SAÚDE SEXUAL E REPRODUTIVA DAS MULHERES DO QUILOMBO MESQUITA: ENTRE PERSPECTIVA E DIREITOS
Saúde sexual e reprodutiva; Mulheres negras quilombolas; Saúde
A saúde sexual e reprodutiva das mulheres negras quilombolas ainda é um tema a ser debatido para que ganhe visibilidade, pois é uma área com grandes desafios. O presente estudo tem como objetivo analisar em que medida as demandas de saúde sexual e reprodutiva das mulheres quilombolas são atendidas nos serviços de saúde do Quilombo Mesquita. Considera-se a importância da política de saúde para garantir o acesso das mulheres quilombolas aos serviços ofertados no Sistema Único de Saúde (SUS) de modo que garantam os seus direitos sexuais e reprodutivos. Para isso, utilizou-se da teoria decolonial, que tem como perspectiva construir saberes a partir de uma visão crítica de modo que alcance a transformação dos povos colonizados. Busca criar teorias e métodos próprios na América, sem depender da construção de conhecimentos dos colonizadores. A coleta de dados foi realizada por meio da entrevista semiestrutura com as mulheres negras quilombolas em idade reprodutiva, acima de 18 anos. Realizou-se 10 entrevistas com mulheres quilombolas residentes na Comunidade de Mesquita que está situada no município de Cidade Ocidental- Goiás. A pesquisa contribuiu para compreender que as mulheres quilombolas ainda precisam de atenção em relação a sua saúde sexual e reprodutiva. Uma das principais ferramentas são o direito à informação para que elas tenham conhecimento sobre os serviços que são ofertados em cada uma das atenções. Falta conhecimento sobre planejamento reprodutivo, métodos contraceptivos, acesso e utilização dos serviços de saúde por essas mulheres. A medicina tradicional ainda se faz muito presente na vida das mulheres quilombolas e são utilizadas como estratégias para garantir a sua saúde e de seus familiares. Esses saberes contribuem para se auto afirmarem como quilombola. Foram identificadas as principais barreiras sociais, econômicas e culturais que dificultam o acesso aos serviços de saúde. Assim sendo, observa que o conhecimento é a principal ferramenta para que as mulheres quilombolas tenham acesso aos serviços de saúde e que tenham seus direitos reprodutivos garantidos.