Resposta redox e desfechos cardiovasculares em indivíduos no pós-operatório tardio de cirurgia bariátrica e metabólica
“Obesidade, cirurgia bariátrica e metabólica, estresse oxidativo, redox, risco cardiovascular.”
“Introdução: A cirurgia bariátrica e metabólica (CBM) promove melhora da resposta redox, perda de peso, reduzindo o risco cardiovascular (RCV). Todavia, ainda não existe consenso se em longo prazo alguns desses resultados podem ser afetados e quais fatores estariam relacionados. Objetivo: Investigar associação entre a resposta redox e os parâmetros de RCV em indivíduos no pósoperatório tardio de CBM. Metodologia: Estudo transversal com dados da linha de base de um estudo de intervenção multicomponente. A coleta de dados ocorreu de agosto de 2023 a março de 2024 com a captação de indivíduos adultos de ambos os sexos, com mais de 2 anos e menos de 7 anos de CBM. Além da avaliação da antropometria, a resposta redox foi avaliada pela mensuração de atividade da catalase, glutationa peroxidase, glutationa redutase, glutationa-S-transferase, malondialdeído e proteínas carboniladas. Foram considerados como marcadores de RCV: pressão arterial de consultório, índice HOMA-IR, índice TyG, glicemia de jejum, insulina, HDL-C, LDLC, não-HDL-C, colesterol total, triglicerídeo, PCR. A análise de componentes principais (PCA) foi usada para identificar padrões da resposta redox. Modelos lineares generalizados foram utilizados para avaliar a associação entre os marcadores de RCV (variáveis dependentes) e componentes principais da resposta redox (variáveis explicativas), ajustados por possíveis fatores de confusão. Foi utilizado o software estatístico Stata SE versão 17.0. Resultados: Foram investigados 91 participantes (92,3% do sexo feminino, com média de idade de 39,8 ± 7,9 anos, IMC = 29,5 ± 5,1 kg/m² e média de tempo pós-operatório de 3,9 ± 1,5 anos). A PCA identificou dois padrões: marcadores de atividade antioxidante enzimática (PC1 - catalase, glutationa peroxidase, glutationa redutase, glutationa-S-transferase) e marcadores de dano oxidativo (PC2 - malondialdeído e proteínas carboniladas. Não foram encontradas associações entre PC1 e marcadores de RCV. Contudo, foram observadas associações significativas entre PC2 e (1) pressão arterial diastólica (β 6,8; IC 95% 2 -11,6; p=0,006), (2) índice TyG (β 0,13; IC 95% 0,05 - 0,2; p=0,002), (3) colesterol total (β 15,2; IC 95% 3,6 - 26,7; p=0,010),(4) triglicerídeos séricos (β 25,9; IC 95% 8,6 - 43,2; p=0,003) e (5) não HDL-c (β 10,9; IC 95% 0,02 - 21,9; p=0,050). Conclusão: Os marcadores de dano oxidativo tiveram associação positiva com diferentes marcadores de RCV em indivíduos no pós-operatório tardio de CBM. Entretanto, a defesa antioxidante enzimática não apresentou associação significativa com esses marcadores de RCV.”