A ALIANÇA ESTRATÉGICA BRASIL-CHINA PARA O DESENVOLVIMENTO CONJUNTO DO PROGRAMA CBERS
Aliança estratégica. Desenvolvimento Conjunto. Programa CBERS
As atividades espaciais têm impactado continuamente os produtos e serviços utilizados pela sociedade. Os benefícios de suas aplicações vão além do próprio segmento ao trazer ganhos de eficiência na economia, com redução de custos e otimização dos processos produtivos. Este processo de inovação só foi possível por meio de um intenso investimento em P&D para alcançar a autonomia neste setor. Outro fator importante para a inserção e manutenção dos Estados nas atividades espaciais diz respeito à formação de alianças estratégicas para compartilhar custos, riscos, conhecimento tácito, fontes de recursos espaciais, dinamismo e sustentabilidade para o desenvolvimento de aplicações de forma mais ágil. Portanto, a aliança estratégica é um catalisador para estabelecer vantagem comparativa no mercado global, pois se torna um meio para as instituições que têm alguma dificuldade de competitividade e não conseguem se desenvolver sozinhas alcançarem novos mercados de forma independente. Nesse sentido, Brasil e China envidaram esforços na busca de uma aliança que viabilizasse soluções para o desenvolvimento de novos produtos e serviços espaciais. A ideia de uma aliança estratégica tecnológica na busca de novas capacidades surgiu em 1988, com o plano conjunto de lançar uma série de satélites de sensoriamento remoto dedicados a observação da Terra, o Programa de Satélites Sino-brasileiros de Recursos Terrestres - CBERS. Em mais de 30 anos de parceria, os dois países já produziram 6 satélites juntos. De modo geral, a aliança tem contribuído para a formação de competências da indústria brasileira no segmento de sensoriamento remoto, gerando dados e imagens que podem agregar no monitoramento ambiental, na agricultura e pecuária nacional, além de subsidiar decisões estratégicas e políticas. Como principal contribuição, a parceria foi capaz de proporcionar um maior alinhamento da indústria espacial brasileira às inovações, uma vez que, mesmo sem transferência direta de tecnologia, houve um desenvolvimento conjunto e gradual que pôde permitir ao Brasil alçar voos mais altos com independência neste segmento.