IDENTIFICAÇÕES DOCENTES, LETRAMENTO CRÍTICO E EDUCAÇÃO LINGUÍSTICA CRÍTICA NA AUTOETNOGRAFIA DE UMA PROFESSORA DE INGLÊS
Autoetnografia; Formação crítica de professores de línguas; letramento crítico.
Esta dissertação objetiva discutir os sentidos construídos em torno da profissão de professora de língua inglesa, articulando conceitos de língua, linguagem e educação linguística em perspectivas críticas. Trata-se de uma autoetnografia centrada na intersubjetividade e reflexividade da pesquisadora (Adams, Jones e Ellis, 2016), com base na análise de episódios formativos narrados (Moita Lopes, 1994) que mobilizam afetos, tensões e contradições presentes no processo de tornar-se professora. As análises revelam como concepções distintas de língua, linguagem e educação linguística atravessam as praxiologias docentes e (re)significam a docência ao longo do tempo. Sentidos de fracasso, exaustão e impotência, anteriormente associados a ideais normativos de competência, são ressignificados como marcas de resistência e recusa frente à precarização e desvalorização da profissão. O contato com o letramento crítico e a educação linguística crítica emerge como processo contínuo, construído na praxilogias (Pessoa, Silva e Freitas, 2021), nas leituras teóricas, na gestão escolar e no ato de empreender, impactando profundamente as práxis da autora e ampliando seu compromisso com uma educação voltada à justiça social. Os resultados apontam que teorias críticas possibilitam a reinterpretação de sentidos atribuídos a língua, linguagem e à docência, contribuindo para a construção de uma práxis mais consciente e engajada. Portanto, conclui-se que narrar a própria trajetória profissional à luz de referenciais críticos constitui um potente exercício de formação contínua e de reinvenção pedagógica em contextos marcados pelo neoliberalismo, colonialidades e precarização docente.