Autorregulação da Aprendizagem e Procrastinação Acadêmica no ensino de ciências naturais: um olhar sobre o ensino médio do Distrito Federal
Autoeficácia; desempenho acadêmico; ensino de ciências; estratégias metacognitivas.
Este estudo investiga a relação entre a autorregulação da aprendizagem e a procrastinação acadêmica no contexto do ensino de ciências naturais no ensino médio do Distrito Federal. A autorregulação, entendida como a capacidade do estudante de planejar, monitorar e ajustar suas estratégias de estudo, tem sido identificada como um fator importante para o sucesso acadêmico, enquanto a procrastinação acadêmica, caracterizada pelo adiamento irracional de tarefas, está associada a uma série de dificuldades, como baixo desempenho e estresse. O objetivo desta pesquisa é compreender como essas duas dimensões interagem no contexto específico do ensino de ciências da natureza do DF, analisar os padrões de autorregulação e procrastinação dos estudantes e de que forma os professores enxergam a autorregulação e combatem a procrastinação em suas práticas pedagógicas. Com base em modelos teóricos como o ciclo de autorregulação proposto por Zimmerman e a teoria da procrastinação de Steel, exploramos a interação entre fatores como autoeficácia, emoções e motivação, discutindo como essas variáveis afetam o comportamento autorregulatório dos estudantes, as causas e consequências da procrastinação e a aplicação desses conceitos no contexto socioeconômico do DF. Além disso, realizamos uma revisão sistemática da literatura que retornou diversos estudos que investigaram a interação entre os dois construtos em contextos diversificados. Para cumprir os objetivos propostos, a metodologia adotada nesse estudo é de abordagem mista, combinando a aplicação de questionários a estudantes e entrevistas semiestruturadas com professores. Como procedimento de análise qualitativa, adotaremos a Análise Textual Discursiva (ATD), enquanto dados quantitativos serão analisados utilizando estatística descritiva, análises de correlação e de regressão. A hipótese adotada é de que haverá uma correlação negativa entre altos níveis de autorregulação e baixos níveis de procrastinação, indicando que estudantes que conseguem gerir melhor seus estudos tendem a adiar menos suas atividades acadêmicas. Esperamos contribuir, com este estudo, tanto para a prática docente no ensino de ciências quanto para a formulação de políticas educacionais que promovam uma maior independência no processo de aprendizagem, reduzindo assim comportamentos procrastinatórios.