Projeto Pedagógico do Curso

O perfil do arquivista deve levar em conta os desafios impostos pela sociedade contemporânea, caracterizada pela busca constante da informação e inovação tecnológica, da necessidade de uma visão interdisciplinar da realidade e de garantir e ampliar os direitos e deveres dos cidadãos, dos grupos sociais e comunidades e do Estado. Portanto, o perfil desse profissional deve ser o de questionar, agir, buscar soluções racionais, criativas e inovadoras para garantir a gestão, preservação e o acesso aos documentos e às informações arquivísticos, atendendo, assim, às novas demandas sociais.

 

O governo é um dos principais empregadores do Arquivista em Brasília, os egressos vão majoritariamente para o setor público. Vários órgãos públicos federais abrem vagas para arquivistas com salários em torno de 16 salários mínimos. A proximidade com o poder público é uma vantagem para o profissional graduado na cidade. Um vasto campo de trabalho se apresenta, hoje, também, nas organizações privadas e, muitas vezes, o trabalho também é prestado a pessoas físicas, que querem ter seu arquivo pessoal organizado.

 

Os conteúdos curriculares, segundo as Diretrizes, devem contemplar atividades acadêmicas de formação geral, que possam oferecer coordenadas externas aos campos de conhecimento específicos da Arquivologia, ao lado de atividades acadêmicas de formação específica da área. Nesse sentido, os conteúdos considerados de formação geral, devem envolver aspectos teóricos e práticos de maneira a prover fundamentos para os conteúdos específicos do curso. Os conteúdos específicos, ou profissionalizantes, “sem prejuízo de ênfases ou aprofundamentos”, constituem, segundo as Diretrizes, o núcleo básico no qual se inscreve a formação de arquivistas. As Diretrizes orientam ainda sobre a necessidade de “desenvolvimento de determinados conteúdos como os relacionados com Metodologia da Pesquisa ou com as Tecnologias em Informação, entre outras – poderá ser objeto de itens curriculares”.

 

Para construir seu Projeto Pedagógico de Curso (PPC), as Diretrizes recomendam também que as IES podem adotar modalidades de parceria com outros cursos que possibilite: ministrar matérias comuns; promover ênfases específicas em determinados aspectos do campo profissional; ampliar o núcleo de formação básica; complementar conhecimentos auferidos em outras áreas.

 

Estágios e Atividades Complementares são considerados, nas Diretrizes Curriculares “mecanismos de interação dos alunos com o com o mundo do trabalho em sua área”. Os estágios curriculares são desenvolvidos nos programas dos cursos, com intensidade variável, segundo a natureza das atividades acadêmicas desenvolvidas, e sempre sob a responsabilidade de um docente. As atividades complementares, segundo as Diretrizes, são consideradas ações de monitoria, pesquisa, participação em seminários, congressos, visitas programadas, além de outras atividades acadêmicas e culturais, também orientadas por docentes.

 

Quanto à estrutura do Curso, as Diretrizes orientam para que o Projeto Pedagógico do Curso inclua critérios para a implementação das atividades acadêmicas obrigatórias e optativas e a organização modular, por créditos ou seriada.

O curso de Bacharelado em Arquivologia da UnB pensou as disciplinas que integram o currículo de modo a preparar o profissional para atuar com acervos documentais de empresas públicas e privadas, familiares ou pessoais. Esses acervos podem ser compostos por uma variedade de documentos em papel, em meio eletrônico e digital, incluindo memorandos, relatórios, notas fiscais, contratos, fotografias, mapas, documentos audiovisuais e sonoros, entre outros. A organização de arquivos públicos e privados pode ser muito variada e complexa e exige, além de ética e responsabilidade para lidar com informações e documentos de distintos valores e significados, competências e habilidades gerais e específicas, dentre elas, capacidade de analisar a instituição, investigar e interpretar o contexto em que os documentos foram produzidos, capacidade de planejar e implementar a gestão, preservação e acesso aos documentos de arquivo, aplicando teorias, técnicas e metodologias arquivísticas, concentração e atenção para lidar com grandes quantidades de informação, flexibilidade para lidar com situações e pessoas diversas, capacidade de negociação e iniciativa para o diálogo e cooperação.

 

Estudantes de Arquivologia da UnB devem desenvolver as seguintes habilidades e competências gerais:

 

− Identificar as fronteiras que demarcam o campo de atuação do arquivista.

− Gerar produtos a partir dos conhecimentos adquiridos e divulgá-los.

− Formular e executar políticas arquivísticas adequadas ao perfil institucional.

− Elaborar, coordenar, executar e avaliar planos, programas e projetos inerentes às funções arquivísticas.

− Assimilar e utilizar novos conhecimentos científicos e tecnológicos que possam contribuir para a sua atuação. Faculdade de Ciência da Informação Curso de Arquivologia

− Propiciar o acesso à informação arquivística a todos os indivíduos, grupos e comunidades que dela necessitem.

− Orientar, dirigir, assessorar, prestar consultoria, realizar perícias e emitir laudos técnicos e pareceres referentes aos documentos de arquivo.

− Responder a demandas de informação produzidas pelas transformações que caracterizam o mundo contemporâneo.

− Respeitar e adotar os princípios éticos da profissão.

 

E ter as seguintes específicas:

− Compreender o estatuto probatório dos documentos de arquivo.

− Assegurar a autenticidade e a integridade dos documentos nos trabalhos de processamento técnico e de conservação.

− Identificar o contexto de produção de documentos no âmbito de instituições públicas e privadas.

− Planejar e elaborar instrumentos de gestão de documentos de arquivo que permitam sua organização, avaliação e utilização.

− Realizar operações de arranjo, descrição e difusão.

− Orientar, acompanhar e assessorar a produção e manutenção de sistemas informatizados de gestão arquivística de documentos.

A proposta para o desenvolvimento das atividades nos espaços formativos do curso enfatiza o emprego de metodologias diversificadas que possibilitem a interação entre estudantes e entre estudantes e docentes, de modo a favorecer uma aproximação significativa com os objetos de estudo.

 

No Projeto Pedagógico do curso destacamos, entre outros, alguns princípios pedagógicos que estarão presentes na metodologia:

 

− Integração entre os diferentes componentes curriculares.

− Indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão.

− Flexibilidade curricular.

− Aproximação progressiva à práxis profissional.

− Diversificação dos cenários de ensino-aprendizagem.

− Processo de avaliação com ênfase formativa.

 

No que se refere a plataformas de ensino e aprendizagem, destaca-se a Plataforma Aprender, Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) concebido para apoiar os professores e alunos nas atividades de ensino e aprendizagem as disciplinas da UnB. Este recurso é utilizado pelos professores para disponibilizar conteúdos e ferramentas que permitem o acesso a um curso ou disciplina, facilitando a interação entre alunos, professores e monitores envolvidos no processo de ensino e aprendizagem. Desta forma, a Plataforma Aprender rompe os limites da sala de aula presencial favorecendo e enriquecendo a formação dos estudantes.

 

O Centro de Educação a Distância (CEAD) é o responsável pelo suporte tecnológico aos usuários da plataforma Aprender dentro das ofertas regulares de disciplinas dos cursos presenciais de graduação, extensão e pós-graduação da Universidade de Brasília. O público-alvo são os alunos matriculados regulamente nos cursos presenciais de graduação, pós-graduação e/ou de extensão da UnB e os servidores públicos da UnB, enquanto alunos de cursos de formação e capacitação continuada. Todos os docentes permanentes do Curso de Arquivologia mantêm disciplinas na Plataforma, em apoio às atividades previstas nos planos de ensino.

 

A Plataforma também disponibiliza Recursos Educacionais Abertos, materiais de ensino, aprendizado e pesquisa, que estão sob domínio público. Podem incluir cursos completos, partes de cursos, módulos, livros didáticos, artigos de pesquisa, vídeos, testes, software, e qualquer outra ferramenta, material ou técnica que possa apoiar o acesso ao conhecimento.

 

E, a fim de auxiliar o aluno neste AVA, estão disponíveis cursos e tutoriais sobre o Moodle (Modular Object-Oriented Dynamic Learning Environment20), que é o sistema de gerenciamento de aprendizado da Plataforma Aprender.

 

Além da Plataforma Aprender, há o Acordo de Cooperação com a Rede Nacional de Pesquisa (RNP), com vistas a disponibilizar os serviços de Conferência Web e a Rede café. O primeiro permite a interação de equipes remotas em tempo real, de forma simples, usando um computador ou dispositivo móvel. Basta um navegador instalado, um headset e conexão com a internet para organizar e participar de reuniões com recursos avançados de comunicação e colaboração, como: compartilhamento de áudio, compartilhamento de vídeo por webcam, compartilhamento de documentos nos mais diversos formatos, compartilhamento de desktop, bate papo público ou privado e gravação de reuniões.

 

E o acesso à Comunidade Acadêmica Federada (CAFe) permite participar do serviço de gestão de identidade que reúne instituições de ensino e pesquisa brasileiras através da integração de suas bases de dados. Isso significa que, por meio de uma conta única, o usuário pode acessar, de onde estiver, os serviços de sua própria instituição e os oferecidos pelas outras organizações que participam da Federação. Essa autenticação elimina a necessidade de múltiplas senhas de acesso e processos de cadastramento, gerando uma relação de confiança. Serviços de ensino a distância, acesso a publicações científicas e atividades de colaboração estão entre os maiores beneficiários das infraestruturas oferecidas por federações.

 

O Portal do Curso de Arquivologia < http://arquivologia.fci.unb.br/index.php> é, certamente, o mais importante veículo de interação e comunicação com os estudantes. Nesse ambiente, estão todas as informações sobre o Curso, tais como apresentação, breve histórico, todos os planos de ensino das disciplinas, oferta semestral, fluxo e currículo do curso, manual do curso e documentos de interesse, sobre a profissão, premiações, editais e muito mais. É também o principal veículo de divulgação de notícias (gerais de interesse, da Universidade, da Faculdade e do Curso) e de transmissão de eventos em tempo real. No mesmo Portal, os alunos têm acesso ao Portal do Centro Acadêmicos de Arquivologia (CAARQ) na URL < https://caarqunb.wordpress.com/> e à Empresa Júnior ARCH < https://www.instagram.com/arch.jr/>.

 

O Curso de Arquivologia conta também com o Portal da Profa. Lillian Alvares , em funcionamento desde 2006. Neste ambiente virtual estão contidas todas as disciplinas de graduação e pós-graduação ministradas pela docente. Para cada uma das disciplinas, estão em acesso aberto todos os slides utilizados em sala de aula (média de 20 apresentações por matéria que somam em todas as disciplinas aproximadamente 80 aulas disponíveis para os alunos do Curso de Arquivologia, para os alunos da Faculdade de Ciência da Informação e também a todos os demais interessados), referências, plano de ensino e área privativa para troca de informações e disponibilização de avaliações. Além da área de docência, consta um bloco dedicado às palestras e comunicações orais e um segmento dedicado à memória da Ancib (Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Ciência da Informação), desde a fundação da Associação até 2013.

 

No que se refere a Redes de Comunicação, os docentes do Curso de Arquivologia utilizam portais, sites, blogs, Facebook, Instagram, Google, Google Groups, Google Drive e Whatsapp para se comunicar com os alunos.

Os professores estabelecem os critérios e formatos avaliativos no início de cada semestre letivo, dando ampla divulgação especialmente por meio dos Planos de Ensino (Plano de Curso) entregues no primeiro dia de aula. A forma de avaliação é bastante ampliada: provas escritas, seminários, desenvolvimentos de artigos e projetos, dentre outras. Em geral a avaliação é cumulativa somando todas as notas e estabelecendo uma nota que resulta na menção final. As notas obtidas são convertidas nas seguintes menções institucionais, de acordo com o Artigo 122 do Regimento Geral:

 

A Universidade de Brasília não utiliza instrumento de classificação que permita informar a posição do aluno em relação aos formados de sua turma, ou aos demais alunos da UnB.

 

AVALIAÇÃO DO CURSO

 

A avaliação do Curso de Arquivologia tem a função de regulação e monitoramento das ações de ensino, pesquisa e extensão a serem desenvolvidas pelos professores em consonância com as orientações e observações do Ministério da Educação, da Unidade Acadêmica e da Universidade de Brasília.

 

Ela é feita por meio de diferentes mecanismos: criação de comissão específica para análise e proposta de adequação e/ou reforma curricular; análise da adequação das disciplinas que estão sendo atualmente oferecidas, tanto no âmbito da FCI como em outras unidades acadêmicas; discussões em colegiado; propostas de inclusão de novas disciplinas e/ou exclusão de disciplinas, em função da formação universitária que se pretende proporcionar; avaliação constante de projetos de atividade complementar; avaliação de estágios; avaliação de projetos de extensão; troca de ideias, em caráter informal, entre professores e alunos do Curso de Arquivologia.

 

No entanto, a iniciativa mais importante vem da Comissão Própria de Avaliação (CPA) da UnB. Nas reuniões são discutidos os relatórios de autoavaliação, o Plano de Autoavaliação 2017-2019 da UnB, Pesquisa de Egressos, Resultados do Enade, CPC e outros insumos de avaliação. O último encontro do NDE da Arquivologia com a CPA foi em 12 de agosto de 2019, quando conhecemos o comportamento das turmas ingressantes de 2011 a 2018, entre elas, a taxa de permanência, a taxa de conclusão anual e acumulada, a desistência, o tempo médio de conclusão, fatores de retenção, as disciplinas com problemas de reprovação e finalmente, o destino das mudanças de cursos. Todos os itens acima são base de análise do NDE para mitigação dos problemas, mas destacam-se as ações referentes aos fatores de retenção e as disciplinas com problemas de reprovação.

 

O Curso já passou pelo Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) como componente do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes) criado pela Lei 10.861 de 14 de abril de 2004. Naquela ocasião foram levados em consideração aspectos quantitativos e qualitativos do curso e o resultado foi o conceito ENADE na faixa 4.

 

A prova avaliou se o estudante desenvolveu, durante sua formação, habilidades e competências dentre as descritas a seguir: a) Reconhecer a especificidade do campo arquivístico. b) Identificar as fronteiras que separam a Arquivologia da Administração, da História, da Ciência da Informação, do Direito, e dos conteúdos de outras áreas correlatas. c) Articular elementos teóricos e práticos com propriedade. d) Gerar produtos, desenvolver e aplicar instrumentos de trabalho, formular sistemas e executar políticas institucionais. e) Elaborar, coordenar, executar e avaliar planos, programas e projetos. f) Definir, avaliar e utilizar as novas tecnologias aplicadas à área arquivística. g) Traduzir as necessidades de indivíduos, grupos e comunidades nas respectivas áreas de atuação. h) Realizar ações pedagógicas voltadas à melhoria do desempenho profissional e para a ampliação do conhecimento na área.  i) Desenvolver atividades profissionais autônomas, de modo a orientar, dirigir, assessorar, prestar consultoria, realizar perícias e emitir laudos técnicos e pareceres. j) Compreender o estatuto probatório dos documentos de arquivo. k) Identificar o contexto de produção de documentos no âmbito de instituições públicas e privadas. l) Planejar e elaborar instrumentos de gestão que permitam a organização, a avaliação, o acesso e a utilização de documentos de arquivo. m) Realizar operações de classificação, arranjo, descrição, disseminação e difusão. n) Responder às demandas determinadas pelas transformações que caracterizam o mundo contemporâneo.

 

E adotou como referencial os seguintes conteúdos: a) Fundamentos teóricos da Arquivologia. b) Políticas de arquivo. c) Gestão documental. d) Organização e tratamento de documentos. e) Tecnologias aplicadas aos arquivos. f) Preservação e conservação de acervos. g) Administração de instituições e serviços arquivísticos. h) Memória e patrimônio. i) Metodologia da pesquisa.

 

AVALIAÇÃO DOCENTE

A avaliação do docente segue o modelo de avaliação da Comissão Própria de Avaliação. É realizada principalmente pelos estudantes, ao final do semestre, em todas as disciplinas.

São avaliados:

− Programa da disciplina: identifica o valor atribuído pelo discente ao conteúdo proposto e a coerência entre ementa, programa, bibliografia e objetivos propostos.

− Ensino ministrado: identifica o valor atribuído pelo discente ao desempenho docente no contexto da disciplina ministrada.

− Rendimento discente ou autoavaliação: identifica a percepção dos estudantes sobre sua própria aprendizagem.

− Suporte institucional: identifica o valor atribuído pelo discente às condições de infraestrutura física e laboratorial para as atividades propostas na disciplina.

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