Banca de QUALIFICAÇÃO: VALERIA PAES LIMA

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : VALERIA PAES LIMA
DATA : 17/07/2025
HORA: 14:00
LOCAL: Plataforma TEAMS
TÍTULO:

Análise do uso de antimicrobianos em uma coorte de pacientes internados com síndrome respiratória aguda grave pelo sars-cov2 nos anos de 2020 e 2021.


PALAVRAS-CHAVES:

Covid-19, SARS-CoV2, Gestão de Antimicrobianos, Agentes Anti-bacterianos


PÁGINAS: 118
RESUMO:

As síndromes respiratórias agudas graves (SRAG) são frequentes em unidades de terapia intensiva. A introdução de um novo agente infeccioso – o SARSCoV2 e a respectiva pandemia por esse agente impactou os serviços de saúde de todo o mundo. Trata-se de uma doença viral, mas é descrito o uso frequente de antimicrobianos. O presente estudo tem por objetivo descrever o uso de antimicrobianos nos pacientes internados por síndrome respiratória aguda grave pelo SARS-CoV2 no Hospital Universitário de Brasília nos anos de 2020 e 2021. Trata-se de estudo observacional do tipo coorte e também foi realizada análise ecológica de séries temporais múltiplas com a análise das densidades de dias (DOT) e duração (LOT) do uso de antimicrobianos, dias livres de antimicrobianos (AFD) e DOT/LOT. Durante o período do estudo foram internados 638 pacientes com SRAG pelo SARS-CoV2, sendo 33,7% em 2020 e 66,3% em 2021. Foi observada mediana de idade de 61 anos (IQR24), sexo masculino ao nascer em 59,9%, cor parda em 59,4%, tabagismo atual em 6,7% e tabagismo prévio em 25,9%, obesidade em 25,4%. A maior parte dos pacientes não era imunizada para Covid-19 (76,3%) ou havia recebido imunização incompleta (13,3%). A prevalência de comorbidades foi elevada – 90,1%. Ao avaliar os desfechos da internação, observou-se 36 (5,6%) no Grupo 1 - sem necessidade de O2 suplementar, 265 (41,5%) no Grupo 2 - necessidade de suporte ventilatório não invasivo, 148 (23%) no Grupo 3 - necessidade de ventilação mecânica e 189 (29,4%) no Grupo 4 - óbito. Seissentos e dois pacientes (94,4%) receberam antibióticos. Houve correlação da maior gravidade clínica dos pacientes com o maior uso de antimicrobianos pelos vários indicadores observados – número de antimicrobianos prescritos, dias e duração de uso de antibióticos por 1000 pacientes-dia e fração DOT/LOT. Houve relação inversa entre a gravidade clínica e os dias livres de antimicrobianos (AFD). O meropenem foi o antibiótico mais utilizado, seguido da ceftriaxona e vancomicina. Considerando a classificação AWaRe da Organização Mundial de Saúde, o grupo Vigilância (Watch) foi o mais prescrito, em 91,93% dos pacientes. Os antibióticos do Grupo Reserva (Reserve) tiveram o aumento de uso mais significativo em relação à gravidade – os pacientes do Grupo 4 usaram 42 vezes mais do que o Grupo 1. Foi também possível observar que ao longo do tempo houve redução do DOT, LOT e DOT/LOT e aumento do AFD, o que deve estar relacionado ao aprendizado no manejo clínico da Covid-19 e mitigação progressiva da crise sanitária. O estudo indica que os pacientes portadores de SRAG pelo SARS-CoV2 são de alta complexidade para o manejo de antimicrobianos, e possivelmente teriam benefício de acompanhamento especializado e de recursos mais precisos para o diagnóstico das infecções bacterianas. A vacinação contra a Covid-19, ao gerar impacto significativo no número de hospitalizações e mortes pela doença, também impactou indiretamente no uso de antimicrobianos nos hospitais.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 2279074 - GUSTAVO ADOLFO SIERRA ROMERO
Interna - 2487183 - ELZA FERREIRA NORONHA
Interna - 1255703 - LUCIA ROLIM SANTANA DE FREITAS
Externa ao Programa - 1189371 - VERONICA MOREIRA AMADO - UnBExterna à Instituição - MAURA SALAROLI DE OLIVEIRA - HCFMUSP
Notícia cadastrada em: 21/07/2025 10:29
SIGAA | Secretaria de Tecnologia da Informação - STI - (61) 3107-0102 | Copyright © 2006-2025 - UFRN - app04.sigaa04