Banca de QUALIFICAÇÃO: Wagner Eduardo Estácio de Paula

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : Wagner Eduardo Estácio de Paula
DATA : 07/06/2024
HORA: 09:00
LOCAL: Sala de reuniões da FS
TÍTULO:

Bioética de Intervenção e Ética da Libertação no contexto das epistemologias do Sul: aproximando conceitos


PALAVRAS-CHAVES:

Bioética de Intervenção; Ética da Libertação; Epistemologias do Sul; Participação Comunitária; Desenvolvimento Latino-Americano


PÁGINAS: 1000
RESUMO:

A Bioética de Intervenção (BI) é uma corrente da bioética construída desde os anos 1990, no âmbito da Cátedra Unesco de Bioética da Universidade de Brasília. Seu foco central é a defesa da inclusão social da vida em seu amplo sentido, também no contexto dos avanços científicotecnológicos do setor de saúde e da ampla participação das comunidades nos processos decisórios que afetam seu cotidiano. A BI apresenta-se como uma alternativa ao principialismo e à importação acrítica das epistemologias anglo-saxônicas do Norte, desnudando sua limitada aplicabilidade prática à realidade latino-americana e aos países periféricos do mundo de um modo geral. A insurgência epistemológica da BI se fundamenta em uma proposta anti-hegemônica de caráter socialmente responsável, a serviço da parcela mais frágil da sociedade, politizada e que se apresenta como uma teoria em constante evolução. A BI se caracteriza como uma prática cognitiva construída a partir das demandas das comunidades das vítimas, sendo estas invisíveis às sociedades ditas “desenvolvidas”, se caracterizando, portanto, como uma nova proposta insurgente de territorialização epistemológica da bioética. A Ética da Libertação, proposta pelo filósofo Enrique Dussel, apresenta aproximações conceituais passíveis de reforçar os caminhos teóricos da Bioética de Intervenção. Ambas são epistemologias desde e para a América Latina e locais periféricos do sistema-mundo capitalista, com construção teórica alinhada à tentativa de resolução de problemas reais, que afligem principalmente os mais vulneráveis. A Ética da Libertação propõe uma mudança de perspectiva em relação ao utilitarismo, ao colocar como questão central a infelicidade da maioria que não tem pleno acesso à vida digna. Há muitas possibilidades de diálogo entre essas duas correntes epistemológicas, que podem contribuir na defesa da inclusão social e fortalecimento das epistemologias do Sul. O estudo apresenta uma proposta de ampliação da fundamentação teórica da Bioética de Intervenção a partir da Ética da Libertação de Enrique Dussel, considerando a convicção de que importantes pensadores nascem e se desenvolvem na América Latina e a necessidade de fortalecer as bases conceituais da Bioética de Intervenção. Para isso, o estudo corresponde a uma pesquisa teórica, do tipo análise bibliográfica, de abordagem qualitativa e análise dialética, dividida em 3 capítulos interligados e complementares. O primeiro capítulo trata das questões históricas, contextuais e particularidades a respeito da BI, o segundo capítulo trata especificamente da Ética da Libertação de Enrique Dussel e suas principais categorias, e o terceiro capítulo propõe uma análise sobre a aproximação da Bioética de Intervenção e da Ética da Libertação, propondo novos elementos que podem tornar os fundamentos da Bioética de Intervenção ainda mais potentes e autênticos, tendo em vista os enormes desafios a serem enfrentados nas diversas situações emergentes e persistentes que afligem a maioria da população inserida em uma realidade de globalização-exclusão do sistema mundo periférico no contexto capitalista neoliberal.


MEMBROS DA BANCA:
Interna - 2807480 - MARIANNA ASSUNCAO FIGUEIREDO HOLANDA
Presidente - 466085 - PEDRO SADI MONTEIRO
Interno - ***.879.058-** - VOLNEI CARAFFA - UnB
Notícia cadastrada em: 05/06/2024 17:16
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