Objetivo: Estimar os custos diretos sanitários decorrentes da assistência hospitalar ao parto e ao neonato no Brasil entre 2011 e 2022, estimar a taxa de mortalidade intra-hospitalar materna e neonatal, além de analisar a associação da idade gestacional do nascimento com os custos hospitalares. Métodos: Esta dissertação foi desenvolvida com dois estudos, um estudo transversal de caráter descritivo e um estudo ecológico de caráter analítico. Ambos utilizaram dados das populacionais do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC) e do Sistema de Informação Hospitalares (SIH), dados abertos e anonimizados. Para a caracterização dos nascidos vivos, foram incluídas declarações de nascimento do SINASC de nascidos vivos no sistema público de saúde do Brasil entre 2011 e 2022. Os registros hospitalares do SIH incluídos foram para neonatos (0 a 27 dias de vida) e mães hospitalizadas para procedimentos de parto. Os custos foram ajustados pela inflação e apresentados em reais (R$). Estudo descritivo: para a descrição dos nascidos vivos, da caracterização das internações hospitalares e dos custos hospitalares, as variáveis numéricas foram estimadas em médias e intervalos de confiança (IC95%), e as variáveis categóricas em medidas de frequência e porcentagem. Estudo analítico: para a análise de associação das classificações de idade gestacional do nascimento com os custos hospitalares neonatais, foram utilizadas as classificações de nascido termo, prematuro moderado a tardio, muito prematuro, prematuro extremo e pós-termo. Foi feita uma análise de Regressão Linear Múltipla de Poisson sendo a variável dependente a soma dos custos da assistência hospitalar neonatal no Brasil em cada mês de cada ano analisado, e a variável independente a frequência por número absoluto de nascidos vivos em cada classificação de idade gestacional. Resultados: Estudo descritivo: maioria dos nascimentos no SUS ocorreu por via vaginal, apresentam um pré-natal adequado (com 7 ou mais consultas), ocorreram em mães na faixa etária entre 20 e 29 anos, foram de recém-nascidos com idade gestacional a termo e peso ao nascer adequado. O custo direto de internações hospitalares para parto e neonatos entre 2011 e 2022 foi de aproximadamente R$ 37,6 bilhões. Partos cesarianos foram responsáveis pela maior parte das despesas com o parto (R$ 11,7 bilhões). As condições de saúde neonatal responsáveis pela maior parte dos custos de internações neonatais foram os transtornos respiratórios e a prematuridade. A taxa de mortalidade intra-hospitalar materna e neonatal foram de 29,7 por 100.000 e 43,2 por 1.000 registros de pacientes internados, respectivamente. Piores taxas de mortalidade e menores custos por mil nascidos vivos foram observados no Norte e Nordeste do Brasil. Estudo analítico: o nascimento a termo foi associado à redução de R$ 325 (IC95% -492; -157) nos custos de hospitalizações neonatais, e as classificações de muito prematuro e prematuro moderado a tardio foram associadas ao aumento dos custos em R$ 2.038 (IC95% 21.818; 25.893) e R$ 4.919 (IC95% 2.749; 7.089), respectivamente. Conclusões: Os custos hospitalares do parto e neonatal representam cerca de 14,6% de todos os custos de atendimento hospitalar no país no período. Os procedimentos de parto cesariano, transtornos respiratórios e a prematuridade se destacaram com maior impacto nos custos. Desigualdades regionais persistem com altas taxas de mortalidade intra hospitalar materna e neonatal e reduzido custo por mil nascidos vivos em regiões de maior vulnerabilidade socioeconômica. Promover políticas públicas voltadas para a redução da prematuridade se faz necessária na redução dos custos hospitalares neonatais.

Introdução: A Doença de Parkinson é uma doença neurodegenerativa, crônica e progressiva que afeta o sistema nervoso central, acarretando em diminuição da produção de dopamina. Essa diminuição leva a alterações na funcionalidade global, gerando déficits cognitivos, que impactam na qualidade de vida dessa população. Objetivo: Comparar os efeitos de um treinamento utilizando a realidade virtual imersiva com um treinamento com ciclismo estacionário ativo sobre a cognição e qualidade de vida de pessoas com DP. Métodos: Tratou-se de um ensaio clínico randomizado, paralelo, controlado e cego, com pacientes diagnosticados com doença de Parkinson, alocadas, aleatoriamente, em 2 grupos: realidade virtual imersiva ou exercício aeróbico. A intervenção teve duração de 8 semanas consecutivas, duração de 45 minutos, 2 vezes por semana. Ambos os grupos foram avaliados antes e após o término, por instrumentos que avaliaram destreza manual (BBT e 9HPT) e cognição (TMT e RAVLT). Resultados: Foram randomizados 29 pacientes. A maioria dos participantes eram homens, com idade média de 60 anos. A análise revelou que houve uma diferença significativa entre os grupos na variável de destreza manual, avaliada pelo box and block test (F(1,19)= 6,947, p= 0,016, d= 0,17). Observou-se nos resultados pré e pós de destreza manual e os de desempenho cognitivo, em ambos os grupos houve uma melhora ou manutenção das médias dos testes. Conclusão: Este estudo demonstrou a efetividade da realidade virtual imersiva e o ciclismo estacionário ativo em relação aos desfechos envolvidos de destreza manual e de cognição de pacientes com doença de Parkinson.

Introdução: A entorse lateral de tornozelo (LAS) frequentemente leva a déficits persistentes de função e força, mas seu impacto sobre as propriedades mecânicas dos músculos da panturrilha e do tendão de Aquiles (AT) permanece incerto. Objetivo: Investigar os efeitos da entorse lateral aguda de tornozelo (LAS) nas propriedades mecânicas dos músculos da panturrilha e do tendão de Aquiles (AT), juntamente com a função do tornozelo, dor, edema e força, em comparação com um grupo controle pareado ao longo de um período de seis semanas. Métodos: Catorze participantes com LAS aguda (≤72 horas pós-lesão) e 14 controles saudáveis foram avaliados no início do estudo e novamente após seis semanas. A rigidez do tríceps sural e do AT foi avaliada por meio de elastografia por onda de cisalhamento (SWE). A função do tornozelo, dor e edema foram avaliados, respectivamente, pelo Foot and Ankle Outcome Score, pela Escala Visual Analógica e pelo método da figura de oito. A força de flexão plantar foi medida com um dinamômetro isométrico. Resultados: Não foram encontradas diferenças significativas na rigidez muscular da panturrilha ou do AT entre ou dentro dos grupos. No entanto, um efeito do tempo indicou um aumento geral na rigidez do AT ao longo do tempo. No início do estudo, o grupo LAS apresentou escores significativamente mais baixos de função do tornozelo e níveis mais elevados de dor e edema em comparação aos controles. As análises dentro do grupo mostraram melhorias significativas na função do tornozelo, dor e edema na avaliação de seis semanas; no entanto, a função do tornozelo permaneceu significativamente inferior no grupo LAS em comparação aos controles. Nenhuma interação significativa grupo × tempo foi observada para o torque de pico, mas um efeito de grupo indicou menor torque de pico no grupo LAS, enquanto um efeito de tempo demonstrou aumentos gerais no torque de pico ao longo do tempo. Conclusão: A LAS reduz significativamente a função do tornozelo e causa dor e edema, mas não parece induzir alterações notáveis na rigidez dos músculos da panturrilha ou do AT dentro de seis semanas. Os profissionais de saúde devem considerar o grau da lesão, o tempo desde a entorse e as condições de carga durante a  reabilitação, pois esses fatores afetam os músculos da panturrilha e o AT.

Objetivo: Descrever e analisar os indicadores de processo e resultados relacionados à deglutição orofaríngea em uma unidade de pronto socorro de um hospital público de alta complexidade do Distrito Federal. Método: Trata-se de um estudo descritivo retrospectivo analítico. Os dados selecionados foram obtidos através de um período de 12 meses, de Setembro/2019 a Agosto/2020. Os dados que permitiram a determinação dos indicadores de qualidade foram coletados do prontuário eletrônico, dos registros de atendimentos fonoaudiológicos e da utilização de fichas descritivas de indicadores de atendimentos realizados na unidade do pronto socorro. Para este estudo as variáveis analisadas foram as informações sobre indicadores de qualidade de processo e de resultados. Este trabalho foi submetido à aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) com seres humanos, aprovado com Número do Parecer: 5.988.413. da instituição proponente e com o número do parecer: 6.170.520 da instituição coparticipante. Resultados: A amostra foi composta por 459 pacientes que foram avaliados pela equipe de fonoaudiologia no período de 12 meses. Foram apresentados dados de forma quantitativa e qualitativa, de acordo com as variáveis analisadas que corresponderam a indicadores de processos e resultados. Conclusão: a adesão e a utilização de indicadores de desempenho por serviços de Fonoaudiologia permitirão melhorias nos processos assistenciais e trarão benefícios diretos aos pacientes, além do fortalecimento da prática baseada em evidências.

Introdução: A esclerose múltipla (EM) é uma doença crônica e autoimune que afeta o sistema nervoso central (SNC) caracterizada por uma reação inflamatória que acomete a bainha de mielina. Apesar da sua etiologia não estar completamente estabelecida, sabe-se que existe a influência de fatores ambientais, genéticos e epigenéticos em sua causalidade quando estes interagem com fatores de riscos modificáveis. Os exergames apresentaramse como instrumentos potencialmente potentes para reabilitação de pacientes com EM. É um recurso que possibilita trabalhar de maneira concomitante domínios cognitivos e funções de membros superiores, de forma interativa e motivadora. Objetivo: Comparar os efeitos de um treinamento utilizando intervenção com RV por meio do vídeo game Nintendo Wii® associado a um treino convencional versus um treinamento convencional isolado, sobre a destreza manual, força de preensão manual, função cotidianas de MMSS, cognição, autopercepção de qualidade de vida e fadiga de pacientes com EM, além de avaliar a viabilidade terapêutica dos jogos utilizados. Materiais e métodos: Ensaio clinico randomizado, com dois grupos. Grupo experimental que realizou o treino com exergame utilizando Nintendo Wii® associado a um treino convencional versus grupo controle que fez apenas o treino convencional. Ambos os grupos participaram de 16 atendimentos individualizados e na presença do terapeuta/treinador. Foram feitos dois momentos de avaliação: antes do início da intervenção (baseline) e o segundo momento até uma semana após a finalização da intervenção. As reavaliações foram realizadas com os mesmos instrumentos que fizeram parte da avaliação inicial. Considerando como desfecho primário destreza de membro superior, utilizado o instrumento Nine Hole Peg Test (NHPT). Foram elegíveis indivíduos entre 18 e 60 anos, com diagnostico confirmado de Esclerose Múltipla de acordo com os critérios de McDonald. Resultados: espera-se que o grupo experimental obtenha uma melhora estatisticamente maior do que o grupo controle, uma vez que será potencializado por uso de tecnologia. Redução do tempo de execução do NHPT após o treinamento, apenas no GW (p=0,033), melhora significativa no GW (p=0,03) da coordenação motora grossa, redução significativa no tempo de execução nas atividades Bimanuais (p=0,03) e em Todas as Tarefas (p=0,04), apenas no GW.

O Presente estudo tem como objetivo avaliar a confiabilidade intra e interavaliadores por meio do dinamômetro isométrico E-lastic utilizando a força máxima de contração isométrica voluntária dos músculos que envolvem a flexão e extensão da articulação do joelho em indivíduos saudáveis. A análise estatística foi realizada utilizando Confiabilidade de Correlação Intraclasse (ICC), Intervalo de Confiança (IC) para diferença média, Erro Padrão de Medição (EPM) e Mudança Mínima Detectada (MDC) por meio dos softwares Microsoft Excel, Prism e Statistical Package for the Social Science (Spss). Os pressupostos de normalidade dos dados foram atendidos por meio do teste de Shapiro Wilk. Foram selecionados 36 voluntários saudáveis, divididos em homens (27%) e mulheres (83%), selecionados entre 18 e 55 anos, com idade média de 21 anos e desvio padrão (DP) de 2,70 após análise dos dados. Para as conclusões finais, definiu-se com alta confiabilidade teste-reteste para movimentos do joelho utilizando o novo dispositivo.

A dor lombar (DL) é uma condição prevalente e uma das principais causas de anos vividos com incapacidade no mundo. No Brasil, a prevalência de DL aumentou aproximadamente 30% nas últimas décadas, gerando impacto social e alto custo para o sistema de saúde. A DL é uma das principais demandas da atenção primária à saúde (APS), e impõe um desafio constante aos profissionais de saúde. As decisões iniciais no manejo da dor lombar têm impactos na utilização de recursos e nos custos em saúde. As diretrizes clínicas atuais priorizam tratamentos não medicamentosos como primeira linha, e recomendam a utilização de exames de imagem apenas em casos de bandeira vermelha. Entretanto, um dos desafios tem sido a implementação prática de tais recomendações. Deste modo, o objetivo foi investigar se as práticas em saúde adotadas para o manejo da dor lombar na APS, especificamente na capital do Brasil, têm considerado as recomendações de guias clínicos. Metodologia: Coorte retrospectiva (1 ano) com dados de prontuários eletrônicos de pessoas >18 anos, com DL, excluindo-se gestantes ou cirurgias prévias, atendidos na APS em Brasília, Brazil. Foram incluídos dados de 13 unidades de saúde. Analisamos a aderência às recomendações com base em informações disponíveis nos prontuários. Definiu-se período de 6 meses de ausência de consultas prévias para DL. As pessoas foram agrupadas conforme atendimentos de: G0) médico/enfermeiro; G1) Médico, enfermeiro e encaminhamento ao fisioterapeuta; G2) fisioterapeuta como primeiro contato. Os registros foram organizados cronologicamente e foram extraídas informações sobre recursos prescritos e tempo de encaminhamento à fisioterapia. Os dados foram analisados descritivamente. A proporção de participantes nos grupos considerou como denominador o total de pessoas na amostra, para exames de RX utilizamos como denominador o total de exames. Para as ações em emergência, consideramos o total de pessoas em cada grupo.

Resultados: Foram incluídos os dados de 367 pessoas (G0: 245; G1: 66; G2: 56), com idade média 49 anos (DP: 18), maioria do sexo feminino 70,3% (N: 258) e com ensino médio 44% (N:124). Observamos 16 (4%) pessoas encaminhadas para o fisioterapeuta de modo aderente às diretrizes clínicas, outras terapias: 6 (2%) e 102 (28%) tiveram prescrição de exames de imagem na consulta inicial, contrário às recomendações. Quanto ao manejo da DL na APS, 66 (18%) pessoas foram encaminhadas para o fisioterapeuta (G1), com tempo médio de 103 dias (mediana: 53). Encontramos um total de 20 (5%) encaminhamentos para outras terapias. O número total de exames solicitados foi de 287, sendo o RX o mais solicitado (62%). Encaminhamentos a especialistas foram frequentes, especificamente 93 (25%) pessoas encaminhadas para ortopedia e 13 (4%) com outras especialidades em um total de 198 consultas. Foram realizados 90 atendimentos em emergência na amostra investigada (destes, 77% no G0, 17% no G1 e 7% no G2). Conclusão: Nossos achados demonstraram que as condutas clínicoassistenciais para dor lombar na APS ainda carecem de adequação às recomendações de diretrizes clínicas. Os tratamentos, em sua maioria, se mostraram centrados em exames de imagem e consultas de especialistas. Intervenções fisioterapêuticas de modo aderente às recomendações de tratamento, e outros tratamentos não medicamentosos, foram pouco frequentes. Entretanto, observamos que as pessoas encaminhadas para a fisioterapia apresentaram uma frequência menor de atendimentos em emergências. Nossos dados sugerem a necessidade de novos estudos que investiguem os custos relacionados ao manejo da dor lombar em serviços primários de saúde no Brasil, para favorecer uma melhor tomada de decisão de gestores e profissionais de saúde.

Introdução: A hospitalização de idosos é um desafio crescente e de alto risco, frequentemente associada a maior mortalidade. Avaliar fragilidade, capacidade funcional e desempenho físico pode ajudar a prever a mortalidade hospitalar e melhorar o cuidado aos idosos. Objetivo: Investigar a associação entre a fragilidade, capacidade funcional e desempenho físico na admissão hospitalar com a mortalidade hospitalar de idosos. Método: Estudo observacional longitudinal com idosos internados em hospital público do Distrito Federal, Brasil. As variáveis independentes foram: fragilidade (fenótipo de fragilidade), a capacidade funcional (Katz e Lawton) e desempenho físico (SPPB), e a variável dependente foi a mortalidade hospitalar. Foram realizadas análises de regressão logística univariada e multivariada. Dados sociodemográficos, antropométricos e clínicos foram coletados para ajuste das análises. Resultados: Entre os 170 participantes, 7,6% foram a óbito durante a internação. O grupo que foi a óbito apresentou maior tempo de internação (U= 572,00; p=0,009). A regressão logística univariada mostrou que a chance de óbito aumentou em 115% a cada critério adicional de fragilidade, e reduziu em 21,8% 27,8% a cada ponto adicional na SPPB e no Índice de Katz, respectivamente. Na análise multivariada, apenas o desempenho físico foi significativo para prever a mortalidade hospitalar, com cada ponto adicional na SPPB reduzindo a chance de óbito em 22,3% (OR=0,777 [IC 95% 0,663 – 0,912]).
Conclusão: O desempenho físico na admissão hospitalar, avaliado pela SPPB até três dias da admissão, está associado à mortalidade hospitalar em idosos e destacou-se como preditor significativo, mesmo quando analisado junto com fragilidade e com capacidade funcional.

Introdução: A popularidade global do triatlo, com mais de 120 federações nacionais e milhões de atletas, resultou em um aumento de lesões, especialmente a tendinopatia do tendão de Aquiles, que afeta 12-24% dos triatletas de longa distância e 7,7% dos de curta distância. Compreender as adaptações morfológicas do tendão de Aquiles e dos músculos da panturrilha é crucial. Objetivo: Este estudo compara a rigidez do tendão de Aquiles e dos músculos da panturrilha entre triatletas e controles fisicamente ativos, identificando diferenças nas camadas superficial, média e profunda dos músculos da panturrilha entre e dentro desses grupos. Métodos: Um estudo transversal foi realizado com 42 participantes divididos em quatro grupos: 10 triatletas masculinos, 10 controles masculinos, 11 triatletas femininas e 11 controles femininas. A elastografia por onda de cisalhamento avaliou a rigidez do tendão de Aquiles e dos músculos da panturrilha. Resultados: Não foram encontradas diferenças entre os grupos para a rigidez geral do tendão de Aquiles e dos músculos da panturrilha. No músculo sóleo, a rigidez da camada superficial foi maior no grupo controle masculino em comparação às triatletas femininas (p = 0,002). Além disso, a camada média foi mais rígida no grupo controle masculino em comparação aos triatletas masculinos (p = 0,023) e às triatletas femininas (p = 0,028). Finalmente, a camada média foi mais rígida nos controles masculinos em comparação às triatletas femininas (p = 0,008). As diferenças dentro dos grupos mostraram que a camada superficial era geralmente mais rígida do que as camadas médias e profundas em todos os grupos e músculos. Notavelmente, no gastrocnêmio lateral, a camada profunda apresentou maior rigidez em comparação à camada média apenas para os controles femininos (p = 0,014). Conclusão: O triatlo não afeta a rigidez geral do tendão de Aquiles e dos músculos da panturrilha, mas as diferenças nas camadas musculares destacam a necessidade de uma abordagem segmentada na elastografia, que pode revelar efeitos específicos do treinamento ou riscos de lesão.

Introdução: O sistema músculo esquelético conta com a interação entre diversas estruturas teciduais como músculos e ossos para transmitir eficientemente as forças e manter a estabilidade das articulações. A junção miotendínea (JMT) é um ponto crucial onde músculo e tendão se encontram para essa transmissão de força; porém é uma área vulnerável a lesões também. Lesões no tendão calcâneo podem afetar consideravelmente essas interações complexas e demandar processos de recuperação que envolvem inflamação celular e remodelação dos tecidos. Nesse sentido, o estudo dos padrões de proteínas em tecidos afetados como o músculo gastrocnêmio e a JMT proporcionam uma compreensão das mudanças moleculares durante o processo de recuperação. Objetivos: A proposta deste estudo foi investigar o perfil de proteínas no músculo gastrocnêmio e na JMT após uma lesão parcial no tendão calcâneo com o intuito de identificar as proteínas com diferentes expressões e os processos biológicos presentes nas etapas de recuperação. Métodos: Trinta ratos Wistar foram divididos em cinco grupos experimentais: grupo controle e quatro grupos submetidos à lesão parcial de tendão, com análise em diferentes tempos pós-lesão 3, 14, 28 e 55 dias. A lesão foi realizada, após coleta dos músculos gastrocnêmios e JMTs para a realização da análise proteômica. As proteínas extraídas dos músculos foram quantificadas e analisadas por espectrometria de massa LC-MS/MS e posterior análise bioinformática para identificação das proteínas reguladas e enriquecimento de vias biológicas. Objetivos: Trinta ratos Wistar foram divididos em cinco grupos experimentais: grupo controle e quatro grupos submetidos à lesão parcial de tendão, com análise em diferentes tempos pós-lesão 3, 14, 28 e 55 dias. A lesão foi realizada, após coleta dos músculos gastrocnêmios e JMTs para a realização da análise proteômica. As proteínas extraídas dos músculos foram quantificadas e analisadas por espectrometria de massa LC-MS/MS e posterior análise bioinformática para identificação das proteínas reguladas e enriquecimento de vias biológicas. Resultados: Os resultados mostraram mudanças importantes no perfil proteômico ao longo do tempo. Três dias após a lesão, observou-se uma forte regulação de proteínas ligadas à inflamação e ao estresse oxidativo, sinalizando uma resposta inicial de defesa. Aos 14 dias, o perfil passou para uma fase de adaptação, focada em metabolismo energético e reorganização estrutural. No período de 28 dias, destacaram-se proteínas associadas à regeneração e controle da inflamação. Finalmente, aos 55 dias, o perfil sugeriu um retorno à homeostase, indicando que o tecido entrava na fase avançada de recuperação. Conclusão: O estudo revelou a complexidade e a dinâmica temporal das respostas moleculares após lesão parcial do tendão de Aquiles. A regulação específica de proteínas associadas à resposta inflamatória, ao metabolismo energético e à estrutura celular demonstra o papel adaptativo do músculo gastrocnêmio e da JMT. Esses achados proporcionam uma base para o desenvolvimento de intervenções terapêuticas que possam acelerar a recuperação funcional e prevenir futuras lesões em estruturas musculoesqueléticas.

Objetivo: Descrever o desempenho de deglutição, linguagem e cognição e os dados sociodemográficos de idosos predominantemente, além de verificar a associação entre a deglutição e os demais fatores. Metodologia: Estudo transversal analítico, com amostra não-probabilística por conveniência e coleta de dados por telechamada. Foi aplicado o teste de triagem de broncoaspiração (Yale Swallow Protocol) para identificação e exclusão dos idosos com risco de broncoaspiração. Em seguida, realizou-se coleta de dados sociodemográficos e aplicação dos instrumentos de: atividade de vida diária (AIVDs), risco de disfagia (EAT-10), rastreio cognitivo (Mini Exame do Estado Mental – MEEM) e linguagem (Bateria Montreal-Toulouse de Linguagem – MTL-Brasil). Resultados: A amostra foi composta por 32 idosos do Distrito Federal, com média de idade de 69,00+7,73 anos e de tempo de estudo de 10,00+5,60 anos. Os escores nos instrumentos EAT-10, MEEM e Bateria MTL apresentaram-se foram alterados e indicaram risco de disfagia, alteração cognitiva e de linguagem em quatro, 22 e 26 idosos, respectivamente. Sobre a alimentação, 13 idosos (40%) apresentaram queixa de necessidade de comida modificada, sendo 10 deles com escore no MEEM sugestivo de alteração cognitiva e seis com dependência parcial para alguma atividade de vida diária. Ao comparar os grupos com e sem queixa ou risco de disfagia, não houve diferença estatisticamente significante em relação às variáveis sociodemográficas, cognitiva e de linguagem. Os modelos de regressão logística binária também evidenciaram resultados não significantes. Conclusão: Apesar dos resultados estatisticamente não significantes, os idosos com queixa de deglutição apresentaram resultados sugestivos de alteração cognitiva e de linguagem.

Introdução: A Paralisia Cerebral (PC) ocorre por uma lesão não progressiva no sistema nervoso na infância causando alterações de diversos sistemas e demandas contínuas de cuidados de saúde. O objetivo do estudo é descrever os custos com cuidados em saúde com PC no âmbito hospitalar e ambulatorial pelo Sistema Único de Saúde entre os anos de 2015 e 2019. Métodos: Estudo descritivo, analisado a partir de dados do Sistema de Informações Hospitalares e Sistema de Informações Ambulatoriais sobre gastos governamentais com internações hospitalares e procedimentos ambulatoriais com PC a nível nacional. Obteve-se o sexo e idade do paciente, quantidades de diárias e de procedimentos ambulatoriais, código CID para diagnóstico principal e valores totais hospitalares e ambulatoriais. Os custos foram corrigidos pela inflação considerando o índice IPCA. Resultados: Entre os anos de 2015 e 2019 o gasto do SUS com cuidados em saúde com pacientes PC foi de aproximadamente R$ 400 milhões; sendo os atendimentos ambulatoriais responsável por 78% do total. No sistema hospitalar foram registradas 43.454 AIH, sendo 58,37% do sexo masculino; com uma média de custo de R$1.857,09. A maior parte foi referente a classificações CID não específicas [G808 – 39,83% e G809 – 14,29%]. As quantidades de registros de diárias, diárias de UTI, diárias de acompanhante e de permanência foram 868.911, 11.918, 77.471 e 878.347; respectivamente. Adultos [30-59 anos] representam a maior parte dos registros hospitalares (35,83%), totalizando cerca de R$ 35 milhões. No sistema ambulatorial foram registradas 5.677.939 APAC, sendo 55,72% do sexo masculino, e uma média de R$52,41. A quantidade de procedimentos aprovados foi de 12.246.776; 41,69% foram referentes ao código G800, porém com muitos registros para códigos não específicos [G808 – 15,16% e G809 – 23,73%]. Crianças [0-12 anos] representaram a maioria (63,94%), totalizando cerca de R$ 168 milhões. Conclusão: Observou-se um grande número de registros de CID não específicos e, um custo considerável advindo dos cuidados em saúde com PC no Brasil, sendo a maior parte referente aos atendimentos ambulatoriais, reforçando a necessidade de políticas públicas de prevenção. E por fim, as variáveis idade, raça/cor, tipo de PC e uso de UTI, no SIH, são capazes de explicar os custos públicos com PC no SIH e SIA.

Introdução: A dor lombar é a principal causa de incapacidade no mundo, causando grande impacto socioeconômico e nos sistemas de saúde. Indivíduos acometidos por condições crônicas foram amplamente afetados pela pandemia de COVID-19. Nesse cenário, a saúde móvel (m-Health) tornou-se popular, principalmente devido ao uso generalizado de smartphones. Apesar do número considerável de aplicativos para dor lombar disponíveis no mercado, a eficácia dessas tecnologias não está estabelecida e ainda existe uma lacuna quanto às evidências da eficácia do uso isolado de aplicativos móveis no manejo da dor lombar. Objetivo: Investigar a eficácia de intervenções por meio do uso da mobile-health na melhora da dor e incapacidade de indivíduos com dor lombar crônica, comparado a cuidados usuais em saúde. Métodos: Foi realizada uma revisão sistemática com metanálise comparando a tecnologia m-health a cuidados usuais ou nenhuma intervenção. Foram incluídos como desfechos primários a intensidade da dor e a incapacidade, e como desfecho secundário a qualidade de vida. Resultados: Foram incluídos 5 ECR totalizando 894 participantes. Os estudos demosntaram um efeito positivo de qualidade moderada para intensidade da dor (MD -0,86; IC95% -2,29;0,58) e para incapacidade (SMD -0,24; IC95% -0,69; 0,20) a favor da m-health. A maioria dos estudos apresentou vieses metodológicos como uma alocação não oculta e não cegamento de sujeitos, participantes e terapeutas. Conclusão: Nossa revisão sugere efeitos clínicos positivos advindos do uso da m-Health na melhora da intensidade da dor e da incapacidade de indivíduos com dor lombar, em comparação a cuidados usuais. No entanto, devido aos vieses encontrados, as evidências permanecem inconclusivas e futuros ensaios clínicos são necessários

Entre os acometimentos a que os indivíduos idosos estão sujeitos e que comprometem a sua deambulação destacam-se as fraturas de colo de fêmur, que são tratadas com a artroplastia de quadril. Diversos fatores têm sido associados aos resultados físico-funcionais no pós-operatório de artroplastia de quadril, entretanto, a maioria dos estudos investigou a deambulação tardia, apenas no sexo feminino ou em pacientes sem comprometimento cognitivo. O objetivo do estudo foi identificar se idade, estado cognitivo, índice de massa corporal, força muscular e capacidade funcional estão associados à deambulação no pós-operatório imediato de artroplastia de quadril em idosos com fratura de colo de fêmur.Secundariamente, objetivou-se verificar se as ferramentas de avaliação dos fatores associados poderiam predizer a capacidade de deambulação no pós-operatório. Métodos: Tratou-se de um estudo observacional, longitudinal e prospectivo, com amostra de conveniência recrutada no período de junho de 2021 a dezembro de 2022. Foram incluídos todos os indivíduos com idade igual ou superior a 60 anos, de ambos os sexos e que foram admitidos na Unidade de Traumatologia e Ortopedia do Hospital de Base do Distrito Federal, com diagnóstico de fratura de colo de fêmur submetidos à artroplastia de quadril. Antes da cirurgia, foram avaliados idade, Índice de Massa Corporal (IMC), estado cognitivo (Mini Exame do Estado Mental), capacidade funcional (Índice de Barthel Modificado) e força muscular (dinamometria de preensão palmar). Até o terceiro dia pósoperatório, os participantes foram avaliados quanto à capacidade de deambulação (≥10 passos). Foram realizadas análises descritivas, comparações de médias, medianas e proporções e regressão logística binária univariada e multivariada, com intervalo de confiança de 95%. Resultados: Foram acompanhados 62 idosos. Os idosos capazes de deambular apresentaram significativamente menor idade e maior força muscular comparados aos idosos incapazes de deambular no PO. Na análise de regressão logística univariada, as variáveis idade, estado cognitivo, capacidade funcional e força muscular se associaram à capacidade de deambulação no PO (p<0,05), com OR variando de 0,819 a 1,314. Essas variáveis foram incluídas em regressão logística multivariada, no qual o estado cognitivo e a força muscular mantiveram-se significativos (X²=10,640; p=0,001, R²Negelkerke=0,692). Adicionalmente, o MEEM e a dinamometria de preensão palmar apresentaram-se acuradas para prever essa capacidade de deambulação no PO. Conclusão: Idosos com fratura de colo de fêmur com maior força de preensão palmar e melhor estado cognitivo têm maiores chances de deambular até o terceiro dia de pós-operatório de artroplastia de quadril. O MEEM e a dinamometria de preensão palmar podem ser utilizados na triagem pré-operatória visando reconhecer o risco de insucesso da deambulação imediata e direcionar intervenções eficazes.

Este estudo teve como objetivo apresentar técnicas para o desenvolvimento de um equipamento a ser utilizado na reabilitação pélvica feminina, a qual precisa ser avaliada, de modo a se aplicar as terapias mais adequadas. Buscou-se contemplar desde a confecção dos sensores (array), responsáveis pela captação do estímulo de força, o desenvolvimento do circuito de processamento e a confecção do console, para acomodar esses circuitos. Expôs-se detalhes do desenvolvimento do equipamento, contemplando os aspectos construtivos do projeto mecânico da sonda e detalhes da eletrônica envolvida. Experimentos foram realizados em um dinamômetro adaptado para aplicar forças aos sensores e validá-los, a fim de comprovar a eficiência do sistema, que, para minimizar a instabilidade dos circuitos eletrônicos, deverão ser incluídos para correção da instabilidade. Ao final, foram obtidos resultados satisfatórios com aquele. A correlação entre a força aplicada e a resposta dos sensores não sofreram grandes variações, o que satisfaz a performance e o controle do sistema, que se pretende inserir nos atendimentos clínico e ambulatorial.

Em 2019 surgiu na China, um vírus altamente contagioso responsável por uma pandemia, chamado SARS-CoV2. Entre os sintomas de cansaço, febre, tosse seca e insuficiência respiratória, alguns têm se destacado e atraído pesquisadores: anosmia e disgeusia. Foi proposto nesse estudo uma avaliação do sistema sensório-motor-oral de modo mais amplo possibilitando uma melhor compreensão desses aspectos nesse público. Por meio dos achados encontrados após a avaliação dessas funções acredita-se que seja possível estabelecer uma continuidade do processo terapêutico de modo mais eficaz, integral e direto. Objetivo: o presente estudo teve como objetivo avaliar e comparar as funções de olfato, paladar, estereognosia oral e deglutição de pacientes que tiveram a COVID-19 com aqueles que não tiveram a doença. Essa pesquisa investigou as possíveis sequelas nessas funções. Métodos: Foram recrutados ao estudo participantes recuperados de COVID-19 para compor o Grupo Pesquisa (GP), por meio de convite público em redes sociais. No Grupo Controle (GC) foram incluídos aqueles que não tiveram a doença, considerando os critérios de inclusão e exclusão para ambos os grupos. O GC foi pareado em relação ao sexo e idade ao GP, e também foram convidados a participar por meio de convite público. Foram selecionados, conforme viabilidade, testes específicos para avaliar as funções de olfato, paladar, estereognosia oral e deglutição, padronizados na literatura específica, que foram aplicados, por dois avaliadores previamente treinados. Resultados: Participaram do presente estudo 60 indivíduos com idades entre 21 e 59 anos, divididos em GP, composto por 30 indivíduos que tiveram COVID-19, e GC, com 30 indivíduos que não tiveram COVID-19. Em relação à função do olfato, a mediana geral de acertos no instrumento utilizado entre os dois grupos foi semelhante, sendo que o GC alcançou a melhor mediana. Na função do paladar, observou-se uma equivalência na mediana de frequência absoluta de acertos no instrumento utilizado na amostra geral e nos grupos. Já na estereognosia oral, a mediana da frequência absoluta de acertos no instrumento utilizado, também foi semelhante em ambos os grupos, sendo que novamente o GC obteve uma mediana um pouco melhor. Em relação ao desempenho do sistema miofuncional orofacial, foi possível observar diferença estatisticamente significativa apenas nas variáveis relação maxilo-mandibular e função de respiração, com valores de melhor desempenho para o GP. O desempenho da função de deglutição foi igual entre os participantes. Em todos os testes/instrumentos, de forma geral e considerando os objetivos do estudo, os resultados da comparação entre os grupos não apontam diferença estatisticamente significativa. Discussão: Por meio dos resultados foi possível observar diferença entre GP e GC com significado estatístico apenas nas variáveis em relação aos aspectos da postura/aparência da relação maxilo-mandibular e da função de respiração, com valores de melhor desempenho para o GP. Nas avaliações das funções de olfato, paladar e estereognosia oral, as variáveis relacionadas às essências/formas menos afetadas em cada função foram o café, o doce, e o quadrado e elipse, respectivamente. Conclusão: Não foram observadas diferenças estatisticamente significativas entre os grupos em termos de frequências e porcentagens de acertos do olfato, paladar, estereognosia oral e deglutição, que pudessem ser diretamente relacionadas ao quadro de COVID-19. Esse achado pode indicar que, apesar da infecção pela COVID-19, os indivíduos do GP, não tenham tido alterações nas funções pesquisadas ou já tenham apresentado recuperação total ou parcial dessas funções.

Introdução: A Doença de Parkinson (DP) é uma doença neurodegenerativa, crônica e progressiva que produz sinais como tremor em repouso, alteração na funcionalidade de membros superiores (MMSS) e declínio cognitivo, que impactam na realização de atividades de vida diária. Exercícios excêntricos já demonstraram capacidade de redução de tremores em pessoas com DP. Exergames também têm sido utilizados na reabilitação de pessoas com DP, promovendo melhora na marcha, no equilíbrio e na cognição. Objetivo: Avaliar os efeitos de um treinamento utilizando jogos do Nintendo Wii quando combinados com exercícios excêntricos de membros superiores (MMSS) sobre o tremor e a funcionalidade dos MMSS comparando com um treinamento exclusivamente composto por exercícios excêntricos de MMSS. Método: Trata-se de um ensaio clínico randomizado, controlado e cego, com amostra de 25 pessoas com DP alocadas, aleatoriamente, em dois grupos: Grupo Nintendo Wii combinado com exercícios excêntricos (n=11), que fará 30 minutos de exercícios excêntricos e 25 minutos de treinamento com Nintendo wii, e Grupo exercícios excêntricos exclusivos (n=14), que fará apenas exercícios excêntricos durante 30 minutos. Ambos os grupos receberao intervenção por 8 semanas consecutivas, duas vezes na semana, totalizando 16 sessões. Os grupos serão avaliados antes do treinamento, em até 7 e 30 dias após o final dos treinamentos. Resultados e conclusões preliminares: Houveram resutados promissores como: aumento de força de preensão palmar; redução do tremor de membros superiores; melhora do desempenho funcional dos MMSS. Resultados estes que foram mais presentes nas avaliações realizadas em até 7 dias após o fim do protocolo de intervenção.

INTRODUÇÃO: Uma das abordagens da Intervenção Precoce (IP) é chamada de Cuidados Centrados na Família (CCF). Nela, os profissionais de saúde orientam os programas e trabalham em parceria com os cuidadores para apoiar e orientar o desenvolvimento motor e neurocomportamental de crianças, para potencializar suas capacidades. No CCF, os pontos fortes e as necessidades de todos os cuidadores são considerados. Entretanto, há necessidade de entender o envolvimento e percepção dos cuidadores e profissionais da saúde sobre os serviços de intervenção precoce (IP) no Brasil. JUSTIFICATIVA: Foram realizados 2 estudos. No estudo 1, propusemos um protocolo de revisão de escopo para identificar evidencias sobre percepções dos familiares em relação ao atendimento em intervenção precoce com foco no CCF, com ênfase para aqueles que recebem atendimento de fisioterapia e terapia ocupacional. Quanto a justificativa do estudo 2, percebemos a necessidade de caracterizar o serviço prestado no Brasil sob a perspectiva dos cuidadores de crianças com atraso no desenvolvimento motor e dos profissionais de saúde a fim de buscar o melhor nível de assistência aos cuidadores e melhores condições de trabalho aos profissionais. OBJETIVOS: Estudo 1) Identificar evidência sobre a percepção de familiares de crianças com risco para atraso no desenvolvimento motor em relação ao atendimento de intervenção precocecom foco na abordagem CCF. Estudo 2) Verificar a percepção dos cuidadores de crianças em relação ao atendimento em IP recebido e a percepção dos profissionais da saúde em relação ao atendimento em IP ofertado por meio de questionários estruturados. MÉTODOS: Estudo 1) Este estudo empregará a metodologia para revisões de escopo, conforme declarado pelo JBI. Este protocolo de revisão de escopo usará a extensão Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and MetaAnalyses para a lista de verificação Scoping Reviews (PRISMA-ScR) para a redação do relatório deste estudo. Este protocolo de revisão de escopo será registrado no Open Science Framework Register. Serão incluídos estudos baseados na estratégia PECOT (P: população/paciente; E: exposição; C: comparação da exposição; O: desfecho; T: tempo), sendo P: crianças de ambos os sexos com risco para atraso no desenvolvimento motor; E: crianças que recebem atendimento com abordagem CCF; C:comparado ou não com outro tipo de intervenção; O: percepção dos familiares quanto ao atendimento CCF; T: crianças de 3 meses a 4 anos de idade. Serão excluídos os estudos que avaliaram apenas o efeito de intervenções e buscaram a opinião dos familiares quanto ao resultado obtido e estudos que buscaram a percepção dos familiares em áreas diferentes do desenvolvimento motor, revisões sistemáticas, resumos de eventos científicos e documentos não publicados em plataformas de evidências científicas. Estudo 2) O desenho do estudo é transversal, do tipo survey (questionário online) e foi aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade de Brasília (no. 63169122.0.0000.8093). Este estudo contou com a participação de cuidadores de crianças inseridas em programas de IP (crianças com idade entre 3 meses e 4 anos) e de profissionais da saúde que atuam em programas de IP no Brasil (por pelo menos 3 meses) que responderam um questionário online que foi desenvolvido por meio do software Qualtrics. Ambos questionários, para cuidadores e profissionais, continha questões de múltiplas escolhas. Em relação ao cuidadores, o questionário era composto por questões relacionadas as características da criança e cuidadores, percepção dos cuidadores quanto ao serviço recebido e orientações de atividades no ambiente domiciliar. O questionário disponível aos profissionais continha questões sobre formação profissional, percepção dos profissionais sobre o envolvimento da família na IP e sobre os serviços, e por fim, informações sociodemográficas. Para análise dos dados foi realizada análise descritiva. RESULTADOS PRELIMINARES: Estudo 1) Este protocolo de revisão de escopo visará identificar evidência disponível sobre percepções dos familiares em relação ao atendimento em intervenção precoce com foco no CCF e sintetizar o conhecimento sobre o tópico. Estudo 2) Quanto ao questionário dos cuidadores, foram considerados 22 questionários válidos (61,0%). As mães (n=19; 86,4%) foram a maioria em respondê-los e as principais cuidadoras (n=18; 81,8%). Em geral, as crianças são acompanhadas por equipe multidisciplinar (n=17; 77,3%), sendo a maioria fisioterapeutas. Os cuidadores reportaram ter oportunidade de mencionar as necessidades para desenvolvimento da criança (n=19; 86,36%), participar com profissionais na tomada de decisão dos objetivos (n=16; 72,70%) e satisfação quanto ao atendimento (n=19; 86,40%). Estes recebem orientações de atividades em domicílio (n=18; 81,81%) e as realizam (n=15; 68,2%). Os profissionais apresentam-se solidários após cuidadores relatarem dificuldades na realização das atividades domiciliares (n=20; 90,90%). Quanto ao questionário dos profissionais de saúde, vinte e dois profissionais da saúde (sexo feminino: n=20; 90,9%) participaram do estudo, sendo a maioria fisioterapeutas (n=14; 63,6%), e os demais, fonoaudiólogos (n=3; 13,6%), terapeutas ocupacionais (n=2; 9,1%), psicólogos/psicopedagogos (n=2, 9,1%), e enfermeiro (n=1; 4,5%). A maioria trabalha em uma equipe multiprofissional (n=19; 86,4%); 12 participantes (54,5%) responderam que têm menos de 10 anos de experiência e nove (40,9%) que têm mais de 10 anos de experiência em IP. A maioria respondeu que conversa sobre os objetivos terapêuticos com a família (n=21; 95,5%) e que considera as necessidades da família ao estabelecer as metas de intervenção (“sempre”: n=16; 72,7%; e “na maioria das vezes”: n=5; 22,7%). Sobre o envolvimento dos familiares, parte dos profissionais responderam que a maioria dos familiares esperam em sala de espera até o final da sessão (n=8; 36,4%) durante os cuidados de IP; os demais responderam que as famílias ficam ao lado observando o atendimento (n=8; 36,4%), ou participam efetivamente da sessão (n=6, 27,3%). Mais da metade dos profissionais responderam que apenas metade das famílias que atendem (n=12; 54,5%) estão interessadas em receber e seguir orientações no ambiente domiciliar. Ademais, os profissionais relataram que têm condições favoráveis para fornecer cuidados adequados às crianças e suas famílias (n=18; 81,8%) e que estão satisfeitos com seu ambiente de trabalho (n=20; 90,9%).

Introdução: A Doença de Parkinson (DP) é uma doença neurodegenerativa, crônica e progressiva que produz sinais como tremor em repouso, alteração na funcionalidade de membros superiores (MMSS) e declínio cognitivo, que impactam na realização de atividades de vida diária. Exercícios excêntricos já demonstraram reduzirem tremores em pessoas com DP. Exergames do Nintendo Wii têm sido utilizados na reabilitação de pessoas com DP, promovendo melhora na marcha, no equilíbrio e na cognição. Objetivo: Avaliar os efeitos de um treinamento utilizando jogos do Nintendo Wii em combinação com exercícios excêntricos de membros superiores (MMSS) sobre o tremor, a funcionalidade dos MMSS e a cognição de pacientes com Doença de Parkinson (DP), comparado com um treinamento exclusivamente composto por exercícios excêntricos de MMSS. Método: Trata-se de um protocolo de ensaio clínico randomizado, controlado e cego, com amostra de 30 pessoas com DP alocadas, aleatoriamente, em dois grupos: Grupo Nintendo Wii combinado com exercícios excêntricos (n=15), que fará 20 minutos de exercícios excêntricos e 25 minutos de treinamento com Nintendo wii, e Grupo exercícios excêntricos exclusivos (n=15), que fará apenas exercícios excêntricos durante 45 minutos. Ambos os grupos serão treinados por 8 semanas consecutivas, duas vezes na semana, totalizando 16 sessões. Os grupos serão avaliados antes do treinamento, em até 7 e 30 dias após o final dos treinamentos. Resultados e conclusões preliminares: Houveram resultados promissores como: aumento de força de preensão palmar; redução do tremor de membros superiores; melhora do desempenho funcional dos MMSS.

Esta pesquisa buscou analisar os resultados linguísticos e comunicativos em dez crianças com autismo após dez sessões de equoterapia, e a partir dos resultados obtidos buscou-se realizar a elaboração de um Programa de Intervenção denominado “Equoterapia e Fonoaudiologia: passo a passo na comunicação” com 24 sessões. A dissertação foi composta por três produtos que juntos compõem as respostas dos objetivos de pesquisa. Produto 1: artigo científico preliminar tratando da análise da reorganização comunicativa e linguística das crianças com autismo após intervenção. Para realizar tal análise foram utilizados achados de protocolos validados para crianças brasileiras a fim de analisar uso, forma e conteúdo da linguagem, bem como foi realizada uma análise descritiva por meio da teoria Linguística-Sistêmico-Funcional (Halliday, 1978). Produto 2: elaboração final de um Programa de Intervenção denominado “Equoterapia e Fonoaudiologia: passo a passo na comunicação” com 24 sessões. A elaboração das atividades foi iniciada ainda em conjunto com a prática de equoterapia realizada durante o Produto 1, após análise dos resultados foram feitos melhoramentos na proposta inicial e deu-se origem a versão final. O Produto 2 está exposto em artigo científico e para melhor exposição de sua versão final completa-se com material suplementar. Produto 3: demonstra a divulgação científica realizada por meio de apresentação dos resultados referentes ao projeto em eventos científicos. Diante disso, a partir dos Produtos 1,2,3 é possível afirmar que a proposta de reabilitação fonoaudiológica em contexto de equoterapia para crianças com autismo produz resultados positivos para os domínios de comunicação e linguagem.

Um conjunto de sinais e sintomas que podem ser elencados conforme sua etiologia, através de anomalias ou mutações cromossômicas, gênicas e multifatoriais, estão relacionadas à definição de uma síndrome. Indivíduos com síndrome genética podem apresentar queixas alimentares e/ou alterações na deglutição, acarretadas pela interação de diversos fatores, como anatômicos, fisiológicos e ambientais. O sistema estomatognático (SE) é responsável pelas funções de sucção, mastigação, deglutição, fonação e respiração, que contemplam os aspectos miofuncionais orofaciais. Objetivo: Caracterizar os aspectos miofuncionais orofaciais de indivíduos com síndromes genéticas por meio de análise da literatura arbitrada e da avaliação clínica de pacientes encaminhados para a equipe de fonoaudiologia de hospitais do Distrito Federal. Metodologia: Este estudo foi realizado em duas etapas. A primeira se aplica à revisão de literatura crítica de estudos publicados que abordam os aspectos miofuncionais orofaciais de indivíduos com síndromes genéticas. A segunda, trata-se de um estudo observacional, transversal e descritivo. Foram avaliados 38 pacientes, ambos sexos, com idades entre três meses e treze anos, por meio do Protocolo de Avaliação Miofuncional Orofacial com Escores Expandido, Protocolo de Avaliação Clínica da Disfagia Pediátrica e Protocolo de Avaliação de Risco para Disfagia, a fim de se caracterizar os aspectos miofuncionais orofaciais de forma aplicada. Resultado/Discussão: Na revisão da literatura foi analisado que existe um número de publicações reduzidas sobre a temática, prevalência de alteração em relação às estruturas do SE nos aspectos miofuncionais de lábios, língua, bochechas e mandíbula; alterações em relação à simetria e sensibilidade da face; alteração em relação à mobilidade e funcionalidade das estruturas do SE. No estudo prático/aplicado foi observada a presença de alteração em maior incidência nos aspectos miofuncionais orofaciais relacionados aos lábios, língua, assimetria facial, palato duro e bochechas; envolvendo movimentos de sorção, tempo de trânsito oral, vedamento labial e deglutição; associado ao alto índice de disfagia. Conclusão: Conforme os dados apresentados, a caracterização dos aspectos miofuncionais orofaciais de indivíduos com síndromes genéticas é um passo importante para definir as melhores condutas em relação à atuação fonoaudiológica. Sendo assim, este estudo teve este objetivo, direcionando o olhar do profissional à atuação fonoaudiológica junto a essa população, com aplicação de técnicas de evidência científica, confirmados por aplicação clínica. Acredita-se que com esta caracterização seja possível melhor proposição de programas específicos para indivíduos com síndromes genéticas.

o envelhecimento é um processo multifatorial em que ocorre o declínio fisiológico dos sistemas do corpo, contribuindo para o desenvolvimento de condições de saúde adversas e necessidade de hospitalização. A hospitalização gera períodos prolongados de repouso no leito, o que intensifica os efeitos negativos nos sistemas do corpo e contribui para o declínio da capacidade funcional. O desempenho físico da admissão hospitalar tem demonstrado associação com a capacidade funcional da alta hospitalar. Verificar o nível de desempenho físico da admissão hospitalar e as mudanças na capacidade funcional em idosos brasileiros que utilizam os serviços de saúde públicos favoreceria a identificação dos idosos em risco de declínio e o gerenciamento desses efeitos negativos. Objetivos: este estudo teve como objetivo verificar os efeitos da hospitalização na capacidade funcional dos idosos, a influência do desempenho físico da admissão na capacidade funcional da alta hospitalar e as ferramentas capazes de rastrear o declínio dessa capacidade. Métodos: estudo longitudinal prospectivo realizado com indivíduos com idade ≥60 anos internados em um hospital público do Distrito Federal, Brasil, entre julho de 2021 e fevereiro de 2022. A variável independente do estudo foi o desempenho físico avaliado pela Força de Preensão Palmar (FPP) e pela Short Physical Performance Battery (SPPB). As variáveis dependentes do estudo foram a capacidade funcional para as atividades básicas (ABVD) e instrumentais (AIVD) de vida diária e o declínio dessa capacidade, avaliados pelo índice de Katz e pelo questionário de Lawton & Brody. As análises estatísticas foram feitas por meio de medidas descritivas para caracterização da amostra, teste de Wilcoxon para comparação entre a capacidade funcional da admissão e da alta hospitalar, análises de regressão linear e logística para verificação da relação entre o desempenho físico da admissão hospitalar e a capacidade funcional da alta hospitalar e por curvas ROC para verificar a capacidade da FPP e da SPPB em prever o declínio da capacidade funcional da alta hospitalar. Resultados: a análise incluiu 75 participantes com mediana de idade de 71 anos. O declínio da capacidade funcional para ABVD ocorreu em 38,66% da amostra e para AIVD em 78,66%. O desempenho físico na FPP e na SPPB explicou 19,2 a 25,2% da capacidade funcional da alta hospitalar. Um ponto a mais na SPPB reduziu em 15,5% a chance de declínio da capacidade funcional para ABVD, mas não para AIVD. As pontuações de corte alternativas de 21 KgF na FPP e de 5 pontos na SPPB foram preditivas do risco de declínio da capacidade funcional para ABVD. Conclusão: a hospitalização contribui para um declínio significativo da capacidade funcional em idosos brasileiros. Os efeitos negativos da hospitalização na capacidade funcional da alta hospitalar podem ser rastreados precocemente por meio de medidas de avaliação do desempenho físico. O rastreio precoce permitiria a implementação de intervenções precoces, pela equipe multidisciplinar, para redução do risco de declínio da capacidade funcional na alta hospitalar.

Introdução: A sarcopenia e comprometimento cognitivo configuram preocupantes problemas relacionados ao envelhecimento e saúde pública devido ao alto risco de incapacidade funcional, hospitalização e morte. A sarcopenia é uma doença muscular identificada por parâmetros clínicos de baixa força muscular e baixa massa muscular, que quando somadas a um baixo desempenho físico caracterizam a sarcopenia grave. O Comprometimento Cognitivo caracteriza-se pelo declínio do funcionamento normal de uma ou mais funções cerebrais, afetando as Atividades de Vida Diária (AVDs) dos indivíduos, podendo apresentar-se como Transtorno Cognitivo Leve ou Maior. Objetivos: Investigar a associação dos parâmetros clínicos de sarcopenia (baixa força, massa muscular e desempenho físico) com o comprometimento cognitivo em idosos usuários de serviço de atenção especializada e comparar a frequência dos parâmetros clínicos de sarcopenia entre idosos com e sem comprometimento cognitivo. Métodos: Estudo observacional transversal, com 263 idosos (≥60 anos) frequentadores de um serviço público de atenção especializada. Variáveis sociodemográficas e clínicas caracterizaram a amostra e os parâmetros clínicos de sarcopenia (força, massa muscular e desempenho físico) foram avaliados, respectivamente, por meio da Força de Preensão Palmar (FPP), circunferência da panturrilha (CP) e o teste Timed Up and Go (TUG). Utilizou-se o Miniexame do Estado mental (MEEM) para avaliar o estado cognitivo e categorizar os idosos em com ou sem comprometimento cognitivo. Considerou-se baixa força uma FPP <16KgF para mulheres e <27KgF para homens, uma baixa massa muscular CP<31cm e um baixo desempenho físico um TUG>20s. Análises: As variáveis sociodemográficas, antropométricas, clínicas e de capacidade funcional numéricas foram comparadas entre os grupos com e sem comprometimento cognitivo por meio do teste t-student independente (dados paramétricos), U Mann Whitney (dados não paramétricos) ou teste Qui-quadrado para dados categóricos. As associações foram investigadas por regressões lineares e logísticas simples e múltiplas considerando os parâmetros clínicos de sarcopenia (variáveis independentes) e o estado cognitivo (variável dependente), ajustadas para idade, sexo, anos de estudo, número de medicação, estado nutricional e capacidade funcional. Resultados: de todos os participantes, 89% apresentaram comprometimento cognitivo. Observou-se maior frequência de baixa força muscular entre idosos com comprometimento cognitivo (59,6%) quando comparados aos sem comprometimento cognitivo (13,6%). Nas análises de regressão linear simples, o estado cognitivo foi explicado pela força muscular em 21,5%, pela massa muscular em 12,3% e pelo desempenho físico em 7,6%. Nas regressões lineares múltiplas ajustadas, a força muscular manteve-se como variável explicativa do estado cognitivo (F(4,131)=24,412, p<0,001; R²=0,427). As análises de regressão logística simples mostraram que a força muscular, a massa muscular e o desempenho físico associaram-se ao estado cognitivo. Nas regressões logísticas múltiplas ajustadas, apenas a força muscular ajustada para o sexo manteve-se significativamente associada ao estado cognitivo (OR=0,846; IC 95% 0,774-0,924, p<0,001). Conclusão: A baixa força muscular foi o parâmetro de sarcopenia independentemente associado ao comprometimento cognitivo. Essa informação é útil para a importância de atentarmos para a probabilidade de comprometimento cognitivo quando identificada baixa força muscular.

descrever e comparar a qualidade de vida, o comportamento alimentar, a mastigação e a deglutição de indivíduos indicados e submetidos a cirurgia bariátrica/gastroplastia. Método: foram elaborados dois estudos durante essa dissertação. O primeiro é um estudo descritivo transversal, que envolveu 154 indivíduos, divididos em três grupos: 32 no período pré-cirúrgico (Grupo 1), 68 no período pós cirúrgicos de até um ano (Grupo 2), e 54 no período pós-cirúrgico maior que um ano (Grupo 3). Os participantes responderam de forma eletrônica os instrumentos/questionários: 1) formulário de identificação; 2) Questionário sobre comportamento alimentar e as condições anatomofuncionais do sistema estomatognático; 3) Instrumento Abreviado de Avaliação de Qualidade de Vida da Organização Mundial da Saúde - WHOQOL-bref. O segundo estudo é uma série de casos, realizada com 23 participantes. 14 indivíduos estavam no momento pré-operatório e integraram o G1 e 09 estavam no período pós-operatório de até um ano e integraram o G2. Esses indivíduos passaram por uma avaliação clínica do sistema miofuncional orofacial e por uma avaliação complementar que mensurou a pressão de lábio e língua. Resultados: O primerio estudou identificou que a maioria dos participantes, geral e por grupos, encontrava-se na quarta década de vida, era do sexo feminino, casada, católica, buscando a saúde/qualidade de vida/autoestima como motivação para o procedimento cirúrgico. A realização da cirurgia no setor privado prevaleceu, e o Bypass foi a cirurgia mais realizada. Em relação ao comportamento alimentar os grupos se diferenciam em relação à quantidade de comida consumida, à capacidade de sentir o sabor da comida, à mastigação, e o conhecimento sobre a Fonoaudiologia. Para todos os domínios e resultado total do instrumento de qualidade de vida, houve diferença estatisticamente significante entre os grupos, sendo esta diferença aplicada à comparação entre G1 e G2 (p=0,00) e G1 e G3 (p=0,00). Indivíduos que se consideram acima do peso apresentam média de escores mais baixos para os domínios Físico, Psicológico e resultado total do instrumento. O segundo estudo mostrou que não há diferença entre os grupos em relação à mastigação e deglutição, assim como para os demais aspectos do sistema miofuncional orofacial. A análise da Pressão de Lábios e Língua identificou que a pressão de ponta de língua é diferente entre os grupos (p=0,03), com melhores resultados para o G2. Conclusão: O primeiro estudo comprovou que indivíduos que ainda não realizaram procedimento cirúrgico (G1) apresentam piores resultados/respostas em relação: 1) à qualidade de vida quando comparados aos que já realizaram (G2 e G3); 2) ao comportamento alimentar de forma geral quando comparados aos que já realizaram (G2 e G3), principalmente em relação à: quantidade de comida consumida por refeição, sabor da comida, mastigação e o conhecimento da ciência Fonoaudiológica. O segundo estudo concluiu que a pressão de ponta de língua é estatisticamente diferente nos indivíduos que têm indicação de cirurgia quando comparados aos que já realizaram, com valores inferiores para este grupo.