AVALIAÇÃO DO MÉTODO WOLBACHIA NO CONTROLE DA DENGUE: APLICAÇÃO DO MÉTODO DE CONTROLE
SINTÉTICO
Dengue, Controle Vetorial, Wolbachia, Método de Controle Sintético.
O Brasil tem alcançado posição de destaque em relação à incidência da dengue e os impactos socioeconômicos desta doença são significativos. Os métodos de controle tradicionais têm se mostrado insuficientes ou mesmo ineficazes no combate à disseminação e incidência desta doença. Este trabalho avalia o impacto da aplicação de uma nova técnica que usa mosquitos manipulados biologicamente com a bactéria Wolbachia com o objetivo de reduzir a ocorrência da dengue. Para tanto, foi feito um estudo comparativo utilizando-se de grupos de controle sintético, com base em dados públicos da Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro, município onde foi aplicada a referida técnica entre os anos de 2017 a 2020. Os resultados sugerem que a técnica é exitosa, desde que sejam alcançados níveis satisfatórios de incorporação de mosquitos infectados no meio ambiente. Uma das características mais desejáveis da técnica, a auto sustentabilidade, não foi observada. Os resultados foram interpretados considerando a supressão de dados sobre incidência da dengue em meio à pandemia de Covid-19 sem descartar a possibilidade da introdução de problemas na execução da técnica devido à instauração do estado calamitoso. Tornou-se evidente que a fase de implantação da técnica em uma região urbana como a do Rio de Janeiro é crítica, exigindo pesquisa e monitoramento constantes por período não inferior a 5 anos, sob risco de perda do investimento. Concomitantemente foi demonstrado o uso do método de controle sintético com a utilização de dados do SINAN para a pesquisa de impacto de programas de controle da dengue.