“Reflexões Bioéticas sobre a concepção de saúde do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra.”
“Saúde da População Rural, Trabalhadores Rurais Participação Social, Bioética”
“Esta dissertação reflete sobre a construção de um conceito de saúde pelo MST, baseado na "capacidade de resistir à opressão", à luz da bioética de situações persistentes, categoria própria da Bioética de Intervenção. Analisa a luta pela terra, a resistência histórica e as práticas de cuidado em acampamentos e assentamentos, como processos históricos que contribuem para a produção de conhecimentos e a conformação de princípios éticos que dão sustentação à prática libertadora do MST, na qual a saúde é compreendida como um direito humano inerente aos modos de existência das populações do campo, cujas redes de cuidados comunitários persistem, apesar da violenta ofensiva de medicalização da vida. O estudo, dividido em quatro capítulos, explora a formação do MST, sua produção teórica, as ações durante a pandemia e diálogos com a bioética, visando contribuir para políticas de saúde rural e transformação social. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, cuja fundamentação teórica define como referência principal a Bioética de Intervenção. Tem como ponto de partida os Cadernos de Saúde do MST. Utiliza como método a hermenêutica dialética, procurando entender, a partir de uma leitura crítica, os múltiplos sentidos evidenciados pelo conceito de saúde produzido pelo MST, para a partir deles construir uma discussão bioética que contemple as especificidades do movimento, principalmente as suas experiências de Educação Popular na promoção da saúde, identificando os dilemas éticos, desafios e avanços do movimento nas lutas pelo direito à saúde da popuação do campo”.