facilitar essa transição e minimizar os obstáculos acadêmicos e pessoais que podem contribuir para a evasão.
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