Proposta de Protocolo de Atendimento e Orientações Didático Pedagógicas para Estudantes Autistas do Ensino Médio, no Contexto da Educação em Ciências
Autismo, Protocolo, Ensino Médio, Educação em Ciências.
As leis atuais garantem direitos as pessoas autistas como garantem as pessoas com deficiência, porém matrículas ainda são rejeitadas e esses estudantes, vítimas de exclusão, nem sempre recebem o acompanhamento e o desenvolvimento adequado que necessitam. É evidente as dificuldades dos estudantes autistas em se adaptarem as estratégias e as metodologias de ensino propostas em muitas escolas. A existência de obstáculos metodológicos e sociais afetam o processo de ensino-aprendizagem e o desenvolvimento desses estudantes, assim, é com vistas a uma Educação Inclusiva e de qualidade que defendemos a construção e a validação um Protocolo de atendimento educacional para estudantes autistas no contexto da Educação em Ciências, no Ensino Médio: objetivo principal do nosso trabalho, com o foco no acolhimento e orientações didático pedagógicas para um trabalho colaborativo entre o professor especialista e o professor da classe comum buscando facilitar a aprendizagem desses estudantes e atender as suas necessidades específicas assim como as suas potencialidades. A pesquisa consiste em três etapas: (1) as entrevistas, (2) a construção do protocolo e (3) a validação do protocolo. A metodologia utilizada foi a qualitativa que tem o seu interesse nas falas dos docentes e na interação dialógica entre participantes e pesquisadora permitindo reflexões de atitudes, sentimentos e impressões como dados que podem ser analisados. Na primeira fase, o método utilizado na construção dos dados foi a entrevista semiestruturada para dois professores do Ensino Médio: (i) professor autista, (ii) professor pai de uma filha autista. A análise dos dados deu-se por meio da Análise Temática Dialógica estabelecendo temas e subtemas que se apresentaram ao longo dos discursos. A leitura intensa das falas dos participantes proporcionou a construção e a análise dos mapas de significados de cada professor para, então, serem interpretados e servirem de parâmetros para a construção do nosso protocolo. Os resultados da primeira fase mostraram a realidade da pessoa autista no contexto escolar, apresentando as necessidades desses estudantes e a dificuldade dos professores em lidarem com as especificidades desse público em sala de aula o que justifica a construção um material formativo: o nosso protocolo, capaz de orientar a sua prática pedagógica com vistas ao desenvolvimento e a formação para a cidadania do estudante autista por meio de uma abordagem contextualizada do Ensino de Ciências voltado para a compreensão de todos.