Contribuição das Análises de Microarranjo Cromossômico e Sequenciamento de Exoma ao Diagnóstico Genético da Deficiência Intelectual em Pacientes do Sexo Feminino
“deficiência intelectual, análise de microarranjos cromossômicos, sequenciamento do exoma, variantes de número de cópias, pacientes do sexo feminino, diagnóstico genético”
“Introdução: A deficiência intelectual (DI) é um transtorno do neurodesenvolvimento com etiologia altamente heterogênea, frequentemente associada a alterações genéticas. Embora diversos estudos abordem pacientes do sexo masculino, os dados sobre as causas genéticas da DI em meninas ainda são limitados. Objetivo: Este estudo teve como objetivo investigar a base genética da DI em pacientes do sexo feminino por meio da Análise de Microarranjos Cromossômicos (CMA) e do Sequenciamento do Exoma Completo (WES), buscando identificar variantes patogênicas e contribuir para o entendimento da DI em meninas. Métodos: Foram selecionadas 100 pacientes do sexo feminino com diagnóstico de DI sindrômica ou não sindrômica e cariótipo normal. A CMA foi realizada em todas as pacientes, enquanto o WES foi aplicado em 24 delas, cujos resultados anteriores foram inconclusivos. As variantes detectadas foram classificadas conforme as diretrizes da ACMG. Resultados: A CMA identificou variantes patogênicas ou provavelmente patogênicas em 24% das pacientes e variantes de significado incerto (VUS) em 12% adicionais. O WES detectou variantes relevantes em 37,5% das pacientes analisadas, incluindo variantes patogênicas e provavelmente patogênicas, aumentando a taxa global de elucidação da causa da DI do estudo para 32%. Foram descritas novas regiões genômicas de interesse, especialmente envolvendo o cromossomo X, reforçando sua relevância nos casos de DI em meninas. Conclusão: O uso combinado da CMA e do WES aumenta significativamente o rendimento diagnóstico em pacientes do sexo feminino com DI, destacando a importância de abordagens genômicas integradas. Este estudo também ressalta a necessidade de mais pesquisas voltadas para a DI em meninas, uma população ainda sub-representada na literatura. O diagnóstico genético precoce permite melhor manejo clínico, aconselhamento genético e suporte psicossocial, além de contribuir para o aprimoramento dos bancos de dados genômicos e do conhecimento científico.”