"Determinação do papel do metabolismo de açúcares na expressão de genes associados à hipervirulência de linhagens de Klebsiella pneumoniae causadoras de bacteremia."
Klebsiella pneumoniae hipervirulentas, cápsula, metabolismo de açúcar, biofilme.
Klebsiella pneumoniae é considerada um dos patógenos mais importantes causadores de infecções entre indivíduos imunocomprometidos. Os problemas clínicos causados pelo bacilo podem levar a graves complicações, incluindo infecções do trato urinário, septicemia, pneumonia e morte. Apesar de estarem primariamente associadas às infecções oportunistas, existem linhagens de K. pneumoniae hipervirulentas (hvKp), associada a um fenótipo de produção de cápsula hipermucoide, capaz de causar infecções agressivas e metastáticas em sítios não usuais e capaz de causar doenças em indivíduos que não apresentam imunocomprometimento. Isso se deve ao fato dessas variantes possuírem uma grande quantidade de fatores de virulência que atuam estrategicamente as capacitando de se multiplicar e de se proteger do sistema imune do hospedeiro. Dentre esses fatores de virulência a cápsula, estrutura associada à viscosidade bacteriana, apresenta papel protagonista por promove asobrevivência aos mecanismos bactericidas do hospedeiro, à evasão imunitária e a colonização de tecidos e superfícies abióticas. Estudos mostram que o metabolismo de diferentes açúcares está intimamente ligados à expressão da cápsula e de outros fatores de patogenicidade em linhagens hipervirulentas de K. pneumoniae. Portanto, nesse trabalho, tivemos por objetivo identificar o papel da utilização de açúcares por linhagens hipervirulentas de K. pneumoniae na expressão de fatores de virulência. Para isso, avaliamos o fitness bacteriano em cultivo com diferentes açúcares, a produção de biofilme, e de hipermucoviscosidade de três linhagens de K. pneumoniae (Kp 31, Kp 34 e M93) em diversos açúcares. Considerando os açúcares analisados, verificou-se que as linhagens apresentam um melhor fitness bacteriano em sorbitol e manose. Na capacidade de produção de biofilme novamente tem-se a manose como um açúcar de destaque e em lactose as linhagens também apresentaram uma forte capacidade de produzir biofilme. Nos testes de hipermucoviscosidade duas das linhagens (Kp 31 e M93) não produzem hipercápsula em meio acrescido de nenhum dos açúcares testados enquanto a Kp 34 produz hipermucoviscosidade em todos eles.