Inquérito epidemiológico de agentes infecciosos em lobos-guarás (Chrysocyon brachyurus) do Oeste Baiano
adenovírus-canino-tipo 1, Canidae, morbilivírus, parvovírus, Toxoplasma gondii
Dentre as diversas ameaças aos lobos-guarás, a iminência de surtos de doenças infecciosas está entre uma das mais preocupantes, devido ao potencial impacto às populações ameaçadas. Por isso, objetivou-se investigar a ocorrência de agentes virais, bacterianos e parasitários em espécimes de Chrysocyon brachyurus de vida livre do Oeste Baiano. Onze exemplares foram avaliados em relação à titulação sorológica, pesquisa de antígeno e/ou de material genético para o vírus da cinomose canina, vírus da parvovirose canina, adenovírus-canino-tipo 1, coronavírus canino, Leptospira interrogans e Toxoplasma gondii. Todos os lobosguarás (100%; 11/11) avaliados pela técnica Dot-ELISA foram reagentes para IgM e sete (7/11; 64%) para IgG contra o vírus da cinomose e parvovirose canina, enquanto pela técnica imunocromatográfica, 100% (11/11) dos canídeos silvestres foram reagentes para IgG contra o vírus da cinomose canina. Em relação ao CAV1, 90% (10/11) dos animais foram reagentes para IgG, enquanto 64% (7/11) apresentaram-se sororreagentes à IgG para T. gondii. Também foram amostrados nove cães domésticos da região e todos (100%, 9/9) apresentaram-se sororreagentes para IgM e IgG contra o vírus da cinomose e parvovirose canina. Para IgG contra T. gondii, 90% (8/9) dos animais testados foram sororreagentes, assim como, para IgG contra CAV-1. A avaliação molecular (RT-PCR) apresentou resultados negativos para todos os lobos-guarás e cães testados para adenovírus canino-1, vírus da cinomose canina e T. gondii, assim como na pesquisa de antígeno para o coronavírus canino por meio da imunocromatografia. Os dados obtidos indicam altas soroprevalências para agentes infecciosos virais e T. gondii em lobos-guarás e em cães domésticos, sugerindo circulação desses agentes e possível transmissão interespécie no Oeste Baiano.