Protagonismo feminino na produção orgânica no Distrito Federal e entorno
agroecologia, produção orgânica, mulheres, gênero
A produção orgânica e os movimentos feministas possuem uma relação intrínseca, ao proporcionarem às mulheres múltiplos benefícios, como: geração de renda, autoconfiança, conservação da biodiversidade e oportunidades de assumir papéis de liderança. O pioneirismo feminino nos sistemas de transição da agricultura convencional para práticas agroecológicas demonstra o comprometimento feminino com a segurança alimentar da família e preocupação com temas como meio ambiente e soberania alimentar. Esse pioneirismo merece ainda maior destaque quando é contextualizada a discriminação que as mulheres sofrem e sofreram ao longo da história: tendo seu direito à terra negado, condições de trabalho desiguais e a invisibilização quanto ao valor do trabalho desempenhado. Em busca de superar esses obstáculos, surgiu nos movimentos sociais uma oportunidade das mulheres se fazerem ouvir e lutar por políticas públicas que promovessem a igualdade de gênero e visibilidade para as agricultoras. O objetivo dessa pesquisa é identificar e caracterizar o protagonismo feminino na produção de base ecológica e orgânica do Distrito Federal e entorno. A pesquisa é de caráter qualitativo, exploratório e descritivo. Na primeira parte da pesquisa foi realizada uma revisão sistemática de literatura com o apoio do Methodi Ordinati. E na segunda parte aplicação de entrevista semiestruturada com agricultoras de produção orgânica onde todos os objetivos do estudo são compatibilizados num questionário aplicado com as produtoras orgânicas no Distrito Federal e região integrada do entorno que se disponibilizaram a fazer parte do estudo. Utilizando como técnica de análise dos dados, a análise de conteúdo. Estudos complementares ainda são necessários em função da dimensão do Brasil para realizar uma análise coletiva sobre a situação das mulheres brasileiras rurais, especialmente as indígenas e quilombolas, mensurando o grau de importância delas na produção orgânica e promoção da segurança alimentar do país. Essa lacuna de pesquisa deve ser realizada de forma regional, mas sempre em diálogo com o restante do país para se alcançar uma importante estratégia de sobrevivência para muitas agricultoras no Brasil que desejam permanecer em suas propriedades.