Excelência e desigualdade social no Exame Nacional do Ensino Médio
Excelência; Ranking; ENEM; Desigualdade social.
Neste exame, investigo a influência do efeito social no desempenho no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) nas edições de 2015 a 2019. Baseado na Sociologia de Pierre Bourdieu e utilizando os métodos estatísticos da Análise de Correspondência Múltipla e da Regressão Linear, encontro que aproximadamente 80% da nota no ENEM pode ser predita considerando informações socioeconômicas dos candidatos. Se olharmos para cada prova do certame, as provas de Linguagens e Ciências da Natureza apresentam maior poder de predição a partir da origem social, com 75% e 73%, respectivamente. Ranqueando a nível nacional, a região Sudeste e o Distrito Federal ocupam as primeiras posições nos rankings quando a classificação é operada sob influência da posição social. Dessa forma, lanço um olhar crítico para o papel performático e arbitrário desempenhado pelos rankings na criação e manutenção da excelência escolar. Com isso, mostro que é possível novas formas de classificar as escolas e unidades federativas e como os rankings são sensíveis à maneira como as classificações são operadas. Controlando o efeito social no desempenho escolar, observo que algumas escolas estaduais e institutos federais obtiveram desempenho muito acima do que era esperado. Com relação às regiões do país, a região Nordeste apresenta alguns estados que despontam quando o efeito social é controlado. Em minha pesquisa, designo por escolas e estados que fazem a diferença aqueles que se sobressaem quando o efeito social no desempenho escolar é controlado.