Avaliação para quem? Letramento em avaliação na formação de professoras de PBSL e o compromisso ético com a justiça social de surdos, indígenas e quilombolas
Letramento em Avaliação de línguas; Formação docente; Linguística Aplicada Crítica; Justiça social; Educação e equidade de grupos minorizados
Esta pesquisa investiga como o letramento em avaliação de línguas (Language Assessment Literacy – LAL) é abordado na formação inicial de professoras do curso de Letras – Licenciatura em Português do Brasil como Segunda Língua (PBSL), da Universidade de Brasília (UnB), com atenção especial à inclusão de grupos historicamente minorizados, como surdos, indígenas e quilombolas. Os objetivos específicos são: (1) mapear, por meio da análise de conteúdo, as concepções de avaliação de línguas mobilizadas no Projeto Político do Curso – PPC (UnB, 2022), atualmente em trâmite de aprovação; e (2) propor, com base nos resultados da análise e à luz das teorias discutidas, um protótipo de guia didatizado voltado ao letramento em avaliação de discentes e egressas do curso de PBSL, considerando as especificidades dos grupos mencionados. O referencial teórico articula os estudos sobre LAL na formação docente crítica (Scaramucci, 2006; Quevedo-Camargo; Scaramucci, 2018) e os princípios da Linguística Aplicada Crítica voltados à justiça social (Freire, 1996; hooks, 1994; Pennycook, 2001). Metodologicamente, a pesquisa adota uma abordagem qualitativa (González Rey, 1997), de natureza exploratória (Gil, 2008), configurando-se como um estudo de caso documental (Chizzotti, 2006), com análise de conteúdo (Bardin, 2006) e perspectiva interpretativista (Moita Lopes, 2006). Os resultados indicam que, embora o PPC (UnB, 2022) proponha uma abordagem avaliativa formativa e situada, carece de fundamentação teórica, metodológica e de orientações práticas para sua efetivação. Além disso, há escassa representação das especificidades dos públicos minorizados no documento. Nesse contexto, propõe-se um protótipo de guia didatizado como suporte formativo voltado a discentes e egressas, com o objetivo de contribuir para práticas avaliativas mais críticas, reflexivas e socialmente justas no ensino de PBSL. A proposta também busca inspirar a realização de outras ações formativas comprometidas com a equidade e os direitos linguísticos.