A formação do estigma e a reinvenção das relações familiares no contexto de corpos marginalizados: uma análise das narrativas de mulheres trans e travestis em uma cidade no sul de Minas Gerais.
Abjeção; Travestis; Dinâmicas familiares
O presente estudo investiga como as relações interpessoais e familiares de mulheres
trans e travestis podem tanto reforçar quanto desafiar os estigmas sociais que esses corpos
historicamente marginalizados enfrentam. Para compreender um dos mecanismos utilizados
para produzir esses corpos objetados foi utilizado a mídia enquanto (re)produtora desses
estereótipos e estigmas. A partir das narrativas dessas mulheres em uma cidade no sul de
Minas Gerais, analiso como a "relacionalidade" – entendida como as dinâmicas de vínculo
e apoio pode (re)produzir ou dissolver estigmas, oferecendo novas possibilidades de
pertencimento e identidade. Utilizando conceitos como o de "poluição" de Mary Douglas
(1966), "abjeção" de Butler (2019), "estigma" de Goffman (2004) e "anormalidade" (2001)
de Foucault, a pesquisa explora as experiências de resistência, reinvenção e a reconstrução
das relações familiares e sociais dessas mulheres, destacando como essas interações podem
subverter normas de gênero e redefinir a concepção de família, possibilitando a
transformação de estigmas em novas formas de ser e existir.