Tendências no mercado de inseticidas microbiológicos para a produção de soja no Brasil
Bioinseticidas; Sustentabilidade; Inovação.
A agricultura brasileira, embora altamente produtiva, enfrenta críticas devido à dependência de defensivos químicos e seus impactos ambientais e à saúde. Nesse contexto, os inseticidas microbiológicos surgem como alternativa promissora e sustentável para o manejo de pragas. A presente dissertação tem como objetivo identificar as tendências emergentes no mercado de inseticidas microbiológicos, considerando tanto o panorama geral quanto para os produtos disponíveis para a cultura da soja no Brasil, com foco em três objetivos específicos: (1) Identificar e descrever os inseticidas microbiológicos disponíveis no mercado brasileiro, bem como aqueles disponíveis para a cultura da soja; (2) Investigar os diferenciais tecnológicos presentes em inseticidas microbiológicos disponíveis para a cultura da soja no mercado brasileiro; e (3) Comparar inseticidas microbiológicos que possuem a mesma composição de ingredientes ativos, buscando entender como se diferenciam. A metodologia adotada combinou pesquisa documental e entrevistas semiestruturadas, permitindo a análise de registros oficiais e informações fornecidas por empresas do setor. Os resultados indicam que os fungos representam a maioria dos ingredientes ativos (70,6% dos produtos. As formulações em pó predominam, mas há diversidade conforme o microrganismo. Os diferenciais tecnológicos identificados foram facilidade de armazenamento/estabilidade, espectro de ação, sinergia/compatibilidade, variedade de formulações, tecnologias exclusivas e efeito residual. A existência de produtos com a mesma composição de ingrediente ativo, porém mais concentrados, com maior espectro de pragas-alvo e atributos como estabilidade, praticidade de aplicação e efeitos adicionais como a infecção em cadeia agrega valor aos inseticidas microbiológicos. Observa-se um conjunto de tendências no mercado de inseticidas microbiológicos: predominância dos fungos Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae, destaque das bactérias pela diversidade de cepas e dos vírus pela alta especificidade; tendência no uso de formulações WP e SC; diferenciais tecnológicos voltados para armazenamento/estabilidade nas empresas nacionais e para tecnologias exclusivas nas internacionais; além da crescente adoção de combinações fúngicas com ação complementar como estratégia para ampliar a eficácia dos produtos.