A T(t)erra mudou: A bagunça do tempo na territorialidade seringueira
territorialidade, tempo, seringueiro, gado, Amazônia.
O presente estudo visa apresentar as dinâmicas associadas ao modo de vida dos seringueiros e
seringueiras da Comunidade Rio Branco, no Seringal Floresta da Reserva Extrativista Chico
Mendes, no estado do Acre, a partir de uma narrativa etnográfica. A pesquisa visa apresentar os
diferentes entendimentos dos moradores da floresta frente à bagunça do tempo, uma categoria
polissêmica que abrange tanto a perda da previsibilidade dos ciclos de inverno e verão (essenciais
para o habitar no sudoeste amazônico) quanto o descompasso do tempo vivido. Com base no
cotidiano, busco demonstrar como o modo de vida seringueiro marca a terra, desenha grafias e
promove convivências, laços de amizade e alianças com outros viventes – expressões da
territorialidade seringueira. Contudo, esse modo de vida encontra-se em movimento e adquire
novas complexidades a partir do avanço da pecuária, que pode criar rupturas entre os seringueiros
e a terra.