Banca de DEFESA: Iara Vieira Ramos

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : Iara Vieira Ramos
DATA : 11/12/2023
HORA: 08:30
LOCAL: Zoom
TÍTULO:

Caracterização de serviços em Intervenção Precoce: envolvimento de cuidadores e profissionais da saúde de crianças com atraso no desenvolvimento motor


PALAVRAS-CHAVES:

crianças com deficiência, cuidadores, profissional de saúde, intervenção precoce


PÁGINAS: 100
RESUMO:

INTRODUÇÃO: Uma das abordagens da Intervenção Precoce (IP) é chamada de Cuidados Centrados na Família (CCF). Nela, os profissionais de saúde orientam os programas e trabalham em parceria com os cuidadores para apoiar e orientar o desenvolvimento motor e neurocomportamental de crianças, para potencializar suas capacidades. No CCF, os pontos fortes e as necessidades de todos os cuidadores são considerados. Entretanto, há necessidade de entender o envolvimento e percepção dos cuidadores e profissionais da saúde sobre os serviços de intervenção precoce (IP) no Brasil. JUSTIFICATIVA: Foram realizados 2 estudos. No estudo 1, propusemos um protocolo de revisão de escopo para identificar evidencias sobre percepções dos familiares em relação ao atendimento em intervenção precoce com foco no CCF, com ênfase para aqueles que recebem atendimento de fisioterapia e terapia ocupacional. Quanto a justificativa do estudo 2, percebemos a necessidade de caracterizar o serviço prestado no Brasil sob a perspectiva dos cuidadores de crianças com atraso no desenvolvimento motor e dos profissionais de saúde a fim de buscar o melhor nível de assistência aos cuidadores e melhores condições de trabalho aos profissionais. OBJETIVOS: Estudo 1) Identificar evidência sobre a percepção de familiares de crianças com risco para atraso no desenvolvimento motor em relação ao atendimento de intervenção precocecom foco na abordagem CCF. Estudo 2) Verificar a percepção dos cuidadores de crianças em relação ao atendimento em IP recebido e a percepção dos profissionais da saúde em relação ao atendimento em IP ofertado por meio de questionários estruturados. MÉTODOS: Estudo 1) Este estudo empregará a metodologia para revisões de escopo, conforme declarado pelo JBI. Este protocolo de revisão de escopo usará a extensão Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and MetaAnalyses para a lista de verificação Scoping Reviews (PRISMA-ScR) para a redação do relatório deste estudo. Este protocolo de revisão de escopo será registrado no Open Science Framework Register. Serão incluídos estudos baseados na estratégia PECOT (P: população/paciente; E: exposição; C: comparação da exposição; O: desfecho; T: tempo), sendo P: crianças de ambos os sexos com risco para atraso no desenvolvimento motor; E: crianças que recebem atendimento com abordagem CCF; C:comparado ou não com outro tipo de intervenção; O: percepção dos familiares quanto ao atendimento CCF; T: crianças de 3 meses a 4 anos de idade. Serão excluídos os estudos que avaliaram apenas o efeito de intervenções e buscaram a opinião dos familiares quanto ao resultado obtido e estudos que buscaram a percepção dos familiares em áreas diferentes do desenvolvimento motor, revisões sistemáticas, resumos de eventos científicos e documentos não publicados em plataformas de evidências científicas. Estudo 2) O desenho do estudo é transversal, do tipo survey (questionário online) e foi aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade de Brasília (no. 63169122.0.0000.8093). Este estudo contou com a participação de cuidadores de crianças inseridas em programas de IP (crianças com idade entre 3 meses e 4 anos) e de profissionais da saúde que atuam em programas de IP no Brasil (por pelo menos 3 meses) que responderam um questionário online que foi desenvolvido por meio do software Qualtrics. Ambos questionários, para cuidadores e profissionais, continha questões de múltiplas escolhas. Em relação ao cuidadores, o questionário era composto por questões relacionadas as características da criança e cuidadores, percepção dos cuidadores quanto ao serviço recebido e orientações de atividades no ambiente domiciliar. O questionário disponível aos profissionais continha questões sobre formação profissional, percepção dos profissionais sobre o envolvimento da família na IP e sobre os serviços, e por fim, informações sociodemográficas. Para análise dos dados foi realizada análise descritiva. RESULTADOS PRELIMINARES: Estudo 1) Este protocolo de revisão de escopo visará identificar evidência disponível sobre percepções dos familiares em relação ao atendimento em intervenção precoce com foco no CCF e sintetizar o conhecimento sobre o tópico. Estudo 2) Quanto ao questionário dos cuidadores, foram considerados 22 questionários válidos (61,0%). As mães (n=19; 86,4%) foram a maioria em respondê-los e as principais cuidadoras (n=18; 81,8%). Em geral, as crianças são acompanhadas por equipe multidisciplinar (n=17; 77,3%), sendo a maioria fisioterapeutas. Os cuidadores reportaram ter oportunidade de mencionar as necessidades para desenvolvimento da criança (n=19; 86,36%), participar com profissionais na tomada de decisão dos objetivos (n=16; 72,70%) e satisfação quanto ao atendimento (n=19; 86,40%). Estes recebem orientações de atividades em domicílio (n=18; 81,81%) e as realizam (n=15; 68,2%). Os profissionais apresentam-se solidários após cuidadores relatarem dificuldades na realização das atividades domiciliares (n=20; 90,90%). Quanto ao questionário dos profissionais de saúde, vinte e dois profissionais da saúde (sexo feminino: n=20; 90,9%) participaram do estudo, sendo a maioria fisioterapeutas (n=14; 63,6%), e os demais, fonoaudiólogos (n=3; 13,6%), terapeutas ocupacionais (n=2; 9,1%), psicólogos/psicopedagogos (n=2, 9,1%), e enfermeiro (n=1; 4,5%). A maioria trabalha em uma equipe multiprofissional (n=19; 86,4%); 12 participantes (54,5%) responderam que têm menos de 10 anos de experiência e nove (40,9%) que têm mais de 10 anos de experiência em IP. A maioria respondeu que conversa sobre os objetivos terapêuticos com a família (n=21; 95,5%) e que considera as necessidades da família ao estabelecer as metas de intervenção (“sempre”: n=16; 72,7%; e “na maioria das vezes”: n=5; 22,7%). Sobre o envolvimento dos familiares, parte dos profissionais responderam que a maioria dos familiares esperam em sala de espera até o final da sessão (n=8; 36,4%) durante os cuidados de IP; os demais responderam que as famílias ficam ao lado observando o atendimento (n=8; 36,4%), ou participam efetivamente da sessão (n=6, 27,3%). Mais da metade dos profissionais responderam que apenas metade das famílias que atendem (n=12; 54,5%) estão interessadas em receber e seguir orientações no ambiente domiciliar. Ademais, os profissionais relataram que têm condições favoráveis para fornecer cuidados adequados às crianças e suas famílias (n=18; 81,8%) e que estão satisfeitos com seu ambiente de trabalho (n=20; 90,9%).


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - ***.203.248-** - ANDREA BARALDI CUNHA - UnB
Externa à Instituição - CIBELLE KAYENNE MARTINS ROBERTO FORMIGA - UEG
Externa à Instituição - ELOISA TUDELLA - UFSCAR
Interno - 1947805 - JOSEVAN CERQUEIRA LEAL
Notícia cadastrada em: 29/11/2023 11:13
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