"O-GLICOSILAÇÃO SELETIVA DO PEPTÍDEO NEUROVESPINA(TYR): ANÁLISE DA SUA TOXICIDADE E POTENCIAL TERAPÊUTICO EM UM MODELO AGUDO DE CRISES CONVULSIVAS."
“Epilepsia; glicosilação; fármacos antiepilépticos; eletroencefalografia; toxicidade.”
“A epilepsia é uma das principais doenças neurológicas crônicas, afetando cerca de 50 milhões de pessoas no mundo. Caracteriza-se por um limiar reduzido de excitação nos circuitos neuronais, sendo que as crises epilépticas resultam de descargas neuronais síncronas anormais. Apesar da disponibilidade de diversos fármacos antiepilépticos, muitos apresentam efeitos colaterais significativos ou não são eficazes no controle das crises, gerando a necessidade de novos tratamentos. Nesse contexto, foi desenvolvido um peptídeo bioinspirado na peçonha da vespa Polybia occidentalis, denominado neurovespina, que demonstrou proteção contra crises induzidas quimicamente em camundongos. Atualmente, a neurovespina está em processo de registro para uso em cães e gatos com epilepsia refratária, tendo sido licenciada para a empresa Biointech. Apesar de sua eficácia antiepiléptica, a neurovespina apresenta curta meia-vida, exigindo administrações frequentes. Estudos sugerem que a glicosilação de peptídeos, especialmente a tyr-O-glicosilação, pode melhorar sua estabilidade e atividade biológica. Para viabilizar essa modificação, a neurovespina foi alterada estruturalmente com a inserção de um resíduo de tirosina, resultando na neurovespina(tyr). Este projeto buscou glicosilar a neurovespina(tyr) e avaliar seu efeito neuroprotetor em um modelo agudo de crises convulsivas induzidas por pentilenotetrazol (PTZ) em camundongos, com análises comportamentais e eletroencefalográficas (vídeo-EEG). Além disso, foi avaliada a toxicidade aguda in vivo das variantes neurovespina, neurovespina(tyr) e neurovespina(gly). Para isso, o peptídeo glicosilado foi sintetizado, purificado e caracterizado por cromatografia líquida reversa (HPLC) e espectrometria de massas (MS). Em seguida, foram conduzidos ensaios de toxicidade e avaliação neuroprotetora em modelos animais, possibilitando uma análise abrangente do potencial terapêutico da neurovespina.”