Bioeconomia, inovação e sustentabilidade: utopias tecnológicas na Amazônia do século XXI
Bioeconomia. Amazônia. Inovação. Antropologia da técnica
Esta dissertação estuda propostas tecnotópicas de inovação bioeconômica e seus
enquadramentos conceituais da sociobiodiversidade amazônica. A bioeconomia abrange
estratégias econômicas de preservação baseadas no uso sustentável dos recursos renováveis
para a produção de bens e serviços. Reverberando essa racionalidade de diferentes maneiras,
as nove propostas aqui investigadas se destacam também pelo reconhecimento de dois
elementos relativos aos povos e comunidades amazônidas: (1) suas cadeias produtivas
baseadas nos recursos naturais da região; e (2) os saberes associados aos seus usos
tradicionais da biodiversidade. No geral, apontam existir uma bioeconomia amazônica
incipiente, cujo desenvolvimento por meio de inovação tecnológica pode preservar a
Amazônia da completa savanização e garantir-lhe um futuro. Através de diálogo com
estudos sobre a técnica, a dissertação estuda essa representação tecnotópica, delineando seus
pressupostos. A partir disso, apresenta o prisma econômico que baseia o reconhecimento das
populações amazônidas. Demonstra também que ele implica o enquadramento da alteridade
cosmotécnica segundo pressupostos oriundos das dicotomias natureza//cultura (diferentes
culturas simbolizam uma Natureza a ser preservada) e cultura//técnica (nas interações com
a Natureza, as técnicas são apenas instrumentos de produção e subsistência).