Expressão de microRNAs e PARP1 em Linhagens Celulares de Câncer de Mama e seu potencial preditivo de resposta à quimioterapia neoadjuvante.
Câncer de mama triplo-negativo (TNBC), microRNAs, biomarcadores, Resposta Patológica Completa, Paclitaxel, PARP1
O câncer de mama é uma doença complexa e heterogênea, com tumores semelhantes apresentando prognósticos e respostas terapêuticas diversas. O subtipo triplo-negativo (Triple-negative breast cancer - TNBC) representa cerca de 15% dos casos, sendo a quimioterapia com taxanos, antraciclinas e/ou agentes alquilantes a opção primária de tratamento. A avaliação da Resposta Patológica Completa (pCR) é realizada por meio da carga residual de câncer (Residual Cancer Burden – RCB) após a quimioterapia neoadjuvante e apenas um terço das pacientes com TNBC alcançam a pCR, indicando um prognóstico favorável a longo prazo. Os mecanismos de reparo do DNA desempenham papel crucial na manutenção da integridade genômica e a disfunção desses mecanismos está intimamente ligada à carcinogênese. A avaliação de mutações em genes que atuam nas vias de reparo ao DNA vem sendo utilizada como marcador para a administração de novos quimioterápicos, como os inibidores da enzima PARP (Poli ADP-Ribose Polimerase). Os microRNAs também apresentam potencial como biomarcadores para diagnóstico e prognóstico, uma vez que regulam a expressão gênica por meio do processo de RNA de interferência (RNAi), atuando tanto em vias oncogênicas quanto supressoras de tumor. Este estudo avaliou a expressão de microRNAs e genes de reparo ao DNA em linhagens celulares de câncer de mama e amostras tumorais FFPE (Fixadas em Formol e Embebidas em Parafina) de pacientes diagnosticadas com TNBC. Foram analisadas as linhagens MCF-7 (Receptor Hormonal Positivo, HR+), MDA-MB-231 (TNBC, BRCA1 competente) e MDAMB-436 (TNBC, BRCA1 mutado). Observamos diferenças significativas no perfil de expressão de miR-7, miR-21, miR-671 e miR-146a entre as linhagens, alterações em resposta ao Paclitaxel e na expressão de PARP1, correlacionada ao perfil desses microRNAs. Nas biópsias, identificamos miR-7, miR-21 e miR-146a com potencial preditivo de pCR em pacientes com TNBC.