É babado, macho! Pedagogia do Pajubá: um ebó na encruzilhada para transgressão do (cis)tema
encruzilhada; corpo-território; decolonialidade; cisheteronormatividade; Pedagogia do Pajubá.
Busco nesta Dissertação pensar e problematizar a Pedagogia do Pajubá, na perspectiva da “escrita de si” como fundamento em diálogo com a minha corporeidade e atravessada pela subjetividade, a fim de colocar em xeque a cisheteronormatividade e o colonialismo-racismo. É possível desenvolvermos práticas pedagógicas através das encruzilhadas e de uma “queerização” do currículo? A encruzilhada transforma-se em um caminho de análise indispensável neste despertar dissertativo em tensionamento na pedagogia hegemônica, para uma política subversiva na educação. O objetivo central é promover uma pedagogia de resistência, no seu sentido crítico, político e transversal, pelo prisma das encruzilhadas e das interseccionalidades. A consciência acerca do corpo-território se faz fundante para atravessarmos as prisões epistemológicas, estruturais e socioculturais, direcionando-nos para uma práxis pedagógica decolonial, que entende subjetividade, memória e ancestralidade como indissociáveis ao processo de ruptura. A encruzilhada, como potência que subverte o “cistema”, se configura como linha de força para as rasuras da heteronormatividade, da branquitude, da cisgeneridade e do patriarcado, tecnologias estas que fortalecem o racismo e alimentam, por sua vez, a herança escravocrata e o trauma do colonialismo. Como enfoque teórico-epistemológico, esses cruzamentos partirão de diálogos com o transfeminismo e o feminismo negro-decolonial, co-guiado por irretocáveis mulheres pretas, como: Lélia Gonzales (1984), Sueli Carneiro (2005), bell hooks (2019), Carla Akotirene (2019), Patrícia Hill Collins (2021); além de ter minha narrativa pajubeira nutrida de mulheres trans/travestis aguerridas: Viviane Vergueiro (2015), Thiffany Odara (2020), Letícia Nascimento (2023); bem como atravessamentos teóricos de dissidentes negros, tais quais Frantz Fanon (2020), Eduardo Miranda (2020). É preciso mudar a matriz secular do colonialismo e escutar outras vozes!